Nesse
domingo (25/05), mais um Atletiba irá acontecer. Dessa vez o maior clássico
paranaense será disputado em Maringá, e terá suas peculiaridades dos atuais
momentos das equipes. O Coritiba, que está com Celso Roth desde a eliminação do
Campeonato Paranaense, está em plena reformulação. Este técnico está em busca
dos três jogadores ofensivos que estarão em torno de Alex e, também, da sua
dupla de volantes. Já o Atlético-PR, que está sem um técnico desde a demissão
de Miguel Ángel Portugal no começo dessa semana, jogou em um esquema tático “novo”
no seu último jogo e jogará o Atletiba sem Marcelo. Com essas peculiaridades e
diferenças de posicionamento e postura em campo, este post irá abordar cada
aspecto tático destas equipes para este Atletiba. Primeiramente, com o time
mandante do jogo, o Atlético-PR.
O
Furacão deve chegar à este clássico no 4-3-1-2 do último jogo contra o
Corinthians:
Atlético-PR
no 4-3-1-2 baseado na última partida oficial.
O
técnico interino, Leandro Ávila, desde que assumiu o comando da equipe voltou a
utilizar o mesmo esquema tático utilizado pelo clube em 2013 com Vagner
Mancini. No 4-3-1-2 versão 2014, os volantes Deivid e Otávio trocam de posição,
assim como os meias Marcos Guilherme e Bady e Éderson e o jogador que estiver
fazendo a função de atacante. Este último deve jogar, pois Marcelo, titular da
equipe, está lesionado. A compactação da equipe foi no terço central do campo e
apresentando alta intensidade defensiva desde os seus atacantes. Pela equipe
apresentar 10 jogadores destros, a tendência ocorrida contra o Timão, e como
ocorreria naturalmente, foi do time jogar pelo lado direito do seu campo.
Pontos
fortes: as velozes transições e constante movimentação do sistema ofensivo.
As
velozes transições defesa-ataque e ataque-defesa fizeram a diferença contra o
Corinthians e, também, durante todo trabalho de Miguel Àngel Portugal. Como a
equipe transita rapidamente para o campo defensivo e recompõem na mesma
velocidade, jogadas de contra-ataque e retomadas na intermediária ofensiva são
constantes no Furacão 2014. Além destes aspectos, a constante movimentação do
sistema ofensivo, obtida após a saída do técnico espanhol, fez com que o
sistema defensivo adversário não consiga marcar tão facilmente os jogadores de
frente rubro-negros.
Na
imagem, as projeções simultâneas dos laterais (Sueliton e Natanael) e de um dos
volantes (na imagem foi Paulinho Dias que foi à frente) somadas ao balanço
ofensivo do meia central (Marcos Guilherme) e às constantes trocas de
posicionamento dos volantes, meias e atacantes formam a constante movimentação
do sistema ofensivo atleticano (Reprodução: Sportv).
Pontos
fracos: a falta de adaptação dos jogadores ao novo esquema e a marcação
individual em bolas paradas.
Com
a mudança recente de técnico, o esquema tático base também mudou. Do 4-4-2 em
linha, o time passou a jogar no 4-3-1-2. Neste novo esquema, o sistema
defensivo passa a ser composto por 7 jogadores e três deles balançam
defensivamente. Ainda sobre a falta de adaptação do novo esquema, as subidas
simultâneas dos laterais passaram a ser cobertas pelos os dois volantes que não
sobem ao ataque. Além destes problemas de adaptação, a marcação individual
realizada pelos baixos jogadores do Atlético-PR em bolas paradas pode causar
problemas para o time.
No
flagrante, quatro jogadores do Furacão estão marcando individualmente os do
Corinthians (marcações ilustradas pelas cor azul), e três marcam a “primeira”
trave (ilustrada pela cor amarela). Já que uma bola nesta região, há grande
chance de gol. Ou seja, com a marcação individual em bolas paradas, os baixos
jogadores do Furacão poderão levar desvantagem contra os do Coritiba
(Reprodução: Sportv).
O
Coritiba deve manter o esquema tático utilizado em suas últimas três partidas:
o 4-2-3-1.
Coxa
no seu provável 4-2-3-1, esquema utilizado nos seus últimos três jogos
oficiais.
Este 4-2-3-1 apresenta constante projeções de jogadores pelos lados e
pelo meio, pois as jogadas ofensivas saem dos pés do meia central e craque do
time, Alex. Esta equipe compacta os jogadores entre as intermediárias e varia o
posicionamento defensivo entre o 4-4-1-1 ou o 4-4-2 em linha, pois dependem do
posicionamento do seu camisa 10. Chico é o volante responsável para realizar a
cobertura na linha defensiva e, também, para se projetar à frente.
No
flagrante, o posicionamento no 4-4-2 do Coritiba (uma das variações de
posicionamento defensivo) tendo Chico se aproximando da linha defensiva para
realizar a superioridade numérica nesta linha (Reprodução: Sportv).
Pontos
fortes: bolas paradas e projeções de Alex à frente.
Nas
bolas paradas, a precisão de Alex impressiona qualquer um. Desde faltas
ofensivas e escanteios até pênaltis, este meia muitas vezes acerta o seu
objetivo nestas diversas oportunidades. Além disso, Alex se projeta à frente no
local onde há espaço no sistema defensivo adversário para que ele possa cabecear
no alvo.
Tendo
Jajá recuando em ação ofensiva, Alex se projeta à frente procurando o espaço no
sistema defensivo adversário. Neste flagrante, este meia se projeta entre Zé
Love e o defensor do Sport e, assim, tendo condições para finalizar ao alvo
adversário sem muitos problemas. O tempo de bola de Alex também é
impressionante (Reprodução: PFC).
Pontos
fracos: as lentas transições e a dificuldade na marcação do setor esquerdo.
Este
time do Coritiba realiza lentamente a transição defesa-ataque e ataque-defesa.
A primeira é realizada em um baixo ritmo, pois o time frequentemente procura
Alex, que sai do campo ofensivo para próximo do meio do campo, para que este
possa realizar o passe para mudar o campo de jogo (do ofensivo para o
defensivo). Já a segunda é lentamente realizada, porque Chico e Baraka não
realizam rapidamente a marcação em campo ofensivo e, assim, não conseguem fazer
a cobertura dos seus laterais e nem lerdear o contra-ataque adversário. Além
destas dificuldades coxa-branca, a dificuldade na marcação pelo lado esquerdo é
enorme.
Uma
vez que o lateral-esquerdo titular, Carlinhos, não apresenta tanta noção de
marcação, este jogador frequentemente só acompanha o ponta direita adversário. Deste
modo, qualquer ultrapassagem de outro jogador no setor, este poderá receber a
bola tendo Carlinhos bem longe para atrapalhá-lo. Isso sem contar com a lenta
transição ataque-defesa deste lateral e a falta de cobertura de algum jogador
do Coxa naquele setor. Os flagrantes a seguir mostrarão tais falhas defensivas
do setor esquerdo coxa-branca:
Neste
flagrante, percebe-se Carlinhos abandonando o posicionamento de
lateral-esquerdo para marcar o ponta-direita adversário que acabara de se
driblar Baraka. Deste modo, Carlinhos “deu” o lado esquerdo defensivo para o
lateral-direito do Internacional, Diogo, que estava ultrapassando sem marcação
(Reprodução: Sportv).
Já
neste flagrante, depois do Internacional ter realizado um contra-ataque, a
lenta transição ataque-defesa coxa-branca (devido a Chico e Baraka) não deu
tempo para que Carlinhos conseguisse retornar à sua posição. Deste modo,
Leandro Almeida também não passou a se preocupar com esta região mesmo tendo um
jogador adversário se projetando nela (Reprodução: Sportv).
Por
fim, assim como todas as equipes do mundo, os dois times deste Atletiba
apresentam pontos fortes e fracos taticamente. Cada técnico caberá identifica-los,
assim como estes apresentados, e saber utilizá-los ao seu favor.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)