domingo, 27 de abril de 2014

Duelo tático rubro-negro na Bahia

O confronto entre Vitória e Atlético-PR, nesta segunda rodada do Campeonato Brasileiro, ficou marcada pelo confronto entre duas equipes rubro-negras e pelo duelo tático entre os dois técnicos. Ney Franco e Miguel Àngel Portugal posicionaram bem as duas equipes. Como os dois técnicos fizeram mostraram trabalho, o placar acabou em 2 x 2. Mas até o fim do jogo, muito pôde ser detectado.
Para o início da partida, o Vitória começou no 4-3-3 e o Atlético Paranaense no 4-3-1-2:

Atlético-PR de branco no 4-3-1-2 e Vitória de rubro-negro no 4-3-3.

No início da partida, as duas equipes procuraram o gol, e o jogo estava bem jogado. Aos 11, o Vitória foi quem abriu o placar. Porém o gol saiu após uma falha na saída de bola do Atlético. Enquanto o Furacão estava realizando uma saída de três, João Paulo, o volante que recuou entre os zagueiros, avançou precipitadamente sem bola. Como os laterais estavam posicionados próximos do meio de campo e nenhum dos atacantes de lado do Vitória recuaram para marcá-los, Cleberson acabou ficando em situação perigosa. Observe pelo flagrante a seguir, a saída precipitada de João Paulo:

Com João Paulo se adiantando, os laterais do Furacão próximos do meio de campo e nenhum dos atacantes de beirada do Vitória voltando, Cleberson ficou sem opção de passe curto (Reprodução: PFC).

Agora sem opção de passe curto, o zagueiro do Atlético-PR acabou rebatendo a bola de qualquer maneira à frente. Como este chute acabou batendo em Caio, a bola sobrou para Dinei finalizar tendo somente o goleiro do Furacão à sua frente.
        Esta subida de Caio junto com a não acompanhamento nos laterais adversários dos seus atacantes de lado parecem ter sido bem treinadas. Já que o Furacão tem realizado esta saída de três desde o início do ano, e ao não voltarem acompanhando os laterais adversários, os atacantes de lado realizam uma igualdade numérica perigosa para o time adversário.

Como Cleberson não tinha opção de passe curtos à sua direita e à sua esquerda, a rebatida foi a sua opção. Mas como esta não era a melhor escolha, a bola acabou ficando ajeitada para Dinei abrir o placar na Bahia (Reprodução: PFC).

Com a vantagem no placar, o Vitória passou a iniciar a marcação próximo do meio de campo e a aproximar o sistema defensivo no 4-1-4-1, mas os seus atacantes de lados continuaram a não voltar acompanhando os laterais adversários. Como o Furacão ainda estava acordado no primeiro tempo, o Leão fez o seu segundo gol após uma cobrança de lateral. O Atlético-PR estava precisando do seu técnico.
          No intervalo, foi a vez de Miguel Àngel Portugal aparecer. O técnico do Furacão alterou o esquema tático para o 4-4-2 em linha, pois percebeu que a falta de composição defensiva dos atacantes do Vitória era a via facilmente utilizada. Além de notar esta falha defensiva do Leão, o técnico do Atlético também manteve a constante movimentação ofensiva dos seus jogadores de frente realizada no primeiro tempo. Veja pelo próximo flagrante, a projeção à frente de Paulinho Dias e a troca de posição entre Marcelo e Marcos Guilherme:

Mesmo com o avanço de Paulinho Dias e a troca de posição entre Marcelo e Marcos Guilherme, a estrutura do 4-3-1-2 se manteve por todo primeiro tempo (Reprodução: PFC).

Com a superioridade numérica pelos lados, o Furacão conseguia sair tocando a bola desde o seu campo defensivo e realizava a passagem pelos lados para o campo ofensivo com facilidade. Tanto que os dois gols do Atlético-PR foram iniciados pelos lados do campo ofensivo. Note pelo próximo flagrante, a superioridade numérica atleticana sendo realizada pelo lado direito do seu ataque:

Pelo flagrante, nota-se dois jogadores do Atlético-PR e somente um jogador do Vitória dando combate nos dois. Com esta superioridade numérica no setor, a jogada do segundo gol do Furacão na partida foi realizada (Reprodução: PFC). 

Agora com o empate, o Vitória acabou subindo ao ataque com mais jogadores, passou a buscar o gol de desempate e a ficar mais tempo com a bola em campo ofensivo. Porém, como o Atlético-PR já vinha jogando desde o começo do ano com 2 linhas de 4 como formação do seu sistema defensivo, o time baiano pouco ameaçou nos últimos 10 minutos de jogo.

Fim de jogo: Atlético-PR no 4-4-2 em linha e Vitória no 4-3-3.


Por Caio Gondo (@CaioGondo)