GANAR! (Foto: Cássio Barco/GE) |
Os últimos quatro confrontos tiveram o
mesmo panorama e o mesmo placar. Barcelona em cima, com pressão e posse de bola
e Atlético atrás com linhas compactas e marcação serrada. Então era fácil
imaginar que Barcelona e Atlético fariam o jogo de defesa x ataque desde o
apito inicial, ainda mais com a vantagem ao lado do time de Simeone. Porém, o
objetivo vinha da arquibancada, no lindo mosaico que dizia: “ganar”.
A vitória importava sim. E
o Atlético mostrou que queria ela desde o começo do jogo. Assim como no Camp
Nou, o time soltou as linhas no começo do jogo, teve a bola e pressionou. Porém
Koke não repetiu o erro de Villa, que perdeu uma grande chance na ida, e abriu
o placar após o cruzamento do camisa nove.
O cerco dos 3 jogadores colchoneros ao homem da bola (Reprodução: TV Globo). |
Explosão colchonera no começo do
embate. E quem pensou que o time diminuíra o ímpeto se enganou, ainda deu tempo
de David Villa colocar duas bolas na trave em 15 minutos impecáveis do time de
Simeone, com marcação pressão e linhas bem adiantadas. O Barça perdido e
envolvido começará com Neymar a direita e Iniesta pela esquerda, mas logo
Martino mudou, trazendo Neymar para a esquerda, Messi para a direita e Fàbregas
como falso nove.
Com Iniesta armando de trás, o Barça
pôs a bola no chão e organizou seu jogo. Tinha a bola, mas não tinha espaços, a
marcação era ainda mais firme do que no primeiro jogo. Messi e Fàbregas
sumidos, pouco acrescentaram em um primeiro tempo que teve Neymar tão
insinuante quanto sozinho. O Brasileiro foi bem, mas seus companheiros não
estavam na mesma sintonia. Péssima jornada do Barça, coletivamente.
Quando veio a esquerda, Neymar comandou as ações catalãs. Já no Atlético, marcação firme e linhas compactas. |
Como já era esperado, o Atlético voltou
bem atrás no segundo tempo e o Barça pressionando, mas com um panorama parecido
com o do primeiro tempo, posse de bola inócua que levou perigo na entrada em
diagonal de Neymar, bem travado pelo gigante Courtois, e só. Ao Atlético de
Simeone, ficando atrás, era claro que uma imensa pressão adversária com tanto
tempo pela frente poderia dar errado.
Então o Cholo veio com Diego na vaga de
Adrián, enquanto Martino colocou Sanchez na vaga do apagado Fàbregas. O
Atlético ganhou campo e foi ao ataque, em uma ou outra escapada o time levava
perigo ao gol de Pinto, que tinha uma zaga completamente perdida, com
verdadeiras avenidas nas alas – péssimo jogo da dupla Dani Alves-Alba.
Martino surpreendeu com a saída de
Iniesta – um dos poucos lúcidos com a bola no pé – para a entrada de Pedro. O
Barça foi rumo ao “bumba meu boi”, com quatro homens de frente e sem quem
pensasse com ela nos pés, o time de Martino exagerou no número de centros,
foram 30 com apenas cinco acertos, quando o maior jogador de frente tinha 1,75m
(Neymar) e a dupla de zaga do Atlético (Miranda e Godín) tinha 1,85 e
1,87m.
Com Cristian Rodriguez junto a Diego
frente à segunda linha quatro, o Atlético escapou e levou perigo, por mais de
uma vez quase matou o jogo. Mas nem precisou disso, mesmo com a gigante pressão
do desesperado Barça, segurou o resultado e chegou a semi final da Champions 40
anos depois.
Ao Barça resta juntar os cacos, e
rápido, pois na próxima quarta já tem Clássico contra o Real Madrid pela final
da Copa do Rei. Porém já é hora de pensar em um novo estilo de jogo, tanto o
esquema como o jeito de jogar do Barcelona já está manjado. Guardiola já saiu
do Barça, mas o Barça insiste em não sair do estilo que ele implantou.
Quanto ao Atlético de Simeone, este vai
brigar pelo título.
Barcelona com muita gente na área, desespero e pouca qualidade. Já o Atlético fechado e compacto. De olho no contra-ataque. |
Por Rai Monteiro (@_RaiMonteiro)