sexta-feira, 21 de março de 2014

Pilhado e desatento, o Cruzeiro encaminha a eliminação na Libertadores

Confusão, assim foi o primeiro tempo (Diego Macedo - Foto Arena)

O Cruzeiro cometeu o mesmo pecado de diversos Brasileiros no torneio continental, confundir vigor com truculência. Os comandados de Marcelo Oliveira caíram fácil no jogo dos Uruguaios que não queriam deixar a bola rolar, parando o jogo e catimbando a toda hora.



O time mineiro começou bem, mantendo sua base no 4-2-3-1 que tinha como novidade Julio Baptista a frente da segunda linha de meio campo, com pressão e boas alternativas a partir incisividade de Dagoberto e Everton Ribeiro, que rodavam pelo meio, no jogo vertical que faz a atual campeão Brasileiro o Cruzeiro chegava bem.


Do outro lado um Defensor espalhado, no mesmo 4-2-3-1 que ofereceu diversas chances ao Cruzeiro justamente por não compactar a segunda linha de meio campo, com isso a entradas e Dago-Everton pelo centro ficaram mais fáceis de acontecer. Com menos gente no meio o time uruguaio dava campo e espaço ao Cruzeiro, para chegar no mano a mano, onde teve boas chances mas não as concluiu em gol.

No lance que levou Nilton e Malvino expulsos, aconteceu a maior confusão do truncado primeiro tempo - o mais curioso é que, ninguém do Cruzeiro estava afim de evitar o tumulto. O time estava entregue ao jogo dos visitantes. Porém quando Everton Ribeiro acertou no ângulo na falta que causou a confusão, tudo parecia melhorar para o Cruzeiro.

        Times no 4-2-3-1 com propostas de fazer o jogo fluir a partir dos pontas. 

Rodrigo Souza na vaga do nervoso e amarelado Dagoberto foi a mudança do Cruzeiro para recompor o meio. Duas linhas de quatro que tinham Everton Ribeiro e Lucas Silva a esquerda e Rodrigo Souza e Goulart a direita, com Julio Baptista a frente. Sem alternativas o Defensor fez o mesmo, soltou duas linha de quatro, recompondo a defesa, com Silva na vaga de Alonso, e avançando Arrascaeta para a referência. O jogo que era quente ficou morno.

Na bola enfiada para Julio Baptista partir da flanco, corte no lateral e chute cruzado no canto de Campaña, dois a zero Cruzeiro. O melhor dos cenários, a torcida em festa e o adversário "morto" no jogo. Era o que se esperava, mas quando Arrascaeta recebeu o sistema defensivo do Cruzeiro se atrapalhou, Rodrigo Souza e Dedé saíram errado e Gedoz tocou por baixo de Fábio para diminuir e ligar o alerta no Mineirão:


Dedé da o bote errado, Arrascaeta recebe e lança Gedoz que ganha de R.Souza na corrida e dimuniui, buraco na defesa. (Reprodução: Fox Sports) 
Marcelo Oliveira trocou Goulart por Willian, querendo dar velocidade a um Cruzeiro que havia esfriado junto com o jogo. Não deu muito certo, pois o time teve posse de bola mas não levou perigo. O Defensor arriscava uma saída aqui, outra ali com os ponteiros Gedoz e Gino mas nada que levasse perigo a meta de Fábio.

Porém quando o Cruzeiro mais precisou do sistema defensivo, sofreu o derradeiro golpe. Jogada de Luna - após passe de Arrascaeta - livre pela esquerda, o cruzamento encontrou o também livre Zeballos para tocar a bola que bateu na trave e morreu no fundo do gol de Fábio, aos quarenta e oito da etapa final:

A sucessão de erros no segundo gol do Defensor: Dedé e novo bote errado além do espaço para a entrada de Zeballos. (Reprodução: Fox Sports)
Desatenção que causou a revolta da torcida e encaminhou a eliminação Cruzeirense na primeira fase da Libertadores. Agora o time mineiro que tem quatro pontos precisa vencer a La U, que tem nove pontos, fora de casa e torcer contra o Defensor que agora tem sete. Matemática complicada para quem se complicou.


Por Rai Monteiro (@_RaiMonteiro)