Depois de sofrer na fase de grupos, se complicando em casa e tendo que decidir fora contra a La U, o Cruzeiro voltou a testar o coração do seu torcedor nesta quarta-feira. A classificação, ao modo Libertadores, reforçou a impressão de que o time de Marcelo Oliveira não se entrega fácil, mas precisa de mais força, principalmente, dentro de casa para chegar mais longe na Libertadores. O Cruzeiro já errou demais.
O primeiro tempo foi dos horrores para o atual campeão Brasileiro, o 4-2-3-1 não se entendeu em nenhum momento. Ceará tomou um baile da dupla de Romeros nos minutos inicias, o miolo de zaga perdeu todas e ficou pendurado antes dos trinta minutos, os volantes perdidos não acharam e não viam que vinha de trás e os meias não armaram, não foram incisivos e não levaram a bola a um pouco acionado Julio Baptista. Samudio foi o único que não errou tudo.
Fábio salvou a primeira chance do Cerro e a trave ajudou no toque de Romero. O time Paraguio teve mais volume, porém uma posse parelha: 51% x 49%. Mas nas finalizações o Cruzeiro foi muito tímido na etapa inicial, oito erros e um acerto, em uma proposta bem definida: o contra-ataque.
Arce armou um compacto 4-4-2 que tinha Oviedo chegando muito as costas de Henrique, que tinha descidas velocíssimas de Oscar Romero sempre procurando seu irmão Angél Romero e dele para Guiza e que tinha Corujo passando, sempre, como uma bala por Lucas Silva. Sem o recuo de Willian e Everton Ribeiro para auxiliar na marcação, o Cruzeiro sofreu.
O Cruzeiro puxou poucos contra-ataques no primeiro tempo. Já o Cerro sobrou ofensivamente, mas pecou no último toque. |
O abafa dos minutos finais voltou com o Cruzeiro para a segunda etapa, Marcelo Oliveira viu seu time à frente, porém a pouca contundência das peças em campo fizeram o treinador mexer: Dagoberto e Borges nas vagas de Willian e Julio. O Cruzeiro tornou-se ainda mais ofensivo, preencheu o campo de ataque, teve incisividade e inversões, mas também o espaço para o contra-ataque do adversário.
Everton, Goulart e Dagoberto melhoraram o Cruzeiro ofensivamente, com presença e pressão. |
Arce trocou sua dupla de ataque, nas vagas de Angel Romero e Guiza, Godoi e Beltran. Nada diferente na proposta tática, apenas mais velocidade ao contra-ataque. Velocidade de Beltran que levou Bruno Rodrigo expulso com o segundo amarelo e junto a ele a esperança de alguns cruzeirenses. Sem a bola, Lucas recuava para a defesa, com ela saia para o ataque. Três minutos depois da expulsão de Bruno, Everton Ribeiro levantou a falta do meio campo e Dedé abriu o placar no Paraguai.
Imediatamente Marcelo sacou Borges e recompôs a defesa com Léo. As duas linhas de quatro feitas para defender tinham Goulart e Everton Ribeiro abertos e Dagoberto a frente. Arce sacou o lateral Alonso e se lançou ao ataque com Gamara. Porém poucos minutos depois, Corujo, que havia feito um bom primeiro tempo, deu um ponta pé sem bola em Dagoberto e foi expulso.
O Cerro se lançou, mesmo com um a menos, e deu espaço para o Cruzeiro contra-atacar. Dagoberto e Ricardo Goulart tiveram chances, mas foi no chutão de Léo que a defesa espichou o taco, que Dagoberto dominou, levou e bateu no canto de Fernandez para matar o jogo em Assunção e selar a classficação dramática do Cruzeiro.
Classificado no sufoco, o Cruzeiro que atropelou todo mundo em casa no Brasileirão, ainda não se achou jogando no Mineirão e as duas decisão foram fora de casa. Contra o San Lorenzo a volta acontece no Mineirão, se embalar o Cruzeiro pode parar no título, mas pra isso precisa vencer em casa.
Por Rai Monteiro (@_RaiMonteiro)