segunda-feira, 28 de abril de 2014

A vitória ao estilo Mourinho abre a Premier League de novo

Você pode não gostar de Mourinho. Pode odiar ele pelo seu jeito irreverente e chato ao mesmo tempo, pode contesta-ló por um ou outro trabalho, pode dizer que o relacionamento dele com os jogadores não é dos melhores. Mas não pode dizer em momento algum que ele não é um bom técnico. Aliás, um ótimo. Dono de sete títulos nacional por Inter, Real Madrid, Chelsea e Porto e duas Champions por Porto e Inter, Mourinho deu show neste Domingo. 


Próximo ao duelo contra o Atlético de Madri pela Champions League, Mourinho manteve a postura do time que empatou a ida da semi fora de casa, e ainda usou reservas. Durante a semana, o polemico técnico disse que deixaria o jogo chato e que iria fechar o Chelsea diante do Liverpool. O time da casa na briga pelo título se via, portanto, com a obrigação de tomar a iniciativa do jogo e vencer. 

Mourinho escalou oito reservas e promoveu a estreia do jovem Kalas na zaga. Parecia suicídio contra o Liverpool de Brendan Rodgers, embalado por nove vitórias e o sonho do título que não vem desde a temporada 1989/90. Sem Henderson, Brendan veio com Allen e Lucas no meio e deixou Sturridge no banco. Com Coutinho mais avançado, aberto junto a Sterlling no 4-1-4-1/4-3-3, o Liverpool demorou a dominar as ações, justamente por não ter alguém que começasse o jogo com qualidade lá atrás. 

Mou armou o Chelsea em um 4-2-3-1 com um ímpeto completamente diferente do chamado “retranca” no duelo contra o Atlético. Schurrle e Salah abertos eram a aposta em contra-ataque na velocidade e Lampard ao centro organizava o jogo, porém também recuava para ajudar Mikel e Matic, a dupla de volantes. O Liverpool forçou pouco jogo pelo centro e muito pelas pontas. 

Tendo a bola, mas levando pouco perigo ao gol de Schwarzer, muitas bolas cruzadas e poucas trabalhadas por baixo, à medida que o Chelsea se fechava, o Liverpool se mostrava nervoso. O escorregão de Gerrard, mais pareceu uma rasteira do destino, Ba dominou, avançou e abriu o placar no último minuto do primeiro tempo. A proposta de Mourinho havia dado certo, jogar por uma bola.
Liverpool e Chelsea organizados nas propostas de jogo. Uma de defender e a outra de atacar. A compactação de Mourinho funcionou e Demba Ba abriu o placar no erro de Gerrard.

Brendan Rodgers adiantou suas linhas, voltou com um Liverpool mais insinuante, mais veloz e mais ao ataque. Mas também variou, trouxe Coutinho para trabalho pelo centro em um 4-3-1-2 que de variação, se fixou com a entrada de Sturridge na vaga de Lucas. Brendan trouxe Coutinho para o tripé e fixou Sterrling a frente deles. Com Sturridge e Suárez chegando a área cada vez mais fechada do Chelsea.

Aliás, o uruguaio, novamente, não foi bem contra um grande time. Nos duelos contra City e Chelsea o principal jogador da temporada dos Reds não fez boas apresentações e o time sentiu muito a falta dele. O Liverpool não soube o que fazer com os 65% de posse de bola, que em momentos mais agudos chegou a 70%. Dos 11 chutes, oito chegaram a meta de Schwarzer, mas nenhum levantou a torcida. 

Mourinho sacou Salah e Schurrle, veio com Cahill e Willian. A proposta era bem simples: fechar a defesa e se possível matar o jogo em um contra-ataque. Azpilicueta, Ivanovic, Cahill, Kallas e Cole fecharam uma linha de cinco em frente ao gol do Chelsea. Matic, Mikel e Lampard ficaram a frente deles, Willian pela direita e Torres que entrou na vaga de Ba mais a frente. Assim era o esqueleto do Chelsea nos minutos finais.
Mourinho fechou o Chelsea e o Liverpool se largou ao ataque com Aspas e Sturridge. 

Com Aspas na vaga de Flanagan o Liverpool se jogou ao ataque, mas nunca imaginou que o Chelsea teria força para matar o jogo. Com oito homens atrás de bola em um lance espirado saiu o gol que matou o duelo. Willian se antecipou a Allen e achou Torres, o espanhol avançou e devolveu para o Brasileiro frente a Mignolet e ele matou o jogo. 


A vitória sentencia a supremacia de Mourinho na Inglaterra, seu Chelsea venceu as duas contra City e Liverpool, concorrentes pelo titulo, ainda sim não perdeu para United, Tottenham e Arsenal empatando fora e vencendo ambos em casa. O Chelsea pode não conquistar o titulo, nem deve, mas Mourinho segue se superando e aumentando seu patamar no futebol inglês.


Por Rai Monteiro (@RaiMonteiro)