segunda-feira, 14 de abril de 2014

A supremacia Colorada no Gre-Nal: 4 a 1

Desde 1997 não tínhamos um Gre-Nal tão desparelho quanto o da tarde deste domingo, que marcou o título Colorado com uma goleada do Inter sobre o Grêmio pelo placar de 4 a 1, algo raro para os padrões do clássico Gaúcho, que costuma ter jogos pegados e equilibrados. O grande nome da vitória é o de ABEL BRAGA, técnico Colorado, que achou a sua formação ideal no segundo tempo da primeira final (virada do Inter, 2 a 1 em plena Arena do Grêmio) e não mexeu mais no time. Enderson Moreira já sabia o que encontraria pela frente e, mesmo assim, não conseguiu fazer a sua equipe se sobrepor ao adversário.

PRIMEIRO TEMPO: GRÊMIO COM A BOLA, INTER MAIS EFICIENTE E EFETIVO


Mesmo precisando ir para cima, Enderson Moreira não abriu mão da sua formação regular, com três volantes de origem (embora Ramiro e Riveros também ajudem na armação). O 4-1-4-1 se repetiu com Alan Ruiz aberto pelo lado direito, substituindo Luan, lesionado. O canhoto se mostrou PERDIDO na função de winger, pois estava acostumado a atuar como enganche na Argentina e por vezes esse “cacuete” de puxar as jogadas pro meio deixavam o lado direito de criação sem uma referência. O Grêmio teve a iniciativa da partida, trocava passes com tranquilidade (59% de posse de bola), mas faltou EFETIVIDADE nas finalizações. Dos 8 chutes disparados, apenas dois tiveram como alvo o gol de Dida, e em ambos o veterano praticou defesas fáceis. Os três volantes Colorados (Aranguiz pela direita, Willians centralizado e Alex na esquerda) anularam com eficiência o ímpeto do Grêmio.

                1º tempo: Inter sempre com um sobrando no lado direito de ataque e no Grêmio, Barcos isolado
Apesar de ter apenas 41% de posse de bola, o Inter mostrava que podia resolver o jogo a qualquer momento, graças ao seu contra-ataque mortal bem articulado por Abel Braga (os defensores tomavam a bola e sempre faziam a ligação direta para Rafael Moura, que esperava a aproximação de Dale e Alan Patrick ou tentava resolver sozinho). O gol, anotado aos 28 minutos, foi assim: o Grêmio desperdiçou um ataque, Dida fez a ligação para Moura, que contou com a ajuda do atrapalhado Werley para servir D´Alessandro, que abriu o placar: oitavo gol do Argentino em 22 clássicos pelo Inter.

Mesmo finalizando apenas duas vezes no primeiro tempo, o Colorado, além do gol, criou também a segunda melhor chance do tempo inicial, com Rafael Moura. Era incrível a facilidade do Colorado para chegar pelo lado direito, onde o trio Gilberto-Aranguiz-Dale se infiltrava com facilidade e não dava descanso para a defensiva gremista. O lateral Wendell, de fraca atuação, por vezes se via sozinho contra dois adversários. Culpa de Dudu, que não cumpria o seu papel tático com eficiência, ou seja, não acompanhava as subidas de Gilberto. Além disso, havia um OCEANO de distância entre a linha de meio Tricolor e o atacante Barcos, que se movimentou bastante, mas não foi bem assessorado ao longo de toda a partida.

SEGUNDO TEMPO: GRÊMIO SE ABRE, INTER APROVEITA E GOLEIA

2º tempo: Grêmio povoa o meio, mas segue deixando espaço lado esquerdo. Inter aproveita e faz 3 gols em 10 min
Precisando de pelo menos dois gols, o técnico Enderson Moreira teve que abrir a sua equipe. Edinho, de fraca atuação no primeiro tempo, foi sacado para a entrada de Maxi Rodriguez. O Grêmio largou o 4-1-4-1 e passou a atuar no 4-2-3-1,  com uma composição diferente na linha de meias: Alan Ruiz aberto pela esquerda, Dudu na direita e Maxi Rodriguez centralizado. Se no primeiro tempo Aranguiz e Gilberto já passeavam pra cima de Wendell no conturbado lado esquerdo de defesa do Grêmio, a saída do principal volante tornou as coisas ainda mais difíceis para o sistema defensivo Tricolor. E em mais um contra-ataque rápido surgiu o segundo gol Colorado, aos 4 minutos: em mais uma jogada rápida do lado direito Colorado, Aranguiz deixou para Alan Patrick, que chutou totalmente livre e contou com o desvio de Alex para vencer Grohê. 2 a 0 e gol de Alex, segundo o árbitro Marcio Chagas da Silva.

A partir daí o Grêmio se perdeu ainda mais. Em 10 minutos, foram 6 finalizações do Inter e mais dois gols. Aos 8, Dudu derrubou D´Alessandro no lado esquerdo de defesa do Grêmio (detalhe: Dudu era PONTA-DIREITA naquela altura da partida e estava, inexplicavelmente, TOTALMENTE DESLOCADO na hora do lance). Alan Patrick cobrou e fez 3x0. O quarto foi de Alex, servido por Dale em mais uma jogada linda de troca de passes do Inter pelo lado esquerdo do gramado.

Dos 15 minutos pra frente o jogo perdeu em emoção. Como o Grêmio viria para cima, Abel Braga colocou mais um volante, Ygor, para fechar o meio Colorado, montando um 4-2-2-2 com Willians e Ygor como volantes, Aranguiz e Alex fechando dos lados e Dale e Rafael Moura enfiados. O Inter passou a cadenciar o jogo, enquanto o Grêmio abriu a “caixa de ferramentas”, passando a cometer muitas faltas. A única boa-nova pelo lado Tricolor foi Dudu, que passou a infernizar o lateral Fabrício no lado esquerdo de defesa Colorado. Como Ygor ajudava Willians a fechar o meio e Alex se preocupava com as subidas de Pará, em muitas oportunidades Dudu ficava no mano-a-mano com Fabrício e levava vantagem. O gol de honra do Grêmio foi anotado em uma dessas escapadas, aos 24 minutos: Dudu passou por Fabrício e Ygor e cruzou, Ernando desviou contra o patrimônio e colocou a bola pra dentro. Um relampejo de talento que não atenuou a fraquíssima atuação gremista: 4 a 1 Inter.

2º tempo: Inter coloca mais um volante e vai pro 4-2-2-2. Grêmio se joga pro ataque

O Inter mostrou com o clássico que tem que repetir essa formação, com Alex posicionado como 2º homem e Aranguiz mais solto pelo lado direito, se juntando a Gilberto. Alan Patrick ganhou definitivamente a vaga de titular no ataque Colorado. Já o Grêmio provou que, momentaneamente, não tem como abrir mão da formação com três volantes. Quando Edinho deixou o gramado na tarde de hoje, o time sofreu muito e ficou exposto, sofrendo três gols em pouco mais de 10 minutos. Enderson Moreira também terá trabalho para achar o substituto de Luan, já que Alan Ruiz não desempenhou bem a função.





Por Mateus Kerr (@mateuskerr)