Na Vila Belmiro, tivemos um confronto com equipes espelhados no sistema de 4-2-3-1, onde na fase defensiva, a execução do esquema do Santos e Ponte Preta marcava em bloco variado, ora em bloco médio, ora em bloco alto, com o meia central - Gabriel e Adrianinho -, adiantando o seu posicionamento e alinhando-se ao centro avante para fazer o primeiro combate.
Mas ofensivamente, o Santos se sobressaiu, com velocidade na transação ofensiva, as diagonais dos ponteiros, com o uso do pivô de Damião, e a chegada em velocidade dos volantes e laterais, com o uso do pivô do camisa 9 santista, espaços eram abertos para essas chegadas, já a Ponte Preta tinha a posse de bola, e procurava dominar essa posse, acionando demais Silvinho, agudo pela esquerda, mas não conseguia chegar a área.
O domínio santista foi completo, num time que procura jogar sem ter a posse de bola. Vitória merecida do alvinegro praiano, que se classificou.
Horas mais tarde, no Morumbi, São Paulo e Penapolense se enfrentavam, também espelhadas no 4-2-3-1, que em fase defensiva marcava no 4-4-1-1, mas a proposta de jogo era diferente. Penapolense procurava se fechar, marcando em bloco baixo e médio - variando -, e negar espaços para posteriormente levar a partida as penalidades - onde venceram -.
O São Paulo tinha a posse de bola, mas não trabalhava ela com objetividade, e nem saia ela com velocidade, muito pela inoperância de Ganso e falta de armação no time de Muricy Ramalho e a proposta eficiente da Penapolense. O time mandante ocupava o campo do adversário, e apostava as suas jogadas com Osvaldo pela esquerda, mas não conseguia penetrar.
Faltou movimentação na fase ofensiva por parte do tricolor Paulista, um time inerte na armação e transição, que não é veloz pois permitia que a Penapolense acabasse voltando para marcar e ocupar os espaços defensivos rapidamente, logo após sair no contragolpe.
Mais posse de bola, menos objetividade, o castigo veio com a eliminação.
Diferentemente dos seus rivais da cidade, o Palmeiras conseguiu
classificar para a semifinal do Campeonato Paulista. Para que esta
classificação acontecesse, o Verdão venceu por 2 a 0 o Bragantino. Para a partida das
quartas-de-final do Paulistão, Gilson Kleina, técnico do Palmeiras, colocou a
sua equipe no 4-2-3-1. Já o Bragantino começou no 3-4-2-1.
Do começo da partida até o
primeiro gol alviverde, aos 21 do primeiro tempo, o Palmeiras realizou marcação
por zona, marcação pressão desde a saída de bola adversária, apresentou
intensidade de marcação no campo todo e empurrou o time do interior no seu
campo defensivo. Já o Bragantino -que apresentou marcação individual do início
ao fim da partida- iniciou a marcação atrás do meio de campo e individual por
setor.
Assim como o Bragantino realizava marcação individual com a bola
rolando, com a bola parada, este modo de marcação também era realizado. E da
mesma maneira que com o jogo rolando, o sistema defensivo em escanteio também apresentou
falha de marcação. O primeiro gol alviverde foi através de escanteio.
Depois de ter feito o seu
primeiro gol, o Palmeiras passou a valorizar a posse da bola. O Verdão terminou
com 69% de posse da bola, e passou a diminuir o ritmo do jogo. Como o
Bragantino não tinha como início de marcação a saída de bola da equipe
alviverde, os comandados de Gilson Kleina tranquilamente diminuíram a sua
intensidade ofensiva até o fim do primeiro tempo.
No intervalo, Marcelo Veiga,
técnico do Bragantino, colocou o meia Diguinho no lugar de Magno Cruz.
Percebendo que o Palmeiras iria voltar da mesma maneira que terminou a primeira
etapa, o Bragantino passou a pressionar os adversários desde a sua
intermediária ofensiva. Mas apesar de ter tornado mais agressiva, a equipe de
Bragança Paulista não realizou algum gol.
Boa parte da falta de
inspiração ofensiva do time do interior paulista foi devido à percepção de como
era, facilmente, quebrada a marcação do seu sistema defensivo pelos jogadores
do Palmeiras. Além dos passes rápidos e projeções no espaço vazio, os três
meias do time alviverde (Bruno César, Valdivia e Leandro) trocavam de posição
constantemente.
Com o segundo gol feito, aos
17 do segundo tempo, o Palmeiras diminuiu ainda mais a intensidade da partida
através da sua troca de passes. Ao todo, o time alviverde trocou 364 passes
certos, enquanto que o Bragantino realizou somente 139 corretamente. O Verdão
dominou a partida.
Este domínio alviverde
passou pelo elevado número de passes trocados corretamente entre os jogadores
do Verdão e, também, pela organização tática do sistema defensivo.
Independentemente do momento do placar, o sistema defensivo do Palmeiras era
posicionado com duas linhas de 4 e com dois jogadores mais à frente. Assim como
mostra o flagrante a seguir:
O
sistema defensivo do Verdão frequentemente se posicionou da maneira que está
demonstrada no flagrante anterior (Reprodução: Sportv).
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Já com o placar definido,
Gilson Kleina colocou Eguren, Patrick Vieira e Vinícius nos lugares de Bruno
César, Leandro e Wendell, respectivamente. Apesar das três trocas, o Palmeiras
manteve o seu 4-2-3-1 do início da partida. Da mesma maneira que o Verdão
manteve o seu esquema tático, o Bragantino, que teve a entrada de Diego no
lugar de Geandro, também continuou com o seu 3-4-2-1 do começo do jogo.
Por Diogo R. Martins (@diogorm013) e Caio Gondo (@CaioGondo)