quinta-feira, 3 de abril de 2014

Vitória contra o Ceará aproxima o Sport do título da Copa do Nordeste!



Na Ilha do Retiro, o Sport deu um importante passo para o título da Copa do Nordeste 2014, ao vencer o Ceará por 2 a 0, no jogo de ida da final. Apesar do maior volume de jogo e posse de bola do time cearense, o Sport teve mais inteligência na parte estratégia, marcando com as linhas predominantemente postadas dentro de sua própria intermediária e tentando encontrar espaço num contra-ataque. Ou seja, proposta de jogo claramente “reativa”, buscando jogar no erro de seu adversário.
O Ceará se posicionava numa espécie de 4-3-1-2 losango, com Ricardinho recuando um pouco mais e aproximando-se de João Marcos para a recepção do primeiro passe vindo do mesmo, ou seja, era o “carrillero” mais participativo na saída de bola e que também comandava a distribuição da pelota pela meia-cancha cearense. Rogerinho se projetava mais à frente, ora por dentro, ora nas proximidades do lado esquerdo do ataque. Magno Alves se movimentava intensamente, procurando principalmente as incursões pelo meio, nas costas dos volantes adversários, visando geralmente, o chute de fora de área, porém, também caindo pelos lados, em algumas situações.
A equipe cearense tinha qualidade para fazer a bola rodar com qualidade pelo ataque, porém, apresentava problemas na penetração, principalmente por causa dos erros nas fases finais de construção de jogadas. Por vezes, tentava a jogada pelos flancos com as investidas de Samuel Xavier e Vicente, porém, sem muito sucesso. Outra dificuldade da equipe era a transição defensiva, por causa da lentidão na recomposição, deixando espaços em seu sistema defensivo para o contra-ataque do Sport.
O Leão da Ilha entrou no habitual 4-2-3-1, que podia fechar duas linhas de quatro sem a bola, com Ananias e Erico Junior acompanhando as passagens de Samuel Xavier e Vicente respectivamente e recuando pelos seus extremos até a altura dos volantes Ewerton Páscoa e Rodrigo Mancha, enquanto que Aílton podia se alinhar com Neto Baiano por dentro. O Sport normalmente marcava em bloco médio/baixo, dentro de seu próprio campo, com Páscoa e Mancha podendo adiantar o combate pelo meio, cercar os espaços do portador da bola ou até fechar linhas de passe. Quando tentava apertar a saída de bola do Ceará, Neto Baiano geralmente era a referência pro primeiro combate ao centro, enquanto que Erico Junior e Ananias encostavam nos laterais em caso de abertura de jogada. A marcação leonina não era voraz, não pressionava tão intensamente e buscava encurtar espaços para a progressão vertical de seu oponente, contando com participação direta de 8 ou até 9 jogadores, com dedicação para combater, cercar espaços e cumprir com as tarefas defensivas. Esse comprometimento tático é algo muito importante no futebol moderno
A proposta de jogo do Sport era jogar no contra-ataque, mas muitas vezes, tinha dificuldades na transição defesa-ataque, principalmente quando o Ceará adiantava suas linhas para tentar pressionar na intermediária rubro-negra, de modo que os defensores leoninos eram obrigados a utilizar da bola longa para o campo de ataque, nessas situações. Aílton também recuava bastante por dentro para ocupar a linha de volantes, receber a pelota e servir de recurso para mantê-la em circulação/posse dos pernambucanos. Buscava-se muito as jogadas com Neto Baiano, que em várias ocasiões, recebia de costas para o marcador, tentando proteger ou encontrar espaço para prosseguir na jogada. Apesar de sua limitação técnica, Neto foi decisivo, marcando o primeiro gol, após assistência de Ananias.
No final, o Sport teve melhora em sua dinâmica e movimentação ofensiva com as entradas de Danilo, que fazia a dobradinha com Renê pelo flanco esquerdo, e Rithely, que deu mais velocidade por dentro, transitando rapidamente entre as intermediárias, conduzindo a pelota de trás nos contra-ataques e alcançando a linha dos meias. Patric também teve participação importante no final, com saída rápida pelo lado direito, boa chegada à frente e no cruzamento para o gol de Danilo.


Por João Elias Cruz (@joaoeliascruzzz)