Assim como foi mostrado no
post anterior, o esquema tático base do time de 1999 foi o 4-3-1-2. Neste ano,
o Palmeiras jogou com maior intensidade de marcação com seus volantes e
defensores, marcação por zona e algumas vezes de forma mista, com tendência de
jogar pelos lados, com os defensores jogando com sobra na última linha, os
laterais se alternavam para subir e o time iniciava a marcação na intermediária
ofensiva.
Palmeiras de 99 no 4-3-1-2. |
Flagrante
da equipe no 4-3-1-2 (Reprodução: Rede Globo).
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Porém diferentemente das
grandes equipes atuais, o Palmeiras de Felipão de não apresentava a compactação
como um dos marcos táticos. E digo mais, este time não foi nada compactado. Uma
vez que os dois atacantes junto com o meia central não faziam a composição
defensiva e sequer ajudavam o resto do time, este trio, muitas vezes, se
descompactava dos “defensores”. Deste modo, o Verdão de 1999 frequentemente
formava dois blocos quando jogava no 4-3-1-2: o bloco dos jogadores “de frente”
e o bloco “dos defensores”.
No
flagrante, observa-se o bloco “dos defensores”. Pela imagem, as linhas
vermelhas formam a linha defensiva e as laranjas, a linha dos meio-campistas
(Reprodução: Rede Globo).
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Além desta separação da
equipe em dois blocos, outra característica marcante foi a inteligência dos
jogadores de meio. Desta vez, incluindo o jovem na época, Alex. O losango
alviverde sempre balançava defensivamente de modo organizado e, assim, sempre tendo
alguém para auxiliar em campo defensivo os laterais. Vejam abaixo dois
flagrantes do meio de campo balançando defensivamente e sempre mantendo o
desenho tático da equipe:
Flagrante
do meio de campo balançando defensivamente para à direita (Reprodução:
Bandeirantes).
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A inteligência dos
meio-campistas deste Palmeiras era tão grande, que mesmo contra equipe com
desenhos táticos que não se encaixavam na marcação de um 4-3-1-2, estes
jogadores se adaptavam, e o sistema defensivo não sofria. Nos exemplos dos
flagrantes a seguir, vejam as “adaptações” dos jogadores de meio-campo e, dessa
maneira, não fazendo com que o sistema defensivo alviverde não sofresse tanto:
Já os laterais realizavam
posicionamento semelhantes em qualquer esquema de jogo, mas variavam a
alternância de subida de acordo com o esquema escolhido por Luis Felipe
Scolari. No caso do 4-3-1-2, eles se alternavam para subir.
Assim
como no flagrante anterior, os laterais Zé Maria e Júnior se posicionam
avançados enquanto o time realiza a transição defesa-ataque (Reprodução: Rede
Globo).
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Todos estes aspectos de
jogo, anteriormente descritos, eram normalmente realizados. Porém quando o time
estava perdendo, a postura do time mudava completamente. Quando a desvantagem
jogava contra, o time do Palmeiras 1999 realizava pressão desde a saída de bola
adversária, todos os jogadores apertavam, a intensidade defensiva era realizada
por todos os jogadores, a linha defensiva se adiantava para tentar ocupar
melhor o espaço em campo e os laterais subiam ao mesmo tempo. Vejam no
flagrantes a seguir, imagens de quando a equipe estava perdendo:
Já
neste flagrante da final do Mundial, há três jogadores pressionando somente um
jogadores do Manchester United (Reprodução: TyCSports).
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Por fim, como o Palmeiras de
1999 jogou muitos torneios eliminatórios, a variação da postura em campo da
equipe devia estar regulada e ajustada conforme a necessidade do placar. Já que
com torneios como a Libertadores e Copa do Brasil, todos os jogadores tinham
que saber o que fazer em campo conforme o que o placar precisasse. Deste modo,
este Palmeiras estava pronto para jogar qualquer tipo de partida de caráter
eliminatório. Os jogadores sabiam o que fazer.
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Por Caio Gondo (@CaioGondo)