O
confronto entre Vitória e Atlético-PR, nesta segunda rodada do Campeonato
Brasileiro, ficou marcada pelo confronto entre duas equipes rubro-negras e pelo
duelo tático entre os dois técnicos. Ney Franco e Miguel Àngel Portugal
posicionaram bem as duas equipes. Como os dois técnicos fizeram mostraram
trabalho, o placar acabou em 2 x 2. Mas até o fim do jogo, muito pôde ser
detectado.
Para
o início da partida, o Vitória começou no 4-3-3 e o Atlético Paranaense no
4-3-1-2:
Atlético-PR
de branco no 4-3-1-2 e Vitória de rubro-negro no 4-3-3.
No início da partida, as duas equipes procuraram o gol, e o jogo estava
bem jogado. Aos 11, o Vitória foi quem abriu o placar. Porém o gol saiu após
uma falha na saída de bola do Atlético. Enquanto o Furacão estava realizando
uma saída de três, João Paulo, o volante que recuou entre os zagueiros, avançou
precipitadamente sem bola. Como os laterais estavam posicionados próximos do meio
de campo e nenhum dos atacantes de lado do Vitória recuaram para marcá-los,
Cleberson acabou ficando em situação perigosa. Observe pelo flagrante a seguir,
a saída precipitada de João Paulo:
Com
João Paulo se adiantando, os laterais do Furacão próximos do meio de campo e
nenhum dos atacantes de beirada do Vitória voltando, Cleberson ficou sem opção
de passe curto (Reprodução: PFC).
Agora
sem opção de passe curto, o zagueiro do Atlético-PR acabou rebatendo a bola de
qualquer maneira à frente. Como este chute acabou batendo em Caio, a bola
sobrou para Dinei finalizar tendo somente o goleiro do Furacão à sua frente.
Esta subida de Caio
junto com a não acompanhamento nos laterais adversários dos seus atacantes de
lado parecem ter sido bem treinadas. Já que o Furacão tem realizado esta saída
de três desde o início do ano, e ao não voltarem acompanhando os laterais
adversários, os atacantes de lado realizam uma igualdade numérica perigosa para
o time adversário.
Como
Cleberson não tinha opção de passe curtos à sua direita e à sua esquerda, a
rebatida foi a sua opção. Mas como esta não era a melhor escolha, a bola acabou
ficando ajeitada para Dinei abrir o placar na Bahia (Reprodução: PFC).
Com
a vantagem no placar, o Vitória passou a iniciar a marcação próximo do meio de
campo e a aproximar o sistema defensivo no 4-1-4-1, mas os seus atacantes de
lados continuaram a não voltar acompanhando os laterais adversários. Como o
Furacão ainda estava acordado no primeiro tempo, o Leão fez o seu segundo gol
após uma cobrança de lateral. O Atlético-PR estava precisando do seu técnico.
No intervalo, foi a
vez de Miguel Àngel Portugal aparecer. O técnico do Furacão alterou o esquema
tático para o 4-4-2 em linha, pois percebeu que a falta de composição defensiva
dos atacantes do Vitória era a via facilmente utilizada. Além de notar esta
falha defensiva do Leão, o técnico do Atlético também manteve a constante
movimentação ofensiva dos seus jogadores de frente realizada no primeiro tempo.
Veja pelo próximo flagrante, a projeção à frente de Paulinho Dias e a troca de
posição entre Marcelo e Marcos Guilherme:
Mesmo
com o avanço de Paulinho Dias e a troca de posição entre Marcelo e Marcos
Guilherme, a estrutura do 4-3-1-2 se manteve por todo primeiro tempo
(Reprodução: PFC).
Com
a superioridade numérica pelos lados, o Furacão conseguia sair tocando a bola
desde o seu campo defensivo e realizava a passagem pelos lados para o campo
ofensivo com facilidade. Tanto que os dois gols do Atlético-PR foram iniciados
pelos lados do campo ofensivo. Note pelo próximo flagrante, a superioridade numérica
atleticana sendo realizada pelo lado direito do seu ataque:
Pelo
flagrante, nota-se dois jogadores do Atlético-PR e somente um jogador do
Vitória dando combate nos dois. Com esta superioridade numérica no setor, a
jogada do segundo gol do Furacão na partida foi realizada (Reprodução: PFC).
Agora
com o empate, o Vitória acabou subindo ao ataque com mais jogadores, passou a
buscar o gol de desempate e a ficar mais tempo com a bola em campo ofensivo.
Porém, como o Atlético-PR já vinha jogando desde o começo do ano com 2 linhas
de 4 como formação do seu sistema defensivo, o time baiano pouco ameaçou nos
últimos 10 minutos de jogo.
Fim
de jogo: Atlético-PR no 4-4-2 em linha e Vitória no 4-3-3.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)