Para jogar o histórico ano
de 1999, Luiz Felipe Scolari montou o elenco desde 1997. Ou seja, muitos
jogadores foram e saíram do Palmeiras até a consagração com o título da Copa
Libertadores da América. Para facilitar a compreensão do leitores nos próximos posts,
a Prancheta Tática vai mostrar e descrever taticamente os principais jogadores
do elenco alviverde no ano de 1999.
Veloso
Goleiro titular até o segundo
jogo na fase de grupos contra o Corinthians, na Copa Libertadores da América.
Por estar no clube e titular desde 1994, Veloso era a experiência e a segurança
no gol do Palmeiras. O goleiro viveu e jogou na conquista do Campeonato
Brasileiro de 1994 e no Bicampeonato Paulista de 1994 e 1996; ou seja, Veloso
era a experiência que o sistema defensivo alviverde precisava para disputar um
torneio continental. Porém não foi bem assim. Marcos, o goleiro do
pentacampeonato da Seleção Brasileira, foi o protagonista por grande parte do
ano 1999 no Palmeiras.
Marcos
Com a lesão do titular
Veloso na véspera do segundo jogo na fase de grupos contra o Corinthians e com
a contusão do reserva Sérgio, Marcos foi assumir a meta do Palmeiras na
“fogueira”. Porém como ele respondeu de forma muito boa, o novo goleiro passou
a ser o titular desde então. Após esta partida, Marcos jogou diversos jogos
muito bem, como as duas mãos da quartas de final contra o arquirrival alvinegro
pela Libertadores. Depois dessas incríveis atuações, Marcos passou a ser
conhecido como São Marcos, devido aos seus milagres.
Francisco Javier Arce
O lateral direito paraguaio
era uma das peças chaves do elenco palmeirense para o tipo de jogo que Felipão
utilizou no Palmeiras. Arce era o dono de todas as bolas paradas. Enquanto
estivesse em campo, o paraguaio cobrava falta, escanteio e pênalti. E em todos
eles, este jogador batia com incrível precisão. Além dessas bolas paradas, este
lateral direito realizava incríveis cruzamentos. Ou seja, para um time que
utilizava dos cruzamentos como o Palmeiras de 1999, Arce era fundamental.
Porém, ao mesmo tempo em que era fundamental nas bolas levantadas, o paraguaio
não era tão incrível na composição e marcação. Tanto que, invariavelmente, Arce
tinha o seu lugar ocupado por Rogério –um volante que sabia cruzar bem.
Júnior Baiano e Agnaldo
Flagrante do posicionamento de "sobra" de Júnior Baiano contra o Vasco. Jogo válido pela 2ª mão das oitavas de final da Copa Libertadores da América (Reprodução: Rede Globo). |
Flagrante do posicionamento de Agnaldo contra o River Plate. Partida Válida pela 2ª mão da semifinal da Libertadores daquele ano.(Reprodução: Rede Globo) |
Roque Júnior e Cléber
Diferentemente dos dois
zagueiros anteriormente descritos, Roque Júnior e Cléber foram os zagueiros do
combate à frente do outro zagueiro e de não participar das saídas curtas do
time. Tanto que eles se omitiam quando a bola estava para ir para eles, e
quando ela ia para eles, Roque e Cléber realizavam poucos toques e já passava a
bola para outro companheiro. Por ter pouco experiência na época, Roque Júnior
havia iniciado a campanha do título da Libertadores como 1° volante e titular,
mas perdeu a vaga no meio com o decorrer do ano. Porém recuperou a vaga no time
titular como zagueiro -vaga esta que Cléber estava ocupando - tanto que foi o
zagueiro titular ao lado de Júnior Baiano na final do Mundial contra o
Manchester United.
No flagrante, Cléber parte para dar o combate no atacante adversário, enquanto que Júnior Baiano se posiciona para a cobertura da linha defensiva (Reprodução: Rede Globo). |
Júnior
Este lateral esquerdo jogou
muito no ano de 1999. Júnior tinha velocidade para atacar e defender, fazia a
composição defensiva bem, cruzava bem, entrava na diagonal e pelo lado,
driblava, ou seja, ele foi muito bem! Este lateral pode não ser considerado o
melhor lateral esquerdo de todos os tempos do Palmeiras, pois Roberto Carlos já
passou no clube, mas que pelo ano de 1999, Júnior está entre os melhores da
história na posição do Verdão.
César Sampaio
O capitão da equipe e a
inteligência em campo. Por ter acabado de participar do vice-campeonato mundial
pelo Brasil na Copa do Mundo de 1998 e por fazer parte do histórico elenco
alviverde de 93/94, César Sampaio jogou o ano de 1999 de forma incrível. Este
jogador iniciou a campanha do título da Libertadores como segundo volante,
porém conforme a necessidade, este volante se tornava o primeiro volante do
losango alviverde. Por jogar incrivelmente bem nas duas posições, César Sampaio
pouco saía da equipe titular.
Como primeiro volante, César
Sampaio participava da saída de três do Palmeiras e, também conforme a
composição do ataque adversário, ele recuava entre os zagueiros em situações
defensivas.
Já como segundo volante,
Sampaio fazia o lado direito do losango alviverde. Porém como não realizava a
dobra ofensiva com Arce, o volante, normalmente, era posicionado como o 1°
volante. Entretanto, nas duas funções, o capitão palmeirense de 1999 realizava
com grandeza as suas habilidades técnicas e táticas.
Flagrante de César Sampaio posicionado na direita do losango alviverde contra o Manchester United. Jogo válido pelo Campeonato Mundial de 99 (Reprodução: TyCSports). |
Galeano
Este volante era reserva, mas sempre esteve apto para jogar. Tanto que ele jogou como 1° volante, de 2° volante e, até, de zagueiro, ao longo de 1999. Galeano não apresentava tanta habilidade com os pés, mas tinha boa noção de posicionamento. Deste modo justificando as suas entradas no time nas diversas posições.
Flagrante do Galeano como 1º volante contra o River Plate. Partida válida pela 2ª mão da semifinal da Copa Libertadores de 99 (Reprodução: Rede Globo). |
Rogério
Este jogador, que tinha 22
anos em 1999 e que já estava no Palmeiras desde 1996, foi se tornando cada vez
mais importante com o decorrer de 1999. Apesar de ser reserva no início do ano,
Rogério era o segundo volante pela direita que realizava a dobra ofensiva na
lateral com Arce. Por ambos terem boa precisão nos cruzamentos, o lado direito
do Palmeiras era muito bom para cruzar quando ambos jogavam juntos. Por este
motivo que Rogério foi se tornando titular ao longo de 1999.
Flagrante do posicionamento de Galeano como zagueiro contra o Corinthians. Jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 99 (Reprodução: Rede Globo) |
Zinho
Tetracampeão mundial pela Seleção Brasileira em 1994 e, até 1999, Tricampeão Brasileiro, Zinho era a experiência e inteligência no meio de campo do Palmeiras. Com este jogador, o Verdão tinha a composição defensiva pela esquerda no losango do meio de campo, movimentação ofensiva inteligente e, por fim, o percepção de quando acelerar ou diminuir o ritmo do jogo no meio de campo. Zinho era tão fundamental que não saía nem quando o time atacava com três atacantes.
Flagrante de Rogério em situação defensiva na direita do losango alviverde (Reprodução: Rede Globo) |
Alex
A jovem promessa da equipe
titular. Por ser tão jovem em um elenco tão experiente que jogava grandes
competições, assim como o próprio Alex já assumiu, ele não conseguiu realizar
apresentações em grande nível em partidas seguidas pelo Palmeiras naquele ano.
Deste modo assumindo o apelido que a torcida do Verdão o deu na época: jogador
vaga-lume. Mas apesar dessa inexperiência, Alex já apresentava a incrível
técnica com os pés e inteligência de jogo. Porém devido às funções ordenadas à
ele, Alex pouco recuava e dava combate no adversário. Por ser um “vaga-lume” em
campo, o camisa 10 alviverde de 1999 invariavelmente era substituído.
Evair
O ídolo da torcida havia
voltado para o clube aquele ano. Por estar com 34 anos e sem estar no elenco
alviverde desde a chegada de Felipão em 1997, Evair foi reserva do time em
1999. Mas apesar de ser reserva, Evair, frequentemente, entrava com decorrer
dos jogos. Por já ter passado no clube nos anos de 93/94 e por ser Tricampeão
Brasileiro, este jogador -que já recuava para realizar o seu jogo como
atacante- constantemente foi colocado como o meia central do time. Como
frequentemente Evair entrou quando o time estava perdendo, ele também fez a
composição do trio ofensivo com Paulo Nunes e Oséas.
Paulo Nunes
Este jogador estava
inspirado naquele ano. Por ser jogador de confiança de Felipão na época (Paulo
Nunes e Luiz Felipe estiveram juntos no histórico Grêmio de 1995), Paulo Nunes
foi titular desde que chegou no Palmeiras em 1998. Além de ser um jogador de
confiança do comandante, o camisa 7 do Verdão jogava aberto pelos dois lados e
também como segundo atacante, e nas duas funções, o jogador realizava com
intensidade e precisão nas finalizações (tanto nos chutes quanto nas cabeçadas).
Paulo Nunes foi importantíssimo para o Palmeiras de 1999.
Oséas
O jogador alvo da maioria
dos cruzamentos do time. Oséas, que havia realizado uma ótima passagem pelo Atlético-PR
em 95 e 96, chegou no Palmeiras logo a seguir. Em 1997, este jogador iniciou a
dupla com Paulo Nunes que iria alcançar o auge em 1999. Oséas era alto, meio
lento, tinha ótima noção de posicionamento na área e ótimo cabeceador, mas não era
tão bom assim com a bola no pé. Devido à essa falta de habilidade e lentidão
que ele perdeu a sua titularidade para Asprilla, logo após a chegada do
colombiano no time paulista. Porém até se tornar reserva, Oséas foi
protagonista do ataque alviverde ao lado de Paulo Nunes.
Flagrante de Evair como meia central do losango alviverde (Reprodução: Rede Globo). |
Euller
O filho do vento. Euller era
o talismã do elenco alviverde. As entradas dele na equipe ocasionaram diversas
mudanças de postura do equipe e, muitas delas, gerando a virada no placar. A
entrada mais épica naquele ano foi contra o Flamengo, partida válida pelas quartas-de-final
da Copa do Brasil de 1999. Euller frequentemente entrava aberto para realizar a
sua costumeira correria em cima de um dos laterais adversários. Ele era tão
rápido que poucos adversários conseguiam vencê-lo na velocidade.
Evair entrava para
aumentar o número de atacantes alviverdes. No flagrante, Evair passou a compor o lado esquerdo do trio ofensivo do Verdão (Reprodução: Rede Globo). |
Asprilla
O colombiano chegou após a
conquista do Palmeiras da Copa Libertadores da América de 1999. Mas apesar de
ter chego “tarde”, Asprilla se tornou titular ao longo do segundo semestre.
Tanto que foi o atacante titular ao lado de Paulo Nunes na final do Mundial
contra o Manchester United. Este jogador era obediente taticamente e cumpria
fielmente qualquer funções no ataque (atacante de lado, segundo atacante e como
centroavante). Deste modo, com Asprilla e Paulo Nunes, o ataque alviverde se
tornou mais imprevisível tanto no quesito tático quanto na velocidade. Como o
colombiano fazia a composição defensiva pelo lado, qualquer que fosse o seu
companheiro de ataque, este podia não voltar para o campo defensivo.
Flagrante
da composição com dois atacantes do Palmeiras de 99.
No ataque, a dupla Paulo
Nunes e Oséas alinhados
(Reprodução: Rede Globo)
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Em seguida, os demais flagrantes táticos da equipe:
Confira o primeiro post do especial, clicando aqui.
No
flagrante, Paulo Nunes compõe o lado direito
do ataque composto por 3 atacantes
(Reprodução: Rede Globo).
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No
jogo contra o Internacional no Campeonato Brasileiro de 99,
Asprilla fez
dupla de ataque com Paulo Nunes
(Reprodução: Rede Globo).
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Por fim e para servir como aperitivo para o próximo post, no desenho tático abaixo está o time que mais jogou como titular em 1999 e os reservas. Cada jogador está na posição na qual mais jogou e que realizava com maior eficiência:
O
time titular está de verde e no esquema base da equipe, o 4-3-1-2. Já os
reservas estão de branco e no 4-3-3.
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Por Caio Gondo (@CaioGondo)