domingo, 20 de abril de 2014

Com superioridade no meio e velocidade para definir o São Paulo estreia com o pé direito no Brasileirão

Botafogo e São Paulo começaram o Brasileirão da mesma maneira que vem jogando, sem qualquer mudança. O Fogão, de técnico novo, manteve a escalação e a base tática da Libertadores e o São Paulo de Muricy veio com o mesmo time da Copa do Brasil, com Pato. A única mudança do time do Morumbi foi a entrada de Boschilia, atuando na segunda linha de quatro. O último homem desta linha ainda é a única dúvida de Muricy. Pabón, Osvaldo e o jovem da base disputam uma vaga. 

Ganso mais pela esquerda também foi novidade hoje, Boschilia pelo outro lado teve uma postura semelhante a do camisa dez, centralizando com a bola e dando espaço para as subidas de Douglas e Álvaro Perreira, e recuando sem ela para compactar as linhas. Recuo que pouco usado, pois o São Paulo teve 68% de posse de bola, em um primeiro tempo perfeito onde domínio o adversário.

Que contou com a péssima partida de sua dupla de volantes, o São Paulo ganhou o meio campo, mas foi pouco contundente no inicio. O time de Mancini, que não teve tempo para treinar e colocar suas ideias em pratica, foi com a base do de Duda. Faltou incisividade a Wallyson e Lodeiro, além do pouco dinamismo de Jorge Wagner, fatores que deixaram o "tanque" Ferreyra ainda mais isolado. 

Superioridade que se traduziu em gol, aos doze, no centro de Luis Fabiano para Antônio Carlos, que mesmo meio caído abriu o placar no Morumbi. O recuo de Pato para auxiliar os pontas na armação e preencher a intermediaria, além das subidas dos laterais surtiram efeito nove minutos após a abertura do placar: Com os dois laterais no apoio, Boschilia e Ganso pelo meio e Pato flutuando a frente da zaga, Douglas aproveitou o ótimo passe do atacante, entrou por trás da zaga, cortou Jefferson e ampliou no Morumbi. 

O 4-4-2 tricolor envolveu o Botafogo com as inserções de Ganso, Boschilia, A.Perreira e Douglas.  
Marcelo Mattos e Gabriel perdidos, Wallyson e Lodeiro pouco atuantes ofensiva e defensivamente, além de um miolo de zaga com vários buracos marcaram o primeiro tempo dos horrores no Fogão que teve 19 passes errados e voltou com Bolatti e Zeballos nas vagas de J.Wagner e Wallyson. Com linhas adiantadas e repaginadas no 4-3-3, o Botafogo voltou mais solto para a etapa final.

Mesmo com um ímpeto diferente, que até envolveu o São Paulo, o Botafogo voltou a sofrer com uma marcação descompactada. Pato recuou e Ganso fez a “flecha”, o atacante enfiou o camisa dez, livre de marcação, que viu Luis Fabiano passar e deixar Dória e Bolívar na linha burra. Passe preciso de Ganso, toque consciente de Luís e três a zero São Paulo:

Desprotegida a defesa do Botafogo sofreu com a velocidade tricolor.
Lodeiro comandava a mudança do Botafogo de 4-3-3 para 4-3-1-2, quando centralizava. Porém o time ainda não conseguia levar perigo ao gol de Rogério, já o São Paulo levava perigo nas descidas de Douglas que pegava um desatento Gabriel e um grande espaço de Julio César na marcação. Em uma dessas, Douglas achou Luís Fabiano que contou com o ótimo timing de Dória para cortar. O Botafogo chegou na parte final, com Zaballos na falta e Lodeiro na jogada pela esquerda, Rogério fez duas ótimas defesas. 

Com o passar do tempo Muricy mexeu, com Osvaldo e Pabón nas vagas de Boschilia e Pato, o São Paulo voltou ao 4-2-3-1 com Ganso centralizado. Nos minutos finais, a tônica tricolor foi pelo lado direito com Pabón e Douglas, em uma enviada de Luís Fabiano e em uma de Ganso, o colombiano fez Jefferson trabalhar. 

A vitória do São Paulo divide opiniões, sobre o poder ofensivo do São Paulo ou a fraqueza defensiva do Fogão, sendo uma coisa ou outra, ninguém pode dizer que o time de Muricy não mereceu os três pontos, a vitória contundente mostra um novo modelo de jogo que pode dar muito certo pelos lados do Morumbi.


Pela direita no 4-3-3 do segundo tempo, Zeballos deu uma nova tônica ao Botafogo, já o São Paulo abusou dos espaços as costas de Gabriel e Julio César com Pabón.



Por Rai Monteiro (@_RaiMonteiro)