quinta-feira, 15 de maio de 2014

Com a bênção do papa San Lorenzo se classifica para a semifinal da Taça Libertadores

Cruzeiro e San Lorenzo se enfrentaram na noite desta quarta-feira no estádio Mineirão. A equipe argentina venceu o primeiro jogo em casa por 1 a 0 e necessitava apenas do empate para selar a classificação. Já a equipe brasileira precisava vencer por 2 gols de diferença para poder se classificar.

O Cruzeiro veio armado no seu já tradicional 4-2-3-1 com a sua costumeira movimentação do quarteto ofensivo e que marcava pressão alta desde a saída de bola da equipe argentina, sofrendo porém com a fraca recomposição dos seus wingers.
Já a equipe do San Lorenzo veio também no seu tradicional 4-4-2 em linhas que variava a sua marcação pressão entre bloco médio-alto e, de posse da bola, apostava na sua veloz transição ofensiva que contava com a movimentação dos wingers mais a dupla de ataque, movimentação notada especialmente nas trocas de posição entre Corrêa e Piatti.
 
Cruzeiro no seu 4-2-3-1 com muita movimentação do seu quarteto de frente e San Lorenzo fechado no seu 4-4-2 que apostava na sua transição ofensiva veloz

O primeiro tempo começou com a equipe cruzeirense tocando a bola tentando furar as duas linhas de quatro argentina que ocupavam muito bem os espaços forçando a equipe brasileira a arriscar de média distância. Porém, no primeiro contra ataque que a equipe argentina encaixou, se aproveitando da fraca recomposição dos wingers cruzeirenses, aos 9 minutos, o atacante Corrêa cruzou nos pés de Matos que recebeu e tocou para Piatti, que cortou o lateral Ceará e mandou um chute forte, sem chances para o goleiro cruzeirense Fábio defender.
Flagrante do gol da equipe argentina: Como não há recomposição dos wingers, o que houve durante boa parte do jogo, na hora que os volantes cruzeirenses realizam o balanço defensivo deixam espaços no outro lado

Após o gol a equipe cruzeirense, necessitando agora fazer 3 gols para obter a classificação, acelerou ainda mais o jogo, porém, com os espaços que haviam entre os volantes e os meias da equipe brasileira, a equipe argentina começou a incomodar nos contra ataques, especialmente pelo lado esquerdo da equipe brasileira que teve Samudio e depois, após contusão do mesmo, Egídio jogando por lá, com direito a defesa com os pés do goleiro Fábio após excelente contra-ataque em que 3 jogadores da equipe argentina fizeram rapidamente a transição tendo só um jogador da equipe brasileira pela frente fora o goleiro. E foi dessa maneira, com Cruzeiro tentando penetrar na área, conseguindo criar chances porém apenas através de chutes de longa distância e de cruzamentos e a equipe do San Lorenzo marcando forte a partir do meio campo e apostando nos contra-ataques que se encerrou o primeiro tempo.

Após o intervalo o técnico Marcelo Oliveira tirou o volante Nilton e colocou o atacante Dagoberto, mantendo sua equipe no 4-2-3-1 através do recuo do meia Éverton Ribeiro para a posição de segundo volante, sem tantas atribuições defensivas, colocando assim Dagoberto jogando aberto pela direita.

O segundo tempo começou com a equipe brasileira novamente tentando pressionar a equipe argentina, arriscando menos de longa distância tentando envolver a defesa da mesma e com o San Lorenzo marcando forte a partir do meio campo deixando somente o atacante Matos mais a frente. Aos 10 minutos, vendo que sua equipe ainda tinha dificuldade em penetrar a defesa da equipe argentina o treinador brasileiro realizou mais uma alteração, tirando o meia Júlio Baptista e colocando o meia Ricardo Goulart, tentando dar mais mobilidade a equipe, reorganizando-a em um 4-1-4-1.

O treinador da equipe argentina Edgardo Bauza também efetuou alterações em sua equipe, tirando o atacante Corrêa  e o meia Piatti e colocando o meia Romagnoli e o zagueiro Kannemann, para tentar assim segurar mais a bola, reorganizando a sua equipe em um 4-2-3-1 que tinha Kannemann como lateral esquerdo e o lateral Más jogando como um winger pela esquerda.

Mesmo com as substituições a equipe brasileira seguia conseguindo criar chances mais efetivas somente através de cobranças de escanteio e de cruzamentos, chances essas que paravam nas mãos do goleiro Torrico, em noite muito inspirada. Até que aos 25 minutos, após cruzamento de Dagoberto, Bruno Rodrigo cabeçeou forte e empatou o jogo. Com o gol de empate a equipe brasileira avançou de vez suas linhas para pressionar e tentar conseguir os dois gols que faltavam para a sua classificação.

O técnico Edgardo Bauza ainda efetuou mais uma alteração colocando o volante Kalinski no lugar do atacante Villalba mantendo a equipe ainda mais recuada. Logo após essa substituição o meia da equipe argentina Romagnoli foi expulso após confusão com jogadores da equipe brasileira, o que forçou a equipe argentina a recuar totalmente em uma espécie de 5-3-1. Com esse total recuo da equipe argentina a equipe brasileira simplesmente não conseguiu mais criar precisando apelar para a bola aérea o que de nada adiantou.

O San Lorenzo vem forte e, após chegar a uma semifinal de libertadores depois de 26 anos, tem totais condições de, com a força da sua equipe, sua torcida, e a bênção do seu torcedor mais ilustre, conquistar o seu tão aguardado título da libertadores. Já para o Cruzeiro resta juntar os cacos da eliminação e voltar suas atenções para as duas competições que ainda tem pela frente, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, sem chances porém de evitar o total fiasco que foi essa edição da Libertadores para as equipes brasileiras.

Panorama final do jogo: Cruzeiro no 4-1-4-1 tentando o abafa e San Lorenzo totalmente recuado em uma espécie de 5-3-1





Por Andrey Hugo