segunda-feira, 7 de abril de 2014

Jogando nos erros do Sport, Santa Cruz vence o jogo de ida da semi-final do Pernambucano!


No Estádio do Arruda, Santa Cruz e Sport duelaram pelas semi-finais do Campeonato Pernambucano. Com uma estratégia eficiente, explorando os erros do Sport, o Tricolor levou a melhor e venceu por 3 a 0. Com o resultado, tem a vantagem do empate para o jogo da volta, porém, no regulamento, saldo de gols não entra como critério de desempate.
O Santa Cruz entrou num 4-3-1-2 com formato de losango no meio-campo, que iniciava a marcação a partir da intermediária ofensiva, na saída de bola do Sport, combatendo na abertura de jogada para os laterais Patric e Danilo e o volante do primeiro passe(geralmente Ewerton Páscoa) quando o mesmo recuava para receber a pelota à frente dos zagueiros e vinda dos mesmos. Léo Gamalho era a referência para o primeiro combate ao centro e por vezes, Raul se adiantava e formava uma linha de pressão de 3 jogadores, através de seu alinhamento com Gamalho e Flávio Caça-Rato. Em alguns momentos, o time coral abaixava a pressão e dava mais espaço para que os zagueiros Ferron e Durval saíssem jogando, através de progressões verticais curtas, tentando encontrar alguém livre para fazer um passe ou circulando a bola entre eles no campo de defesa e esperando um momento para o passe com a aproximação de alguém.
A marcação coral conseguiu anular a força rubro-negra pelo seu flanco direito(onde costumeiramente o Sport faz boas jogadas através da dobradinha entre o lateral Patric e o extremo Felipe Azevedo), através da vitória pessoal do lateral-esquerdo Zeca no duelo individual contra Azevedo e no acompanhamento individual de Patric, com o retorno de Flávio Caça-Rato sem a bola para acompanhar a sua projeção no campo de ataque. Além disso, Patric tinha problemas na composição da linha de 4 com rapidez, deixando espaços em suas costas, principalmente na diagonal, de modo a exigir o deslocamento do zagueiro Ferron para a cobertura/combate.
A proposta de jogo coral visava o contra-ataque/transição rápida pelos lados do campo, usando lançamentos e enfiadas de bola, e na fase organizada de ataque, buscava a valorização/circulação da posse de bola no seu meio-campo e uso nas passagens dos laterais, tanto com Oziel pela direita como com Zeca pela esquerda, além da movimentação constante de Léo Gamalho, saindo bastante da área, abrindo na ponta para tentar criar e buscando espaços para finalizar ou trabalhar de costas, no pivô. Flávio Caça-Rato circulava por todo o ataque, recuando para o meio, buscando aparições por dentro do ataque e caindo pelos lados para a recepção de lançamentos, principalmente na direita, nas costas de Patric.
A entrada de Rithely no time titular do Sport, no lugar que era de Aílton, fez com que o Leão da Ilha perdesse em controle de bola, cadência no meio-campo e também em poder de construção de jogadas. Os erros na intermediária e na saída pro jogo dificultavam bastante com que a transição entre os setores ocorresse com qualidade e conseqüentemente, que a bola pudesse chegar limpa ao ataque. Rithely alternava bastante de posicionamento, ora postado à frente de Páscoa e Mancha, ora formando quase que um tripé no meio com os mesmos e caindo, por vezes, mais próximo da meia-direita.
Sem a bola, o Sport tinha uma marcação que visava mais a ocupação e o preenchimento dos espaços no meio-campo do que a pressão, ou seja, não era uma marcação voraz e permitia que o Santa circulasse a bola entre seus jogadores, porém, tentava reduzir os espaços para a penetração e progressão vertical na direção da área. A equipe leonina normalmente marcava em bloco médio, com suas linhas postadas dentro de sua própria intermediária e Neto Baiano geralmente fazendo o cerco inicial mais à frente, médios podendo adiantar o combate, encaixes individuais por setor, inclusive quando jogadores corais saíam de seu posicionamento original para dar opção/linha de passe e/ou buscar jogo mais atrás e o jogador que estivesse mais próximo do homem que se deslocava era quem cercava-o ou o acompanhava de perto. Também podiam se formar duas linhas de quatro, com Rithely recuando por dentro, Felipe Azevedo e Ananias abertos, um dos volantes um pouco mais contido e o outro mais adiantado pelo meio, ou por vezes, quase que uma linha de 5 jogadores no meio-campo, ou seja, em números, algo próximo de um 4-1-4-1, nessas situações.
Na segunda etapa, o Santa Cruz soube usar de sua inteligência para fazer o resultado, jogando em velocidade no contra-ataque, com mais movimentação entre suas faixas de meio e ataque e também maior agressividade com a posse de bola em relação ao primeiro tempo. Sem a bola, marcava de forma compacta, negando espaços e contando com participação e muita dedicação de seus jogadores. O Sport sofreu na articulação de jogadas pela pouca qualidade de sua saída de bola, criatividade limitada de Renan Oliveira(que partia do centro da cancha, por vezes, buscava jogadas pelos flancos, mas se distanciava muito do gol), além de ter perdido em pegada e recuperação de bola no meio-campo com a saída de Rodrigo Mancha e a entrada de Aílton. Os méritos do Santa Cruz, a falta de equilíbrio e as deficiências apresentadas pelo Sport em seu modelo de jogo ofensivo, além dos erros de Eduardo Baptista nas substituições, marcaram a partida.