sábado, 11 de janeiro de 2014

O Atlético de Simeone vivo na briga pela Liga e o Barça de Martino sem a essência daquele que já foi o maior de todos





Todas as prévias do jogo apontavam um abundante equilíbrio. Muitas delas ressaltavam o trabalho tático de Diego Simeone a frente do Atlético de Madrid, em campanha histórica. Um time sem imensos investimentos, nem craques. Mas com uma funcionalidade tática enorme. Muito por causa disso ocupa hoje a posição mais alta da tabela, junto ao Barça de Martino. Que mesmo com a liderança e vitória numerosas contra times de baixo nível técnico e tático, ainda não mostrou sua real cara. Em três confrontos com o Atlético no ano, três empates, dois deles sendo o coadjuvante no jogo. 


O Barça começou sem Neymar e Messi, o que a primeira vista, pela importância do jogo, causava estranheza. Mas pensando com coerência, mostrou-se a decisão mais correta. Neymar havia atuado 10 minutos nos últimos três jogos e Messi voltava de uma lesão que afastou dos gramados por alguns meses. Já o Atlético do “Cholo” Simeone, começou a frente, a marcação compacta e o bode preciso proporcionavam ao time o contra-ataque. 

Em cinco minutos, uma finalização de Arda e uma de Diego Costa. Nada que assustasse a meta de Valdés, mas algo que mostrava a proposta colchonera. Martino armou um time paciente, mas que não teve o domínio do jogo no primeiro tempo. Alexis e Pedro, abertos, foram muito bem marcados por Filipe Luís e Juanfran, sem as diagonais e com forte marcação iniciada por Arda e Koke e reforçada por Thiago e Gabi sobre Xavi e Iniesta, Fàbregas se viu obrigado a recuar para armar o jogo. Algo natural de um falso nove. Diego Costa fazia o cerco a Busquets, homem do primeiro passe.

Em um primeiro tempo de 3 a 1 para o Barça em finalizações ao gol, faltou alguém que conseguisse se livrar da forte marcação. Se é que há formula para sair da marcação armada por Simeone. Muito competente. 


As linhas compactas do Atlético negaram
qualquer espaço ao Barça,
que resolveu arriscar de longe.

Messi voltou junto com o Barça para o segundo tempo, Iniesta saiu contundido. Fàbregas foi recuado para o meio e Messi avançado como falso nove. Com o Argentino e depois com Neymar na vaga de Pedro, o Barcelona teve mais volume de jogo. Mais presença ofensiva, espremendo ainda mais o Atlético contra a parede. Atlético que dependia de Arda para puxar os contra-ataques, mas seguia impecável e impenetrável lá atrás. 

A pulga levou perigo duas vezes, uma vez na cabeçada em chegada com Alba pela esquerda e a outra invadindo e fazendo Courtois trabalhar. Mostrou que aos poucos esta voltando a ser aquilo que é e foi. Com Sergi Roberto, Messi e Neymar foram abertos e Fàbregas chegava por trás. Enquanto Sergi e Xavi apareciam as costas dos volantes rojiblancos, quando possível. 

Entraram Cristian Rodriguez e Raul García na tentativa de acelerar o contra-ataque e levar mais perigo. Chegou vez ou outra, mas nada que mudasse o placar. O empate foi o resultado mais justo dentro do contexto do jogo. 


Simeone mostrou que o Atlético pode ser, ou já é, tão forte como Real Madrid e Barcelona e brigará até o final pela Liga. Já Martino segue com trabalho pela frente, seu Barcelona perdeu a essência daquele time que foi o melhor do mundo a alguns anos atrás. 


Abraços,

Rai Monteiro.