domingo, 23 de fevereiro de 2014

Os novos reforços do Sport e as opções de Eduardo Baptista

As chegadas dos volantes Bileu(se destacou na Série B pelo ABC) e Wendel(disputou a Série A 2013 pelo Vasco), do lateral-esquerdo Danilo(destaque da Série B pelo América-MG) e do meia uruguaio Robert Flores(estava no Deportivo Quito), devem dar mais opções táticas ao técnico do Sport, Eduardo Baptista, que já conseguia dar dinâmica moderna em termo de modelo de jogo a uma equipe com limitações técnicas no setor ofensivo.




Uma dessas opções é a manutenção do 4-2-3-1 que vem sendo utilizado por Baptista, só que com Robert Flores atuando por dentro na linha de 3, Wendel transitando entre as intermediárias e Danilo ocupando a lateral-esquerda. Lembrando que o Sport ainda busca mais dois meias, um lateral-direito, um atacante de movimentação pelos lados do campo e um centroavante de área, além do meia-atacante Bruninho, ex-Flamengo, que está próximo de ser anunciado pelo Leão da Ilha. Portanto, novos reforços podem pegar vaga de alguns colocados como titulares na prancheta e ocupar uma das lacunas que também estão no desenho tático acima.
Nesse 4-2-3-1, Robert Flores poderia explorar sua qualidade pelo meio, com passes de qualidade, ajudando na circulação de bola pelo ataque, se aproximando dos homens de lado de campo para tabelas ou triangulações, movimentação na intermediária de ataque, lançamento para a infiltração em espaços abertos e chegada nas proximidades da grande área em caso de jogada pelos lados projetada para cruzamento(seja rasteiro ou pelo alto). Sem a bola, os wingers voltariam pelos lados do campo e Flores poderia se alinhar com o centroavante na primeira linha de pressão, mantendo a característica de marcação adiantada, com pressão na saída de bola do adversário e linhas compactas, com o objetivo de diminuir a letargia da transição do oponente e/ou buscar a recuperação de bola o mais próximo possível em relação ao gol. Wendel poderia dar ainda mais qualidade à saída de bola, com sua visão de jogo e qualidade no passe, além de poder aparecer na meia-esquerda para dar opção de passe, ficar postado para o rebote na intermediária ofensiva ou procurar a beirada para tabelar com o lateral, ou até mesmo formar uma pequena sociedade triangular por ali.
O lado esquerdo certamente poderia ter mais força, com a ofensividade e velocidade do lateral-esquerdo Danilo, fazendo as ultrapassagens, indo na linha de fundo pra cruzar e/ou tentando uma tabela com quem chega pelo meio, além da aproximação do volante Wendel.


Outra opção seria um 4-3-1-2 com forma de losango no meio-campo. Rodrigo Mancha na primeira-volância, Bileu e Wendel como “carrilleros” e Robert Flores como um enganche, na ponta do losango.
Desta forma, o time contaria com volantes que podem apoiar por dentro e por fora, ou até mesmo alternar posicionamento com os laterais, já que Wendel e Bileu chegaram a atuar nas laterais no Vasco e no ABC, respectivamente. Bileu trabalha bem circulando entre as intermediárias, volante jovem, promissor e de boa movimentação no meio-campo. Nesse esquema, Robert Flores também teria maior liberdade para explorar uma de suas características destacadas por Eduardo Baptista, que é a chegada de trás, conduzindo a pelota em seus pés, encostando nos atacantes. Nesta formação, seria o responsável por fazer a bola rodar pelo ataque, deixar os companheiros na cara do gol e até mesmo improvisar uma espécie de “pivô”, de costas para o marcador e esperando a aproximação de um dos volantes. Sua versatilidade permite adaptação a outros sistemas de jogo, já que também pode atuar como um volante de saída ou um winger com liberdade de centralização e articulação de jogadas.
Sem a posse de bola, haveria a possibilidade de marcar com um tripé no meio e sete jogadores lutando mais diretamente pela recuperação de bola no campo defensivo, ou marcação com duas linhas de quatro com Robert Flores voltando por um dos lados do campo, um dos “carrilleros” fechando o lado oposto e o outro mais centralizado, ao lado de Rodrigo Mancha.
Enfim, muitas são as opções de Eduardo Baptista pela versatilidade de seus jogadores. A diretoria do Sport acertou nessas contratações. Jogadores com noção tática e que podem ajudar o Leão da Ilha de diversas formas. Baptista é inteligente o suficiente para fazer a escolha certa e mesmo sem ter um elenco brilhante em mãos, fazer com que os objetivos sejam atingidos.





Por João Elias Cruz (@joaoeliascruzzz)