Com a derrota por 2 a 1
contra o The Strongest, o Atlético-PR foi eliminado na fase de grupos da Copa
Libertadores. Apesar do jogo ter sido na altitude de La Paz, o Furacão
apresentou algumas falhas que apareceram nestes 8 jogos oficiais que o time
apresentou neste ano. Deste modo, o trabalho de 4 meses de Miguel Ángel
Portugal, técnico do time brasileiro, passa a ser questionado por toda torcida
do Atlético Paranaense. Para começar a partida da eliminação no torneio
continental, as duas equipes iniciaram no 4-4-2 em linha:
Atlético e The Strongest no 4-4-2 em linha; |
Porém a equipe boliviana
alterava o esquema quando o seu ataque chegava na zona de aceleração ofensiva
(próximo à área do Atlético-PR). Ao chegar nesta zona, Pablo Escobar recuava e
passava a se movimentar nas costas dos volantes rubro-negros. Deste modo, tendo
espaço para receber a bola e criando a dúvida para quem saia para dar combate
nele.
No
flagrante, Escobar se desalinha de Reynoso, atrai a marcação de Manoel e se
alinha à Chávez e Soliz (Reprodução: Fox Sports).
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Além desta movimentação
ofensiva do time boliviano, o que também colaborou para a falta de atitude do
Furacão foi o grande distanciamento dos setores da equipe. Veja pelos próximos
flagrantes os distanciamentos das linhas rubro-negras na partida:
Estes distanciamentos dos
setores colaboraram em muito para o falta de compactação da equipe brasileira.
Sem uma compactação decente, o time não conseguia nem se defender e nem atacar
organizadamente. Com o The Strongest precisando do resultado e o Atlético-PR
não conseguindo jogar, o time boliviano terminou com maior posse de bola por
todo o jogo (53,5%), maior quantidade de finalizações (20 x 10) e maior
quantidade de passes realizados corretamente (409 x 176).
Para diminuir a distância
entre o setor do meio de campo e do ataque, Miguel Ángel Portugal colocou
Zezinho, aos 7 minutos do segundo tempo, no lugar de Éderson. Com esta
substituição, o Furacão passou a jogar no 4-2-3-1, mas vejam pelo próximo
flagrante o que acabou acontecendo:
Depois do segundo gol
tomado, aos 9 da segunda etapa, o Atlético-PR começou a se perder ainda mais em
campo. A entrada do meia Marcos Guilherme -destaque do time no Campeonato
Paranaense deste ano- pouco melhorou o rendimento da equipe, e o time todo
passou a procurar lançamentos de qualquer maneira para o ataque. Ao todo, 91
lançamentos foram tentados sendo que somente 27 foram realizados de forma
correta.
A partir dos 30 minutos do
segundo tempo, a altitude passou a influenciar ainda mais na equipe brasileira.
Tanto que os jogadores do The Strongest passaram a ganhar ainda mais disputas
de bola, os balanços ofensivos e defensivos do Atlético-PR já não eram mais os
mesmos e os contra-ataque do time bolivianos passaram a ser realizados com
frequência.
Para colaborar ainda mais
para os contra-ataques do The Strongest, Miguel Portugal colocou o atacante
Crislan no lugar de Paulinho Dias. Através desta substituição o time passou a
jogar no 4-4-2 em linha novamente, o grande distanciamento entre a linha
defensiva a do meio de campo voltou a aparecer e os contragolpes bolivianos
passaram a ser ainda mais frequentes.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)