Em Varginha, o Santa Cruz impôs seu ritmo e forma de jogo, com ótima movimentação ofensiva, velocidade nos contra-ataques, além de inteligência pra jogar e pra ocupar os espaços do campo. A vitória por 2 a 0 mostrou a superioridade técnica tricolor em relação à equipe mineira e também a melhor execução do plano estratégico dentro das quatro linhas.
O 4-2-3-1 do Santa Cruz tinha originalmente Carlos Alberto pela direita, Danilo Pires centralizado e Pingo mais à esquerda, porém, a mobilidade dos jogadores para circular em outras faixas do campo e realizar inversões ou aproximações entre si, fazia com que o jogo coral fluísse com maior facilidade, juntamente com os deslocamentos de Léo Gamalho para buscar jogo na intermediária ou pelos lados e as chegadas de trás do volante Memo, que surgia como opção para a ação ofensiva.
Ofensivamente, o Boa Esporte apostava principalmente nas jogadas com o meia Pedrinho, que se movimentava a partir do lado esquerdo do ataque e buscava constantemente o centro da intermediária ofensiva para armar o jogo ou finalizar de médias/longas distâncias, além da movimentação do atacante Diego, que por vezes se alinhava com Fábio Júnior na frente, mas também recuava bastante para buscar a bola no meio-campo e abria pelo flanco direito para tentar a arrancada na ponta ou se apresentar como opção para o passe ou para a esticada de bola.
O grande problema defensivo do time mineiro estava no lado direito de sua defesa, já que o lateral-direito Maranhão buscava a chegada ao ataque com constância e raramente fazia pontualmente a recomposição para fechar a linha de 4 na defesa. Maranhão chegava a exercer funções típicas mais propriamente de um ponta/meia direito do que de um lateral, como o posicionamento mais adiantado na intermediária defensiva sem a bola e até mesmo projetado para o contra-ataque, além do combate e acompanhamento inicial à subida do lateral-esquerdo Renatinho.
A lentidão do Boa Esporte em sua transição ataque-defesa(principalmente pela direita) deixava muitos espaços nas costas para as infiltrações de jogadores corais, fora que quando o Tricolor do Arruda acelerava a transição/contra-golpe, quase sempre levava perigo pelos espaços que tinha para jogar. Quatros frames abaixo mostram a movimentação ofensiva do ataque do Santa Cruz, ocupando inteligentemente os espaços do campo, atacando espaços vazios, e também as brechas e falhas individuais apresentadas pelo sistema defensivo mineiro: