segunda-feira, 14 de abril de 2014

Nos pênaltis, Sport garante vaga na final do Campeonato Pernambucano!

 
Na final do Campeonato Pernambucano, teremos um duelo de gigantes: Sport x Náutico. O Leão da Ilha sofreu, mas venceu o Santa Cruz por 1 a 0 com gol de Leonardo aos 42 minutos da segunda etapa, levando a partida para os pênaltis, onde o rubro-negro sacramentou a vaga na grande final.
O Santa entrou no 4-3-1-2 losango, com uma proposta de jogo voltada para o contra-ataque e para a valorização da posse da pelota quando a mesma estivesse em seu domínio. Sem a bola, alternava sua marcação entre o combate adiantado à saída do Sport, subindo os encaixes individuais e fechando as linhas de passe, e a marcação com as linhas mais recuadas, dentro de seu próprio campo. Léo Gamalho fazia o cerco inicial em cima de Ferron e/ou Durval ao centro, enquanto que Flávio Caça-Rato adiantava o combate à saída de Patric e o acompanhava até o fundo quando mesmo subia para o campo de ataque. Rodrigo Mancha muitas vezes, batia de frente com Luciano Sorriso, enquanto que Raul(que por vezes, alinhava-se com Léo Gamalho e Flávio Caça-Rato na linha inicial de marcação/pressão) duelava individualmente com Ewerton Páscoa, em certos momentos. A fase de defesa organizada coral caracterizava-se pelo congestionamento na intermediária, ocupação/redução dos espaços do campo, cerco às proximidades do setor/região da bola, marcação bem encaixada e rara inferioridade numérica nos setores.
Quando retomava a posse de bola, tentava sair em velocidade pro ataque, com as tentativa de arranque de Flávio Caça-Rato pelo flanco direito ou numa diagonal para o meio, além dos deslocamentos constantes de Léo Gamalho buscando a recepção de bola na ponta e/ou recuo para buscar jogo, geralmente acompanhado individualmente por um dos zagueiros, dependendo também do setor onde caía em tal jogada/situação. Como o Sport não apertava muito, nem intensificava a pressão, o Tricolor fazia a bola rodar pelo ataque, trocando passes laterais, recuando e buscando a manutenção da mesma em sua posse ou circulação no meio-campo.
O Sport utilizou seu costumeiro 4-2-3-1, porém, com Wendel aberto no lado esquerdo do ataque, assim como fez no primeiro tempo do confronto contra o Ceará pela final da Copa do Nordeste. Os erros de passe, problemas na leitura de jogo para a ação por parte do portador da bola e tomadas de decisão equivocadas em certos momentos, dificultavam a criação de jogadas rubro-negra. O time leonino tentava chegar pelos lados, explorando constantemente as ultrapassagens de Patric e Renê buscando as jogadas na ponta, além da projeção de Rodrigo Mancha e Ewerton Páscoa mais à frente, com o segundo podendo cair pela direita para formar uma pequena sociedade triangular e tentar criar vantagem numérica. Aílton, bem marcado, não tinha espaço para criar e tentava se deslocar, recuando na intermediária e aproximando-se da linha de volantes. Essa falta de um meia-central agudo e rápido pode acabar inferferindo, porém, o problema da leitura de jogo do homem da bola também era presente, já que pelo menos em duas ou três oportunidades observadas, Wendel partia da esquerda buscando o facão em diagonal no espaço entre o lateral-direito Oziel e o miolo de zaga tricolor, porém, não foi municiado através de lançamento ou enfiada de bola. Outro exemplo: Quando a posse de bola se concentrava no centro do campo e um jogador aparecia dando opção para alargar o campo, livre de qualquer marcação ou encaixe individual, raramente era municiado. Percepção de jogo é algo fundamental no futebol moderno.
Os donos da casa pressionavam, tinham maior volume de jogo, posse de bola, porém, dificuldades para penetrar e progredir verticalmente diante das compactas linhas tricolores. Eduardo Baptista colocou Bruninho, Renan Oliveira e Leonardo nas respectivas vagas de Felipe Azevedo, Wendel e Aílton. As entradas de Renan e Leonardo melhoraram o ritmo e a mobilidade da equipe entre suas faixas de meio-campo e ataque. Renan Oliveira circulava ora no lado esquerdo para dobrar com Renê, ora por dentro, buscando movimentação na intermediária ofensiva. Leonardo, centroavante de origem, atuava mais fora da área, com boa movimentação e por vezes caindo pelo extremo esquerdo. O Santa Cruz recuou ainda mais suas linhas, marcando muitas vezes, com quase todo seu time atrás da linha da bola.
Leonardo também mostrou bom posicionamento quando necessário. No gol leonino, aproveitou o “passe” de cabeça do zagueiro Ferron para mandar para o fundo das redes do goleiro Tiago Cardoso. Nos pênaltis, brilhou a estrela do experiente e talentoso goleiro Magrão, que mais uma vez, fez a diferença para a equipe rubro-negra.



Por João Elias Cruz (@joaoeliascruzzz)