terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Para o Vasco convencer, Adilson precisa corrigir defeitos

[Análise Tática] Para Vasco convencer, Adilson precisa corrigir defeitos


No último domingo, o Vasco vencia o Nova Iguaçu por 1 a 0, mas cedeu o empate no último minuto e desapontou a torcida. A equipe ainda oscila neste início do ano (o que é normal), mas precisa corrigir alguns erros enquanto há tempo.

vasco tática nova iguaçu 1


4-3-3 voltou a campo exatamente como na imagem acima: Martín Silva, Diego Renan, Luan, Rafael Vaz, Henrique; Aranda, Pedro Ken, Danilo; Bernardo, Montoya, Edmilson. O time continua em ritmo lento e permanece estático e previsível, o que facilita a marcação do adversário.
Ficou visível novamente que o Vasco busca atacar mais pelos lados, principalmente pelo flanco esquerdo. Mas a equipe ainda carece de ultrapassagens entre lateral e ponta, triangulações entre lateral-volante-ponta e que os pontas centralizem e abram espaço para o avanço dos laterais. Tudo isso para que haja maior movimentação e confunda a marcação adversária.
A válvula de escape segue sendo muitas vezes o colombiano Montoya, sempre muito rápido e incisivo. Na outra ponta, William Barbio tem muita velocidade, mas tecnicamente é muito limitado. Contra o time da Baixada, quem atuou pelo lado direito foi Bernardo, que não chegava à linha de fundo e buscava o centro do campo, onde parece render mais.
vasco tática nova iguaçu 3

Sem a bola, a equipe cruzmaltina ficou quase toda no campo de defesa, esperando o Nova Iguaçu para dar o bote. Ficou evidente a importância do experiente Rodrigo devido à atuação inconstante de Rafael Vaz. Os laterais reservas não empolgaram e a decepção maior ficou para Diego Renan. Quando os titulares da posição estiveram em campo, parece ser estratégia de Adilson que André Rocha fique mais à defesa e Marlon tenha mais liberdade pra atacar.

vasco tática nova iguaçu 2

vasco tática nova iguaçu 5 sem a bola

É importante conhecer os trabalhos anteriores de Adilson antes de analisá-lo. Seu melhor momento foi no Cruzeiro há alguns anos. Em 2008, foi 3º colocado do Brasileiro e teve o 3º melhor ataque, tendo conquistado 21 vitórias ao lado do campeão São Paulo e do vice Grêmio. Já em 2009, ficou na 4ª posição com o 6º ataque mais positivo e ganhou 18 jogos, um a menos que o campeão Flamengo e o vice Inter. Chamá-lo de retranqueiro, parece exagero quando olhamos esses números, mas é visível que ele precisa fazer ajustes na equipe vascaína.
No período em comandou o clube mineiro, e teve a pré-temporada a sua disposição como agora, utilizou 3 volantes e obteve sucesso. Marquinhos Paraná (ora Elicarlos), Henrique (ora Fabrício) e Ramires formavam uma trinca atrás do meia Wagner, hoje no Fluminense. A equipe tinha fluência no jogo ofensivo e chegou até a final da Libertadores de 2009. O destaque Ramires se apresentava ao ataque quase como um meia, Henrique tinha bom passe e, assim como Marquinhos Paraná, dava proteção às subidas dos laterais, principalmente Jonathan pela direita.
No Vasco 2014, apenas o lateral esquerdo Marlon se apresenta como opção ofensiva, enquanto André Rocha fica mais à defesa. No meio, Guiñazu vem se destacando na proteção à zaga, embora receba muitos cartões amarelos. Aranda e Danilo ainda estão sendo observados e Pedro Ken e Fellipe Bastos não agradam.
vasco tática nova iguaçu 4

Ter um lateral que ataque mais e outro que fique mais à defesa é compreensível e algo bem comum, sendo uma estratégia utilizada por muitos técnicos. Mas o Vasco fica preso com os 3 volantes que tem, que pouco criam, erram passes, não se apresentam ao ataque, etc. Adilson precisa corrigir esse erro que trava a equipe, mesmo que mantenha a trinca no meio, mas que troque os jogadores.