terça-feira, 29 de abril de 2014

O show de Ancelotti – e de CR7 - na classificação incontestável não deve ser o fim do estilo Guardiola

Exatamente. Os incríveis 5 a 0, no agregado, na semifinal da Champions League não farão com que Guardiola repense seu estilo e seus ideais táticos, na verdade o grande vilão do Bayern foi o próprio título Alemão, há oito rodadas do fim da competição. Desde lá, o time bávaro não teve grandes testes, diminuiu o ritmo e caiu na “preguiça”. Contra o United já sofreu, na ida contra o Real encontrou dificuldades para concluir e levou perigo em apenas uma bola, já nos acréscimos do Bernabéu.

Contestado em toda a Alemanha pelo seu estilo bem peculiar, Guardiola e Bayern viam no jogo desta terça feira uma chance de calar os críticos e, quem sabe, embalar pela bi tríplice coroa, já que ganhou tudo na última temporada e caso chegasse a final da Champions isso poderia se repetir. 

Do outro lado, Ancelotti. Pensando em sua quarta final da Champions League. Técnico experiente, e com isso, muito calmo, não demorou em implantar sua filosofia. Trouxe de volta aos lados do Bernabéu calma. Calma executada a perfeição em Munique, usando suas palavras: “o 4-4-2 foi usado para defender e o 4-3-3 para atacar”, simples assim. Sem a bola, recuo de Bale, que ganhou a vaga de Isco, pela direita e a volta de Di Maria pela esquerda. Com ela, Bale e Ronaldo infernizando da ponta para o meio, contando com a chegada de Dí Maria e a distribuição precisa de Modric e Alonso. 

Guardiola trouxe Lahm para a lateral, afim de um apoio mais contundente. Abriu mão de um volante para iniciar o jogo a frente da zaga e veio de 4-2-3-1 que trazia como principal novidade, Muller. Um Bayern de muita posse e poucas finalizações, já que foram apenas três, todas pra fora, no primeiro tempo. Frente ao um Real que não se fechou como muitos esperavam e que surpreendeu quando Modric centrou e Ramos cabeceou para abrir o placar e calar a Allianz Arena.

Que viu um Real chegar a 44% de posse de bola e ampliar em outra cabeçada de Ramos, desta vez no centro do versátil Dí Maria. O Bayern que recuperou a posse espetou seus laterais no campo de ataque e empurrou o Real para trás, viu o rei dos contra-ataques ampliar na jogada do trio BBC. Benzema colocou Bale de frente para Neuer e o Galês ajeitou para Cristiano Ronaldo marcar o 15º gol na Champions 2013/14. Um recorde. 

Bayern no 4-2-3-1 e Real Madrid no 4-4-2/4-3-3. Execução perfeita do time de Ancelotti e três a zero no placar no primeiro tempo.
Fatura liquidada, restavam quarenta e cinco minutos para o Bayern diminuir o vexame. Guardiola voltou com Javi Martinez na vaga de Mandzukic. Muller foi trabalhar como falso nove e o time voltou para o 4-1-4-1. Finalizando mais, foram 18 tentativas, mas apenas quatro a meta de Casillas. Bayern que seguiu cruzando muito também, já sem a referência, foram 31 centros com 24 erros. – Nos dois jogos o Bayern cruzou 63 bolas na área do Real. 

Com Gotze e Pizarro nas vagas dos apagados Muller e Ribery, Guardiola sacramentou o esquema que implantou no inicio do segundo tempo. Ancelotti sacou Ramos que estava suspenso, já que perdeu Alonso para a final com o amarelo, e colocou Varane. Com o passar do tempo vieram Isco e Casemiro nas vagas de Benzema e Dí Maria. O Real terminou com Bale e Ronaldo mais avançados e fechou a pior noite de Guardiola como técnico com um golaço do melhor do Mundo. Falta por baixo da barreira e Real na final. 

Após 12 anos a história se repete, o Real elimina o Bayern em um mata a mata da Champions e vai a final. O Real Madrid de Modric, Pepe, Ramos e Dí Maria é favorito, seja quem for o adversário, em Lisboa no final de Maio. – Mas é sempre bom lembrar: favoritismo não garante título. 




Por Rai Monteiro (@_RaiMonteiro)