sexta-feira, 28 de março de 2014

A vitória do veloz Santos, a eliminação do São Paulo sem criação, e a classificação do ajustado Palmeiras - Nas quartas de final do Paulistão

Na Vila Belmiro, tivemos um confronto com equipes espelhados no sistema de 4-2-3-1, onde na fase defensiva, a execução do esquema do Santos e Ponte Preta marcava em bloco variado, ora em bloco médio, ora em bloco alto, com o meia central - Gabriel e Adrianinho -, adiantando o seu posicionamento e alinhando-se ao centro avante para fazer o primeiro combate.

Mas ofensivamente, o Santos se sobressaiu, com velocidade na transação ofensiva, as diagonais dos ponteiros, com o uso do pivô de Damião, e a chegada em velocidade dos volantes e laterais, com o uso do pivô do camisa 9 santista, espaços eram abertos para essas chegadas, já a Ponte Preta tinha a posse de bola, e procurava dominar essa posse, acionando demais Silvinho, agudo pela esquerda, mas não conseguia chegar a área.

O domínio santista foi completo, num time que procura jogar sem ter a posse de bola. Vitória merecida do alvinegro praiano, que se classificou.



Horas mais tarde, no Morumbi, São Paulo e Penapolense se enfrentavam, também espelhadas no 4-2-3-1, que em fase defensiva marcava no 4-4-1-1, mas a proposta de jogo era diferente. Penapolense procurava se fechar, marcando em bloco baixo e médio - variando -, e negar espaços para posteriormente levar a partida as penalidades - onde venceram -.

O São Paulo tinha a posse de bola, mas não trabalhava ela com objetividade, e nem saia ela com velocidade, muito pela inoperância de Ganso e falta de armação no time de Muricy Ramalho e a proposta eficiente da Penapolense. O time mandante ocupava o campo do adversário, e apostava as suas jogadas com Osvaldo pela esquerda, mas não conseguia penetrar.

Faltou movimentação na fase ofensiva por parte do tricolor Paulista, um time inerte na armação e transição, que não é veloz pois permitia que a Penapolense acabasse voltando para marcar e ocupar os espaços defensivos rapidamente, logo após sair no contragolpe.

Mais posse de bola, menos objetividade, o castigo veio com a eliminação.



Diferentemente dos seus rivais da cidade, o Palmeiras conseguiu classificar para a semifinal do Campeonato Paulista. Para que esta classificação acontecesse, o Verdão venceu por 2 a 0 o Bragantino. Para a partida das quartas-de-final do Paulistão, Gilson Kleina, técnico do Palmeiras, colocou a sua equipe no 4-2-3-1. Já o Bragantino começou no 3-4-2-1.


Do começo da partida até o primeiro gol alviverde, aos 21 do primeiro tempo, o Palmeiras realizou marcação por zona, marcação pressão desde a saída de bola adversária, apresentou intensidade de marcação no campo todo e empurrou o time do interior no seu campo defensivo. Já o Bragantino -que apresentou marcação individual do início ao fim da partida- iniciou a marcação atrás do meio de campo e individual por setor. 

Com a marcação individual por setor, as duplas conectadas pelas cores azuis ficara formadas frequentemente. Porém, quando um dos jogadores do Palmeiras se desprendia do seu marcador individual, o sistema defensivo do Bragantino demorava para apresentar a cobertura defensiva e ter alguém para encostar no jogador do Verdão. Observem o espaço grande deixado em uma das vezes que Valdívia quebrou a sua marcação individual (Reprodução: SporTV). 
Ao deixar o seu marcador para trás, através de troca rápida de passes, Valdívia se projetou no espaço circulado de amarelo. Pois lá não havia ninguém do Bragantino posicionado para encostar no chileno, quando este se desprendeu do seu marcador (Reprodução: SporTV). 

Assim como o Bragantino realizava marcação individual com a bola rolando, com a bola parada, este modo de marcação também era realizado. E da mesma maneira que com o jogo rolando, o sistema defensivo em escanteio também apresentou falha de marcação. O primeiro gol alviverde foi através de escanteio.

Assim como com a bola rolando, a marcação individual também era realizada pelo Bragantino em bolas paradas. No flagrante anterior, a marcação individual foi representada pela cor azul, e os jogadores que marcavam a primeira trave e a entrada da área foram circulados de amarelo (Reprodução: Sportv).

Depois de ter feito o seu primeiro gol, o Palmeiras passou a valorizar a posse da bola. O Verdão terminou com 69% de posse da bola, e passou a diminuir o ritmo do jogo. Como o Bragantino não tinha como início de marcação a saída de bola da equipe alviverde, os comandados de Gilson Kleina tranquilamente diminuíram a sua intensidade ofensiva até o fim do primeiro tempo.

No intervalo, Marcelo Veiga, técnico do Bragantino, colocou o meia Diguinho no lugar de Magno Cruz. Percebendo que o Palmeiras iria voltar da mesma maneira que terminou a primeira etapa, o Bragantino passou a pressionar os adversários desde a sua intermediária ofensiva. Mas apesar de ter tornado mais agressiva, a equipe de Bragança Paulista não realizou algum gol.

Boa parte da falta de inspiração ofensiva do time do interior paulista foi devido à percepção de como era, facilmente, quebrada a marcação do seu sistema defensivo pelos jogadores do Palmeiras. Além dos passes rápidos e projeções no espaço vazio, os três meias do time alviverde (Bruno César, Valdivia e Leandro) trocavam de posição constantemente.

Com o segundo gol feito, aos 17 do segundo tempo, o Palmeiras diminuiu ainda mais a intensidade da partida através da sua troca de passes. Ao todo, o time alviverde trocou 364 passes certos, enquanto que o Bragantino realizou somente 139 corretamente. O Verdão dominou a partida.

Este domínio alviverde passou pelo elevado número de passes trocados corretamente entre os jogadores do Verdão e, também, pela organização tática do sistema defensivo. Independentemente do momento do placar, o sistema defensivo do Palmeiras era posicionado com duas linhas de 4 e com dois jogadores mais à frente. Assim como mostra o flagrante a seguir:

O sistema defensivo do Verdão frequentemente se posicionou da maneira que está demonstrada no flagrante anterior (Reprodução: Sportv).

Já com o placar definido, Gilson Kleina colocou Eguren, Patrick Vieira e Vinícius nos lugares de Bruno César, Leandro e Wendell, respectivamente. Apesar das três trocas, o Palmeiras manteve o seu 4-2-3-1 do início da partida. Da mesma maneira que o Verdão manteve o seu esquema tático, o Bragantino, que teve a entrada de Diego no lugar de Geandro, também continuou com o seu 3-4-2-1 do começo do jogo.



Por Diogo R. Martins (@diogorm013) e Caio Gondo (@CaioGondo)