segunda-feira, 10 de março de 2014

Vitória diante do Central consolida Sport na liderança do Pernambucano.

 

Em Caruaru, Sport e Central travaram um duelo tático caracterizado pela marcação intensa, pontualidade e coordenação da equipe caruaruense no avanço de suas linhas para a subida de pressão, de modo a dificultar a transição do Sport entre seus setores. Porém, a individualidade foi decisiva para a vitória do Leão, com gols de Neto Baiano e Rodrigo Mancha.

O técnico Humberto Santos adotou a inteligente estratégia de adiantar suas linhas e setores para que o Central pudesse exercer marcação-pressão na saída de bola do Sport, com o homem da pressão tendo proximidade em relação ao portador da bola e chegando firme para diminuir o tempo e espaço do adversário, para pensar e praticar a ação, busca pelo fechamento das linhas de passe, combate avançado à saída leonina com seus laterais, quase sempre com um jogador de meio ou ataque marcando em cima, próximo à linha que divide o gramado e obrigando-o a soltar a bola, recuando-a para os zagueiros ou tentando uma inversão de jogada para o extremo oposto. O posicionamento mais avançado dos volantes caruaruenses na faixa central, dificultava a movimentação e tentativa de jogadas verticais da equipe do Sport, além de congestionar a intermediária com linhas próximas e ocupando bem os espaços no meio-campo.

O Central apostava principalmente na saída em velocidade na transição ofensiva/contra-ataque, com a rapidez e habilidade de Danilo Pires e na movimentação de Jonathan Goiano, que se juntava à Danilo Lins mais à frente. Com a posse de bola, Fernando Pires saía um pouco mais pro jogo e buscava o apoio por dentro, enquanto que Thallys e Danilo Pires flutuavam no ataque, podendo abrir pelos lados e tentar uma jogada junto com o lateral do setor ou circular pelo meio.

O 4-2-3-1 dos comandados de Eduardo Baptista apostava principalmente no ataque pelos flancos, com Wendel buscando as aproximações com Danilo e Ananias pela esquerda para tentar criar superioridade numérica, formando uma pequena sociedade triangular, com um deles podendo tentar a jogada nas proximidades da linha lateral, o outro posicionando-se pra buscar uma investida para dentro da área e o outro atento aos rebotes/sobras de bola próximos ao setor. Pela direita, Felipe Azevedo e Patric tentavam fazer uma dobradinha em jogadas de fundo, mas também com tentativas de projeções/incursões mais por dentro do lateral-direito Patric, assim como é de sua característica. Por dentro, o meia-central Aílton saía bastante de sua faixa de atuação, atuando com uma certa distância em relação ao gol e por vezes ocupando a linha dos volantes durante seus recuos na intermediária. Quando o Sport encontrava espaços pelo meio, também tentava jogadas verticais para o trabalho de Neto Baiano num pivô, giro ou numa possível finalização da entrada da área.

Sem a bola, o Leão da Praça da Bandeira geralmente marcava em bloco médio, dentro de sua intermediária defensiva e formando duas linhas de quatro, com Ananias e Felipe Azevedo retornando pelos seus respectivos extremos e Aílton podendo se alinhar com Neto Baiano um pouco mais à frente, ou com Wendel adiantando seu posicionamento e chegando na mesma altura de Aílton, enquanto que Rodrigo Mancha ficava mais contido entre as linhas, nesses casos.

Na segunda etapa, o Sport teve maior volume de jogo, posse de bola, explorou mais as chegadas à frente de seus volantes, com constante apoio de Rodrigo Mancha e Wendel na meia-cancha e utilizou principalmente da bola aérea, que quase sempre procurava Neto Baiano, este que normalmente se posicionava no segundo pau para tentar a disputa com os zagueiros pelo alto.


Por João Elias Cruz (@joaoeliascruzzz)