sábado, 24 de maio de 2014

Nos Aflitos, Santa Cruz e América-MG ficam no empate!

Santa Cruz e América-MG no 4-2-3-1
Nos Aflitos, o Santa Cruz somou seu sétimo empate consecutivo no Brasileirão Série B após empatar por 1 a 1 com o América-MG. No geral, partida de baixo nível técnico, já que as condições do gramado dificultavam o desenvolvimento do jogo pelo chão, a valorização da posse de bola e criação de jogadas.
O Tricolor do Arruda foi no 4-2-3-1, com seus meias tendo mobilidade e se deslocando com uma certa constância. Originalmente, tínhamos Carlos Alberto mais à direita, Danilo Pires mais centralizado e Pingo mais aberto pelo lado esquerdo. Porém, quando o Santa atacava, Carlos Alberto tinha liberdade para se movimentar de fora pra dentro e armar o jogo pelo meio ou até mesmo cair pelo lado oposto para buscar a jogada na ponta; Danilo Pires se projetava pelo meio para tentar acelerar/articular a transição, mas também abria no flanco da jogada para buscar jogo; E Pingo alternou entre a esquerda e a direita, caindo mais pelo lado esquerdo no primeiro tempo e mais pelo direito na segunda etapa.
O 4-2-3-1 mineira buscava a marcação forte, negar espaços ao adversário, e a saída pros contra-ataques. A marcação do Coelho se caracterizava pela presença de acompanhamentos individuais de acordo com o setor e até determinado ponto ou situação da jogada e pela alternância entre a marcação dentro de sua própria intermediária e o combate um pouco mais adiantado à saída de bola do Santa Cruz, iniciando o cerco no campo adversário nessas ocasiões, com Obina sendo a referência pro primeiro combate ao centro, Mancini chegando a tentar o cerco ao volante do 1º passe(Sandro Manoel) e os wingers podendo cercar os laterais tricolores de perto, em caso de abertura de bola.
O América-MG tinha dificuldades pra armar o contra-ataque em velocidade com Willians, fora que Mancini quase sempre era desarmado quando procurava a projeção mais à frente. Os problemas pra colocar a bola no chão(principalmente por conta do gramado), obrigavam a equipe mineira a usar bastante da transição longa, com lançamentos para o campo de ataque na direção de Obina, porém, os zagueiros tricolores geralmente levavam vantagem pelo alto e a segunda bola também ficava com o time do Santa Cruz.
Na segunda etapa, como o comentarista Marquinhos, do SporTV/PFC, bem destacou, o América passou a usar mais do apoio/chegada dos laterais Gilson e Elsinho(que substituiu o volante Andrey Girotto, deslocando Pablo para o meio) ao ataque pelas beiradas e também o uso das dobradinhas pelos lados, principalmente nas jogadas de fundo, como no flanco esquerdo, com Gilson e Ricardinho. E foi por ali, que saiu o gol mineiro, originário de uma projeção de Gilson no fundo do campo, onde Willians se infiltrou em diagonal e como Renatinho não centralizou na grande área para fazer o balanço da linha defensiva coral para o lado da bola, o volante Sandro Manoel entrou por ali para fazer o acompanhamento inicial de Willians, porém, este foi mais rápido, se deslocou para o meio da área e entrou nas costas do zagueiro Renan Fonseca para concluir o cruzamento.
O gol do Santa Cruz também surgiu de uma jogada interessante taticamente. O centroavante Léo Gamalho se deslocou do comando de ataque para receber a pelota na intermediária ofensiva e com ele carregou um dos zagueiros que saiu da linha defensiva para persegui-lo. Gamalho fez um bom trabalho no pivô, protegendo bem de costas para a marcação e o lateral-esquerdo Renatinho teve noção tática e fez o ataque inteligente ao espaço vazio pelo extremo esquerdo, sendo acionado por Gamalho, chegando pela ponta e realizando o cruzamento para a área. Pingo entrou na área e o lateral-esquerdo Gilson fechou com ele na cobertura por dentro, porém, Pingo fez o corta-luz e Danilo Pires se projetou para a sobra de bola/rebote ofensivo na entrada da área e marcou.
Em relação à “Era Vica”, em 2014, observa-se um Santa Cruz com postura mais ofensiva, voltada para o ataque e também tendo maior agressividade na transição ofensiva, fora a mobilidade de seus jogadores na frente, o que é característico de Sérgio Guedes e seu estilo tático, porém, ainda falta um pouco de criatividade e mais um meia que possa aumentar o poder de circulação de bola e construção de jogadas.

*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)