Adílson
Batista contou com praticamente a força máxima para a partida desse domingo,
tendo apenas um desfalque de última hora na lateral esquerda, Diego Renan. Por
sua vez, o treinador rubro-negro Jayme de Almeida realizou algumas mudanças na
equipe, graças aos desfalques e ao cansativo retorno de uma viagem
internacional. João Paulo foi vetado pelo departamento médico, dando lugar a
Frauches, zagueiro de origem, porém improvisado na lateral esquerda. Além
disso, Éverton não iniciou a partida, sendo Lucas Mugni o titular, alterando
taticamente o meio-campo rubro-negro.
O Vasco da Gama no
4-3-3 e o Flamengo no 4-3-1-2.
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Os
onze cruzmaltinos foram organizados em um 4-3-3, similar ao usado na semifinal
contra o Fluminense. Exploraram com frequência os lados do campo, especialmente
o direito, onde Everton Costa frequentemente se movia em direção a linha de
fundo para realizar cruzamentos ao meio da área, e em alguns momentos fazia a
diagonal buscando a triangulação ou o arremate em gol. Guiñazú, ligeiramente à
esquerda, fez o papel de primeiro-volante, sendo crucial no sucesso da marcação
do Vasco na primeira etapa, dando combate com qualidade, cobrindo os espaços
deixados pelo avanço dos laterais, e em alguns momentos se posicionando entre
os zagueiros e guardando a posição, como um anchor
man. Douglas jogou na faixa central do campo, tendo como função principal a
armação, buscando realizar passes aos flancos e ao meio. Frequentemente recuava
à intermediária para receber a bola e construir o jogo desde o campo defensivo.
Defensivamente o Vasco era organizado, possuindo um forte poder de marcação,
não possuindo linhas defensivas bem definidas, e sem pressionar muito a saída
de bola adversária, mas procurando conter os avanços, e neutralizar os
jogadores mais avançados.
A
equipe da Gávea entrou em campo com três volantes, formando um 4-3-1-2.
Possuindo uma proposta de contra-ataque, pouco conseguiram criar, pela falta de
conexão entre os setores e o isolamento dos jogadores mais avançados,
consequência da forte marcação vascaína. Frauches foi uma má escolha de Jayme
para a posição, não tendo feito bom papel tanto em termos ofensivos quanto
defensivos. Luiz Antônio jogou como segundo-volante, avançando pela direita em
alguns momentos. Lucas Mugni jogava com liberdade à frente da trinca de
volantes, com objetivo de armar as jogadas, porém pouco fez enquanto esteve em
campo. Em alguns momentos procurou avançar pela direita, alterando o padrão
tático. Paulinho e Alecsandro, os atacantes, ficaram isolados e tiveram poucas
chances inicialmente, muitas vezes tendo que recuar muito para participar do
jogo. Em termos defensivos, os rubro-negros possuíam forte presença no meio,
porém, eram vulneráveis pelo lado esquerdo. Ainda assim, não permitiram muitas
chances claras por parte do arquirrival.
O
Vasco da Gama iniciou a partida no controle das ações ofensivas. Os avanços
pelo lado direito se constituíam na grande arma do Gigante da Colina, que após
onze minutos já traduzia o domínio em gol, com o beque Rodrigo em belo cabeceio
após refinado escanteio cobrado por Douglas.
Após
o gol, o Flamengo passou a esboçar jogadas e avanços, porém esbarrava na forte
marcação cruzmaltina, comandada pelo incansável Guiñazú, que desarmava e cobria
espaços primorosamente ao longo da primeira etapa. Até o fim do primeiro tempo,
o controle do Vasco era claro, tendo reflexos nos expressivos números de posse
de bola, próximo de 60% a favor, e no fato de o adversário não ter finalizado
uma única vez em gol.
A
segunda etapa iniciou-se com uma modificação: Mugni, após má atuação, foi
substituído por Gabriel, que passou a fazer a ala esquerda, auxiliando Frauches
na marcação, enquanto Paulinho foi deslocado ao meio. O Flamengo entrou com
outra postura na partida, e o domínio do Vasco foi sendo equilibrado aos
poucos. O lance-chave da partida aconteceu aos dez minutos da etapa derradeira,
onde o principal nome do jogo até então, Everton Costa, levou o segundo cartão
amarelo após falta sobre Frauches.
Percebendo
o momento, Jayme entrou com Everton no lugar de Frauches, não alterando
taticamente a equipe rubro-negra, mas causando uma enorme mudança de atitude. A
essa altura, o Flamengo já era soberano na posse da bola e nas ações ofensivas.
Com espaço na intermediária adversária, Paulinho acertou um belo chute no canto
direito de Martín Silva para igualar o placar.
Adílson
buscou então, reforçar seu sistema defensivo trocando Reginaldo por Fellipe
Bastos, que passou a fazer a ala direita, em uma tentativa de conter os avanços
de Éverton, porém a equipe tinha problemas, não conseguindo manter a bola e sendo
nula no ataque. A equipe passou a exibir um 4-4-1, com Edmílson fazendo a ala
esquerda, e Douglas solto à frente da linha de quatro.
A
próxima cartada de Jayme foi a entrada de Negueba no lugar do lateral Léo.
Enquanto Negueba passou a ocupar a ponta esquerda, Gabriel então foi para o
meio, Paulinho para a ponta direita, e Luiz Antônio deslocado para a lateral
direita. O treinador se aproveitava da polivalência de vários jogadores do
plantel flamenguista para inteligentemente tornar a equipe mais ofensiva.
Paulinho e Negueba constantemente invertiam posições, confundindo a marcação
adversária. O Vasco procurava apenas conter os avanços do rival, e sair em
raros contra-ataques.
As bolas paradas pareciam
ser a única arma possível para o Vasco, que em algumas tentativas chegou a
causar certo perigo à meta de Felipe. As entradas de Thalles e Bernardo na
equipe vascaína estabilizaram a marcação e diminuíram o ímpeto do Flamengo pelo
segundo gol, e a igualdade permaneceu nos minutos finais. Nas circunstâncias,
pode-se considerar um bom resultado do Vasco, e apesar de ainda ser uma decisão
aberta, a vantagem do empate é do Flamengo para o jogo de volta. Assim estavam
as equipes após todas as substituições:
Após
a expulsão e as substituições, o Vasco no 4-4-1 e o Flamengo no 4-2-3-1.
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Por Felipe de Faria