terça-feira, 8 de abril de 2014

A primeira partida da final do Campeonato Paranaense de 2014

Depois de 33 anos sem se encontrarem em uma final do estadual, Londrina e Maringá fizeram a primeira partida da decisão do Campeonato Paranaense de 2014. O empate por 2 x 2 em Londrina fez com que o LEC tenha que decidir a finalíssima no estádio de seu adversário, no dia 13 de abril. Mas até lá, as duas equipes terão bastante do que tirar desta primeira decisão. Para esta primeira partida, o Londrina iniciou a partida no 4-2-3-1 e o Maringá no 4-3-1-2:

Londrina no 4-2-3-1 e Maringá no 4-3-1-2.
Apesar de ser o Tubarão que estivesse sendo o mandante da partida, o Maringá foi quem começou criando as primeiras finalizações. Já que a Zebra se defendia no 4-3-1-2 e atacava no 3-4-3, os meias abertos do Londrina sempre voltavam acompanhando os laterais adversários. Deste modo e com o volante Leandro se infiltrando entre os zagueiros, a saída da equipe visitante era facilmente realizada. Além desta movimentação, o meia central, Renan Tavares, se projetava à frente para fugir da linha dos volantes londrinenses. Com isso, além da superioridade na saída de bola, Renan Tavares criava outra superioridade numérica no miolo da defesa do Londrina. Vejam as imagens representando a transição defesa-ataque do Maringá através de saída curtas de sua defesa:

No 3-4-3 em situação ofensiva, o Maringá criava superioridade numérica em seu campo defensivo e no miolo da defesa do Londrina. Devido às movimentações dos jogadores do Maringá, a marcação do Londrina no meio de campo era inicialmente realizada pelos traços azuis. Estes indicando o marcador e o jogador marcado pelos londrinenses. 
Com os dois laterais subindo ao mesmo tempo, a Zebra criava amplitude em seu ataque. Já com Renan Tavares se movimentando nas costas dos volantes adversários, assim como mostra o flagrante anterior, esta movimentação do meia criava outra superioridade numérica maringaense e dificultava a marcação londrinense nele. (Reprodução: Caio Gondo)
Nesta imagem, observa-se a superioridade numérica ofensiva do Maringá no centro da defesa do Londrina, e o seu meia central, Renan Tavares, se movimentando nas costas de um dos volantes adversários. (Reprodução: Caio Gondo)
Entretanto, aos poucos, o Tubarão foi tomando conta das melhores oportunidades na partida. Para tal melhora, o LEC iniciou uma constante movimentação do seu quarteto ofensivo junto com Bidía, o segundo volante. Estes cinco jogadores trocaram tanto de posição que o sistema defensivo do Maringá não sabia qual a forma de marcar o jogador adversário que estivesse à sua frente. Vejam pelo flagrante a seguir:

Em seu posicionamento inicial, os três meias estavam posicionados com Arthur pela direita, Celsinho pelo meio e Roni Dias pela esquerda. Pelo flagrante anterior, Celsinho é quem está pela direita e Arthur pelo centro. (Reprodução: Caio Gondo)

Entre estes cinco jogadores do Tubarão que trocavam de posição constantemente, Roni Dias merece um maior destaque. Este jogador conseguiu fazer as três posições de meia corretamente e, ainda, era somente ele quem se posicionava ao lado de Diogo Roque quando Bidía subia ao ataque. Roni Dias foi tão consciente taticamente que foi ele quem se posicionou como segundo volante por boa parte do segundo tempo.

Com estes cinco jogadores se movimentando constantemente, o Maringá acabou sofrendo o seu primeiro gol, aos 17 do primeiro tempo. Com o gol sofrido, a Zebra foi para cima do Tubarão. E após sete minutos, o Maringá conseguiu empatar com Gabriel Barcos. Gol maringaense através da superioridade numérica no miolo da defesa londrinense.

Como o empate não favorecia à ninguém no jogo, as duas equipes continuaram a procurar o segundo gol, através de suas movimentações táticas, mas não o conseguiram na primeira etapa da partida. Vale aqui o destaque para a melhora da marcação do sistema defensivo do Maringá ainda no primeiro tempo.

Após o empate, a Zebra passou a defender com o seu primeiro volante, Leandro, entre os zagueiros. Deste modo, quando o Tubarão avançava por um dos lados do campo, quem passava a marcar um dos meias adversários era Leandro e o lateral oposto da jogada centralizava. Assim como mostra o próximo campinho:


No campinho tático, Leandro passou a marcar Roni Dias enquanto que o Londrina atacava pela direita. Como o seu primeiro volante recuava até os zagueiros, Reginaldo, o lateral direito do Maringá e oposto ao lado da jogada adversária era quem se posicionava à frente da defesa e deixava melhor organizado para puxada rápidas de contra-ataque.
Com o Maringá melhorando na partida, no intervalo, o técnico do Londrina, Claudio Tencatti, avançou a sua equipe. Com o time passando a pressionar o adversário desde a saída de bola, fazendo com que os jogadores de frente se movimentassem ainda mais sem a bola e, ainda, somada a constante troca de posição descrita anteriormente, o Londrina abriu 2 a 1, aos 10 da segunda etapa. Porém com uma desatenção do sistema defensivo do Tubarão, após um escanteio sofrido, Baiano, que havia entrado no lugar de Fernandinho, fez o gol de empate, aos 22 do segundo tempo.

Depois de ter o placar novamente empatado, as substituições com mudança tática passaram a ser realizadas. Pelo lado do Londrina, Tencatti colocou o meia Lucas e o atacante Alexandre Oliveira nos lugares Bidía e Celsinho. Com estas alterações, o Tubarão passou a jogar no 4-2-2-2. Já em resposta à estas alterações londrinenses, Claudemir Sturion, técnico do Maringá, colocou os meias Fábio Gomes e Fábio Martins nos lugares do meia Renan Tavares e do atacante Gabriel Barcos. Deste modo, o Maringá passou a jogar no 4-1-4-1 e atacar no 4-3-3. Vejam as imagens para descrever estas alterações:

Com o meia Lucas e o atacante Alexandre Oliveira, o Londrina deixou de jogar no 4-2-3-1 para atuar no 4-2-2-2, assim como está mostrando o flagrante anterior. (Reprodução: Caio Gondo)
Com as entradas dos meias Fábio Gomes e Fábio Martins, o Maringá passou a se defender no 4-1-4-1 e atacar no 4-3-3. Desta forma, a Zebra passou a se defender com duas linhas de 4, assim como o técnico do Londrina descreveu em umas das entrevistas pós-jogo.
Distribuição dos jogadores ao fim da partida: Londrina no 4-2-2-2 e Maringá no 4-1-4-1.




Por Caio Gondo (@CaioGondo)