Ao
cumprir mais um jogo de suspensão da briga na Arena Joinville em 2013, o
Atlético-PR mandou, pela primeira vez neste campeonato, um jogo no Paraná. A
cidade escolhida foi Maringá. Entretanto a escolha de mandar um jogo dentro do
seu estado não ajudou muito o Furacão contra o Verdão do Oeste. O empate por 1
x 1 não deixou boas recordações aos maringaenses e, muito menos ao técnico do
Atlético-PR, o espanhol Miguel Ángel Portugal.
Para
este empate, o Furacão começou no 4-4-2 em linha e a Chapecoense no 4-3-3:
Atlético-PR
no 4-4-2 em linha e Chapecoense no 4-3-3.
Assim
como já havia jogado contra outros grandes clubes neste Campeonato Brasileiro,
a Chapecoense se compactou entre o meio de campo e a intermediária defensiva,
iniciou a marcação no meio de campo e, ainda, o seu sistema defensivo ficou
posicionado no 4-1-4-1. Veja as imagens a seguir mostrando alguns destes
aspectos táticos:
Flagrante
do sistema defensivo da Chapecoense posicionado no 4-1-4-1 (Reprodução: PFC).
Flagrante
do início de marcação do time catarinense no meio do campo (Reprodução: PFC).
Entretanto
o Atlético-PR, até então no mesmo Campeonato Brasileiro, ainda não havia jogado
contra equipes com posicionamento recuado. Deste modo, a equipe paranaense saiu
da sua zona de conforto, e teve que fazer o seu sistema ofensivo funcionar e
deixar de ser tão reativo. Como o Furacão não está acostumado em jogar desta
maneira, o time sofreu. Pois o seu sistema ofensivo não apresentou tanta movimentação
e nem a imprevisibilidade necessária para quebrar uma marcação por 4-1-4-1.
Já
por outro lado, na transição ataque-defesa, a equipe paranaense foi muito bem
na primeira etapa. Pois assim os seus jogadores de frente perdiam a bola, os
jogadores da Chapecoense eram rapidamente pressionados por Deivid e Paulinho
Dias. Estes volantes atleticanos ou desarmavam os adversários (Deivid realizou
6 desarmes, o jogador do Atlético que mais desarmou) ou interceptavam a bola (Paulinho
Dias realizou 3 interceptações, o jogador do Atlético que mais utilizou do
recurso). Estas subidas rápidas dos volantes do Furacão foram possíveis, pois a
linha defensiva rubro-negra subia junto com os volantes. Assim sendo,
diminuindo os espaços entre linhas. Desta maneira, ou os jogadores da
Chapecoense isolavam a bola à frente de qualquer maneira, ou perdiam a bola na
sua intermediária defensiva.
Como
o sistema defensivo do Verdão do Oeste foi melhor do que o imóvel sistema
ofensivo do Furacão, o empate em 0 x 0, na primeira etapa, foi justo para os
dois times. Já que, no primeiro tempo, o Atlético-PR só finalizou 6 vezes e a
Chapecoense 3.
No
intervalo, nenhum dos técnicos realizou substituição, mas os comandados de
Miguel Ángel Portugal voltaram pouco diferente. Do início da segunda etapa até
a entrada de Felipe, aos 17, o sistema ofensivo rubro-negro passou a funcionar.
Já que, quando o time estava com a bola, Marcos Guilherme saia da direita para
realizar a função de meia central e, ao mesmo tempo, Marcelo ou Éderson saia do
centro do ataque para a ponta direita. Deste modo, Rodrigo Biro
–lateral-esquerdo do Verdão do Oeste- não quem acompanhava para marcar. Veja no
flagrante adiante, a indecisão deste lateral da Chapecoense:
Tendo Marcos
Guilherme saindo da direita para o centro e, ao mesmo tempo, Marcelo saindo do
centro do ataque para a direita, Rodrigo Biro deixava espaço para um deles. No
flagrante, o lateral-esquerdo da Chapecoense deixou espaço para Marcos
Guilherme no centro do ataque (Reprodução: PFC).
Apesar
da melhora das ações defensivas, Miguel Portugal colocou Felipe no lugar de
Lucas Olaza. Com essa substituição, o meio de campo do Atlético-PR passou a ser
formado por Felipe, Deivid, Paulinho Dias e Marcos Guilherme. Ou seja, a
movimentação pela direita do time deixou de existir.
Com
as ações ofensivas não dando mais certo, a transição ataque-defesa sendo
realizada de maneira lenta, as ações defensivas não sendo necessárias e somente
a transição defesa-ataque realmente funcionando, o Furacão não tinha muita
inspiração para furar o bloqueio adversário com bola rolando. Deste modo, em um
escanteio cobrado na cabeça de Cleberson, aos 24, fez o placar abrir.
Devido
a desvantagem no placar, a Chapecoense começou a sair para o jogo. O seu
sistema defensivo continuava a fazer um bom rendimento, mas as transições
ataque-defesa e defesa-ataque prejudicavam o sistema ofensivo. Pois na
transição defesa-ataque, os seus três atacantes partiam muito cedo à frente,
descompactavam em relação ao restante da equipe e, assim, dificultava a transição
para o ataque.
Sem
a bola chegando tanto ao ataque, a Chapecoense também não arrematou tanto na meta
de Weverton. No segundo tempo, o time catarinense realizou 6 finalizações,
sendo somente uma no alvo. A do gol, aos 43 minutos.
À
esta altura, o técnico do Atlético-PR já havia realizado as suas três
substituições e o time estava no estado de “segurar” o placar. Com o time mais
duro do que já estava, o Furacão não conseguiu realizar o segundo gol na
partida.
Com
as seis substituições realizadas, o Atlético-PR terminou no 4-2-3-1 e a
Chapecoense no 4-3-3.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)