domingo, 25 de maio de 2014

As mudanças de Ancelotti no segundo tempo garantiram a "La Décima"; Atlético teve seus méritos

O jogo de fato não foi bonito de se ver, mas exigir futebol bonito numa final, que ao mesmo tempo, sendo um clássico, exigia concentração, físico, somada a tensão em campo.

O Real Madrid, num 4-3-3 que muitas vezes alternava também para as 2 linhas de quatro, 4-4-2, dependendo do posicionamento de Di Maria, com Cristiano Ronaldo circulando nas ações ofensivas, com o apoio de Carvajal pela direita, ajudando Bale, e Modric pelo meio, também pecava pois Khedira não tinha ritmo de jogo, com isso, a construção de jogadas dos merengues a partir de defesa ficou lenta, principalmente quando Ancelotti o colocou fazendo a "saída de 3" entre os zagueiros. No primeiro tempo não houve criação para que o Real Madrid brilhasse, exceto pela chance clara que Bale desperdiçou, e que logo depois culminou no gol de Godín em falha de Casillas.

Mas o Real Madrid também não chegou ao caminho do gol no primeiro tempo pois o Atlético de Madri executou sua costumeira proposta de compactar as suas linhas do esquema tático de 4-4-2, ficou atrás, não deu espaço, fechou o campo e com a bola trabalhava com passes curtos no campo de ataque. O único pecado foi o de Diego Simeone. Colocar Diego Costa fisicamente mal. Em 10 minutos de jogo o camisa 19 havia saído.

Após o gol, o Atlético recuou ainda mais no primeiro tempo, enquanto que o Real Madrid tocava a bola no campo de ataque sem levar perigo.



No segundo tempo, cerca de 15 minutos de jogo com postura avançada por parte do Atlético de Madri, num 4-1-4-1 que marcava alto no campo de ataque, o que bloqueava a saída de jogo merengue, com isso, a bola não chegava a dupla de ataque.

As mexidas de Ancelotti surtiram efeito. Marcelo deu gás pela esquerda, ora apoiando até a linha de fundo, ora entrando em diagonal, enquanto que Isco colocava a bola no chão e a fazia chegar ao campo de ataque, com posse excessiva, o Real Madrid passou a buscar no fim a bola na área excessivamente.

Com Morata e Cristiano Ronaldo povoando a área, Bale e Carvajal fazendo parceria pela direita, e Marcelo e Di Maria pela esquerda. Sergio Ramos acertou o cabeceio e empatou o placar no fim do segundo tempo, enquanto que Simeone fechou o time, porém, não se deve crucificar o treinador, pois tal estilo de jogo foi usado pelos colchoneros a temporada inteira.

O Atlético se fechou, enquanto que os merengues usavam e abusavam da bola aérea, e nesse meio tempo, o time colchonero se desgastou fisicamente, esse é o pecado por se jogar o futebol moderno, é necessário preparo físico.

E no belíssimo contragolpe do Real Madrid, o título veio. Di Maria brilhou pela esquerda e cruzou para que Bale completasse, sem chances para Courtois. Marcelo depois saiu livremente para ampliar, e Cristiano Ronaldo, mesmo apagado em campo, teve a chance de ampliar, decretar enfim a tão sonhada "La Décima", e se consagrar como o maior artilheiro da UEFA Champions League em uma única edição.

Apesar de ter perdido o título, o Atlético de Madri tem seus méritos, deve ser parabenizado pelo grande feito, por praticar um futebol taticamente moderno, e também aguerrido em campo, méritos do grande técnico que Diego Simeone é, e que garantiram o histórico título espanhol.

E claro, parabéns ao Real Madrid, que jogou com gala o campeonato inteiro, com elenco completo, e os méritos de Ancelotti no decorrer da final e na temporada, que garantiram a vaga ao Mundial de Clubes de 2014, e o sonhado título.




Diogo R. Martins (@diogorm013)