De fato tivemos 2 tempos distintos no confronto entre Flamengo e Palmeiras no Maracanã.
No primeiro tempo, tivemos ambas as equipes no 4-2-3-1, mas com dinâmicas diferentes. O Flamengo marcava com 2 linhas de quatro (como no flagrante tático abaixo), cuja proposta de jogo era atacar, com Araújo comandando a saída de bola, com Nixon procurando os flancos para atacar junto dos dois meias abertos - Negueba e Paulinho -, e aparecer na área para concluir.
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| Flagrante tático das 2 linhas de 4 flamenguistas, com Nixon mais a frente. (Reprodução: TV Bandeirantes) |
Já o Palmeiras tinha Wesley comandando a saída e aparecendo na frente junto dos dois meias abertos, e Henrique - o centroavante -, voltando para marcar com um volante, deixando Valdívia mais a frente, e poupando-o. Dinâmica de jogo que Gilson Kleina usava com Kardec. Com a bola, Valdívia recuava para armar, para pensar o jogo e servir os companheiros.
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| Flagrante tático de Valdívia recuando para armar. (Reprodução: TV Bandeirantes) |
E para atacar, o Palmeiras muitas vezes formava 2 linhas de quatro, abafava a saída de bola do Flamengo na peça que assim a fazia, e, roubando a bola, a transição em velocidade se baseava no já dito passe vertical de Valdívia, contando com as chegadas geralmente de Leandro e Wesley ao redor da área, enquanto que Henrique fazia o trabalho de pivô, retendo a pelota e a servindo muito bem, e, como já dito antes, ele voltava com o volante, geralmente Marcio Araújo para liberar Valdívia, como mostrado no flagrante tático abaixo:
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| Flagrante tático das 2 linhas de 4 palmeirenses, com Henrique voltando para marcar e deixar Valdívia mais a frente. (Reprodução: TV Bandeirantes) |
No segundo tempo, a entrada de Lucas Mugni proporcionou alguém que comandasse o meio de campo, e liberasse ainda mais Marcio Araújo para sair no 4-1-4-1, que também contava com Alecsandro saindo da área, para abrir espaços e confundir a marcação da defesa alviverde que comprometeu demais em campo, dando muito espaço para que Flamengo saísse rápido.
Méritos também de Jayme de Almeida, que organizou a marcação as principais peças do Palmeiras, Henrique e Valdívia, e, sem transição ofensiva, e com a insegurança do criticado Bruno no gol, o 4x2 veio, junto de um time nervoso em campo, sem organização para atacar e defender, apático demais, tanto que até o zagueiro rubro-negro, Wallace, no quarto gol teve espaço na defesa para servir Alecsandro no lance do último gol flamenguista.
As entradas de Mendieta e Marquinhos Gabriel, para garantir mais organização de jogo e velocidade, respectivamente, não surtiu efeito pelo lado palmeirense.
Ainda é cedo para dizer aonde o Palmeiras pode chegar nesse Brasileirão com apenas 3 rodadas, mas o torcedor do Palmeiras pode criticar Gilson Kleina por escolhas de peças na escalação, e pelo modo que o time jogou no segundo tempo.
A vitória flamenguista veio com os ajustes de Jayme de Almeida, que merece ser elogiado pelo torcedor, mas, ao oposto do caso do oponente, ainda é cedo para definir aonde cada time quer chegar. O que resta a ambos os times é ajustar os defeitos e virtudes de cada um nos 2 tempos distintos, para subir na tabela.
Por Diogo R. Martins (@diogorm013)
