sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Atlético-PR tem demonstrado desenvolvimento no 4-4-2


Um esquema que é pouco utilizado no Brasil, mas que fora é muito requisitado é o 4-4-2 em linha. Entretanto e contrariando mais uma tendência futebolística brasileira, o atual técnico do Atlético-PR só usou este esquema em todas as três partidas do seu time neste ano. Ontem foi a terceira vez.

Com a continuação de seu trabalho, a movimentação dos jogadores do Atlético-PR está sendo modificada aos poucos. No primeiro jogo do ano, os 4 defensores se posicionaram tão adiantados e em linha que fizeram os atleticanos sofrerem. Já na segunda partida, os defensores passaram a alternar o posicionamento de acordo com a necessidade em campo, mas os wingers pouco centralizando enquanto o time atacava. Agora contra o The Strongest, Miguel Ángel Portugal novamente utilizou o 4-4-2 em linha, manteve a alternância de posicionamento de seus defensores e os wingers passaram a participar ainda mais do ataque ao centralizarem. Vejam pelo flagrante a seguir, o posicionamento dos wingers, Fran Mérida e Paulinho Dias, que se repetiu enquanto a equipe rubro-negra atacava:


"No flagrante, o The Strongest havia acabado de recuperar a bola e feito um lançamento a frente. Por isso os wingers ainda estão centralizados, mesmo tendo a bola já em campo defensivo."

Do mesmo modo que o Atlético-PR jogou no 4-4-2 em linha, o The Strongest também utilizou do mesmo esquema tático. Assim sendo, a distribuição no início da partida foi a seguinte:


"Atlético-PR e The Strongest no 4-4-2 em linha."

Com o péssimo estado do gramado da Vila Capanema, o Furacão só passou a mostrar quem era o mandante da partida a partir dos 18 do primeiro tempo. A sequência de duas chances muito boas simbolizou todo o esforço que a equipe rubro-negra estava demonstrando em campo. O time realizava marcação pressão desde a saída de bola; muita intensidade ofensiva e defensiva; a busca de superioridade no setor, tanto ofensivamente quanto defensivamente, foi uma constante; havia troca rápida de ação de jogo; a marcação tinha a bola como referência; as jogadas pelos lados aconteciam muito mais do que pelo centro; e, por fim, os atacantes e os wingers trocavam de lado. Tanto que o gol, aos 23 da primeira etapa, foi através de um cruzamento pela direita no qual Paulinho Dias finalizou na esquerda, enquanto que sua posição “original” era pela direita.

Já o The Strongest iniciara a partida no 4-4-2 em linha e compactando a equipe nas intermediárias, mas realizando pouca intensidade com os seus jogadores de frente. Entretanto, após o gol sofrido, a equipe boliviana aumentou a intensidade de marcação de seus atacantes e wingers, e passou a incomodar o time brasileiro. Porém como o The Strongest não tem tanta qualidade técnica e nem tanta variação tática, o Atlético terminou o primeiro tempo com o placar de 1 a 0 a seu favor.


"Flagrante do The Strongest se defendendo no 4-4-2 em linha."

No intervalo, nenhum dos técnicos acabaram realizando substituições. Porém Miguel Portugal, técnico do Atlético-PR, mostrou uma face que ainda não havia mostrado. Com a vantagem no placar, o Furacão jogou todo o segundo tempo com baixa intensidade de marcação e de ataque, e, assim, perdendo uma das melhores características desta equipe. Além de diminuir a intensidade, o que pareceu ser estrategicamente pensado para abrir campo para os contra-ataques rubro-negros, o time manteve, em momentos defensivos, a aproximação somente das linhas dos defensores e dos meio-campistas. 

Com o Furacão recuando, o The Strongest passou a pressionar no segundo tempo. O time boliviano manteve a pressão desde a saída de bola atleticana, realizava constante pressão no adversário com a bola, mas pecou muito no desenvolvimento das jogadas ofensivas e nas várias tentativas falhas de lançamentos.

Agora com o The Strongest melhorando na partida e o Atlético-PR marcando mal, Miguel Portugal realizou duas substituições: entraram o atacante Bruno Mendes e o meia Mirabaje nos lugares de Mosquito e Fran Mérida. Estas alterações e também as do The Strongest (Reynoso e Melgare entraram nos lugares de Soliz e Ríos) não alteraram os esquemas táticos de suas equipes e também não modificaram o andamento da partida. Mas a substituição que muitos aguardavam aconteceu: Adriano Imperador entrou em campo.

Depois de longos 22 meses sem entrar em campo profissionalmente, o atacante jogou 8 minutos pelo Atlético-PR. Ele não tocou na bola e não alterou o esquema tático, mas modificou os ânimos dos torcedores do Atlético-PR para a Libertadores.




"Distribuição dos jogadores ao fim do jogo."


Por Caio Gondo