Neste domingo, a equipe comandada por Marquinhos Santos
exibiu um 4-2-3-1 sem um atacante fixo no centro. Dessa forma, na transição
ofensiva, Anderson Talisca e Maxi Biancucchi alternavam-se no posicionamento
mais centralizado do ataque, ambos na função de falso nove, saindo da posição
central frequentemente e confundindo a marcação. Pela direita, Talisca era o
ponto-chave da criatividade da equipe, com passes incisivos e jogadas
individuais, onde geralmente procurava realizar a diagonal. O experiente meia Lincoln
armava com qualidade a partir da faixa central, ditando o tempo das ações
ofensivas, enquanto pela ponta esquerda, Rhayner realizava a função de winger, tendo constantemente a companhia
do lateral Pará, que com seus avanços, foi crucial para a vitória.
O Botafogo, por sua vez, posicionava-se no 4-2-2-2, com dois
atacantes de movimentação, em especial Emerson, que buscava o jogo em ambos os
lados do campo, sendo um dos poucos a causar algum tipo de preocupação ao
sistema defensivo tricolor. Sua condição física ainda não era das melhores, o
que justificou sua queda de rendimento no segundo tempo. Pela ausência de um
meia centralizado, os dois volantes alvinegros, Gabriel e Bolatti, possuíam
mais liberdade e espaço para avançar e participar das ações ofensivas. Daniel e Lodeiro (depois
Jorge Wagner) jogavam mais abertos, encostando nos atacantes em alguns momentos. Assim como
em muitas partidas desse ano, faltou incisividade ao ataque botafoguense, que
ficou restrito a finalizações de fora da área.
Apesar de um equilíbrio inicial, o tricolor baiano se mostrou
sereno e dominante na maior parte do jogo, possuindo uma precisão de passes
notável (93%) e velocidade na transição ofensiva. A partir do gol que lhes
garantia os três pontos, os contra-ataques rápidos a partir de lançamentos
foram a tônica até o apito final.
Para o Botafogo, é preciso ainda encontrar a equipe ideal, e
ainda há muito a ser feito no aspecto tático, principalmente no setor ofensivo.
O Bahia, por sua vez, celebra a segunda vitória seguida, e uma posição
respeitável na parte de cima da tabela, evidenciando um bom momento da equipe.
Por Felipe de Faria