Apenas 44 minutos de bola rolando e 70% de posse de bola do
Inter. Números que por si só já mostram o que foi Inter x Criciúma, jogo válido
pela 5ª rodada do Brasileirão. Apesar do domínio em praticamente toda a
partida, acentuado após a expulsão do lateral do Tigre, Eduardo, no final do
primeiro tempo, o líder do campeonato tropeçou e deixou dois pontos para trás
no estádio Heriberto Hulse.
PRIMEIRO TEMPO: Abel muda sistema tático e Inter cria poucas
chances.
Sem o Chileno Aránguiz, principal jogador do Inter na
temporada, o Colorado lançou o estreante Wellington. O ex-São Paulino,
entretanto, não conseguiu dar ao time a consistência que o titular costuma dar.
Postado num 4-4-2 losango (por sinal, primeira vez em que o Inter joga assim na
temporada), o Colorado tinha D´Alessandro centralizado, diferente do habitual,
já que o meia vinha sendo utilizado como um ponta-direita por Abel. Apesar de
estar projetado pelo lado direito, o que configura o losango no meio,
Wellington se prendia apenas à tarefa de marcação, deixando o Inter burocrático
e com dificuldades na criação. A tentativa ao centralizar Dale foi ineficaz, já
que o técnico Wagner Lopes tratou de colocar dois volantes do Criciúma para
jogar no mesmo setor do Argentino, não dando espaço para o único playmaker do
adversário.
O que se via era um Inter apagado, que procurava à todo o momento o
seu camisa 10 Argentino, mas que, apesar do domínio e da troca de passes
envolvente, não penetrava a área adversária e tampouco construia jogadas
eficientes. O Criciúma, que defendeu-se muito bem, dobrava a marcação em Dale e
Rafael Moura e deixava sozinho Willians, jogador que tem deficiência no passe e
de fato não conseguiu ajudar o setor de criação Colorado. As triangulações que
deram ao Inter a liderança do Brasileirão, constantes com Fabrício-Alex-Alan
Patrick na esquerda e Gilberto-Aranguiz-Dale na direita, hoje pouco apareceram.
O Inter criou apenas uma chance efetiva de gol em toda a primeira etapa –
desperdiçada pelo zagueiro Juan, aos 35 do primeiro tempo.
Heatmap de D´Alessandro: meia atuou centralizado e praticamente não entrou na área adversária
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Enquanto o Inter veio no 4-4-2, o Criciúma optou pro um
4-2-1-2-1 bastante defensivo. Com Silvinho e Paulo Baier espetados, era clara a
intenção do Tigre em explorar os contra-ataques. Defensivamente, o time abusava
das faltas para conter o adversário e quando tinha a bola, a jogada era a
ligação direta principalmente para Silvinho, que foi a principal válvula de
escape do time. Pela direita, para compensar a falta de velocidade do “Vovô”
Paulo Baier, Eduardo subia a todo o momento. O lateral era um dos principais
nomes do time até ser expulso no final do primeiro tempo, prejudicando demais o
Criciúma.
1º tempo: Criciúma recuado, Dale bem marcado. Muitas faltas, pouco futebol
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2º TEMPO: Inter vai pra cima, Criciúma faz retranca e segura
o empate.
No começo do segundo tempo, o Criciúma sacou o seu camisa 9
e colocou o lateral-direito Ezequiel. Desta forma o jogo foi controlado com
tranquilidade até os 15 minutos, quando Abel Braga sacou Willians e Alex para
as entradas de Otavinho e Wellington Paulista. Ali nascia a postura peculiar do
jogo. O inusitado esquema tático criado por Wagner Lopes foi uma retranca à lá
José Mourinho. Com os seus 10 homens atrás da linha da bola, o Criciúma recuou
e só esperou o Inter na segunda etapa. Apesar de muitos não gostarem do estilo
mais defensivo, o “ferrolho” do Tigre se mostrou eficiente.
Sem Aránguiz, o
jogador com maior capacidade de penetração do Colorado, os jogadores do Inter
que tinham a maior liberdade para atuar eram os laterais Diogo e Fabrício. Em
noite pouco inspirada, entretanto, ambos não conseguiam acertar os cruzamentos
necessários para alimentar os dois homens de frente Colorados.
Disposto no 5-4-0 em duas linhas o Criciúma se defendeu e conquistou
dois importantes pontos para tentar fugir da zona de rebaixamento. O Inter,
apesar das muitas trocas de bola, só
exigiu defesa de Gallato em uma oportunidade na segunda etapa: a cabeçada de
Valdívia no último minuto da partida. Pouco para um time que tem a intenção de
ser campeão brasileiro em 2014. No fim das contas, o esquema “Mourinhense” do
Criciúma superou a qualidade da equipe Colorada.
2º tempo: com retranca "Mourinhense", Criciúma segura o Inter
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Por Mateus Kerr (@mateuskerr)