Os
jogos entre Atlético-PR x Cruzeiro e San Lorenzo x Cruzeiro, respectivamente
deste sábado (03/05) e quarta-feira (07/05), apresentaram posturas muito
parecidas dos times mandantes nos primeiros tempos. Tanto o Furacão quanto a
Raposa, do jogo da Copa Libertadores, atuaram compactados entre a sua
intermediária defensiva e o meio de campo e, ainda, através de buscas por
contra-ataques. Porém o Atlético-PR terminou a primeira etapa ganhando por 2 x
1, já o Cruzeiro terminou os primeiros 45 minutos perdendo por 1 x 0. Deste
modo, será que houveram diferenças nas propostas semelhantes de jogo? E, ainda,
quais foram os pontos positivos e negativos em cada partida? Este post irá
mostrar detalhes táticos de cada time nos primeiros tempos de cada jogo.
Inicialmente,
será mostrada as distribuições dos 4 times em suas respectivas partidas e uma
tabela com os aspectos táticos do Atlético-PR e dos titulares do Cruzeiro:
Atlético-PR
no 4-4-2 em linha contra os reservas do Cruzeiro no 4-2-3-1.
Os
titulares do Cruzeiro no 4-2-3-1 e o San Lorenzo no 4-4-2 em linha.
Aspectos
táticos
|
Atlético-PR
|
Cruzeiro
titular
|
Esquema
tático
|
4-4-2
em linha
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4-2-3-1
|
Comprimento
da compactação
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Curta
|
Média
|
Sistema
defensivo
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4-4-2
em linha
|
4-4-1-1
em linha
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Início
do contra-ataque
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Através
dos seus dois atacantes
|
Através
do seu meia central
|
Amplitude
no ataque
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Houve
|
Não
houve
|
Profundidade
no ataque
|
Não
houve
|
Houve
|
Considerando
os aspectos táticos anteriormente apresentados, pode-se perceber que, apesar de
terem jogado compactados entre a sua intermediária defensiva e o meio de campo,
tanto o Furacão quanto os titulares do Cruzeiro apresentaram diferentes
aspectos táticos.
No
caso do Atlético-PR, a curta compactação entre os seus atacantes e defensores
aumentaram as chances para que o sistema defensivo conseguisse evitar os gols
do adversário e, ainda, facilitava o início do contra-ataque. Já que as linhas
dos três setores estavam próximas em situação defensiva, e Marcelo e Éderson
estavam próximos da linha do meio-de-campo. Já o comprimento da compactação do
Cruzeiro titular foi média. Pois por mais que Júlio Baptista iniciasse a
marcação no meio de campo, assim como Marcelo e Éderson no caso do Furacão, os
defensores cruzeirenses se posicionavam pouco à frente da área de Fábio. Com
esta média compactação, houve maior dificuldade para que o sistema defensivo
mineiro funcionasse e para que o início do contra-ataque fosse realizado.
Além desta diferença
de compactação, os sistemas defensivos também foram diferentes em ambas as
equipes. O 4-4-2 em linha rubro-negro facilitou o início de contra-ataques
durante o seu jogo. Pois os reservas do Cruzeiro atacava com um dos volantes e,
assim, ficava somente um volante contra os dois atacantes do Atlético. O
desenho tático, a seguir, mostrará uma jogada que foi realizada constantemente
no jogo do Furacão:
Marcelo,
ao receber a bola no meio de campo e nas costas do volante do Cruzeiro que
subiu, tinha a opção curta de Éderson e ainda as longas no mesmo atacante e nos
meias abertos do seu time. Percebe-se que a subida de um dos volantes da Raposa
foi prejudicial para ela mesma durante o primeiro tempo desta partida.
O
início de marcação no meio de campo e com os dois atacantes alinhados.
As
duas linhas de 4 do sistema defensivo do Atlético-PR.
Já
os titulares do Cruzeiro teve como sistema defensivo o 4-4-1-1. Além disto, o
San Lorenzo pouco atacava com um dos seus volantes, já que os seus laterais
tinham características ofensivas e os volantes não. Como, muitas vezes, a Raposa
procurou Ricardo Goulart -o meia central do time- para o início dos
contragolpes, os dois volantes argentinos facilmente retiravam a bola do meia
brasileiro. Deste modo, houve poucos contra-ataques do Cruzeiro durante toda
primeira etapa. Observe o desenho tático adiante simulando esta jogada
anteriormente descrita:
Ao
se defender no 4-4-1-1 e com o San Lorenzo sem atacar com seus volantes, o
Cruzeiro conseguiu armar pouquíssimos contra-ataques iniciados pelo seu meia
central.
O
sistema defensivo do Cruzeiro com as duas linhas de 4 e o seu meia central à
frente sem função defensiva.
Além
desta dificuldade em começar os contra-ataques mineiros, o Cruzeiro também
sofreu com a dificuldade do seu ataque em criar amplitude para o mesmo.
Diferentemente do Atlético-PR durante a partida do sábado, a Raposa não criou
com amplitude e facilmente era bloqueada através do sistema defensivo do San
Lorenzo. Pois haviam muitos jogadores de azul dentro do mesmo setor durante o
ataque e, assim, facilitando o trabalho do Sano Lorenzo. Porém o sistema
ofensivo do Cruzeiro apresentou profundidade no seu ataque, diferentemente do
que este sistema atleticano. Durante o jogo entre o Furacão e a Raposa, do
último sábado, o sistema ofensivo do Atlético-PR demorava em criar profundidade
e, assim, lerdeava a própria projeção ao gol de Fábio. Veja pelas imagens a
seguir, a demonstração de cada sistema ofensivo:
Sistema
ofensivo do Cruzeiro criando profundidade, mas com pouca amplitude. Ou seja, o
quarteto ofensivo da Raposa estava todo próximo e, assim, facilitava a marcação
do San Lorenzo.
Sistema
ofensivo do Atlético-PR com amplitude, mas sem profundidade. Ou seja, o
quarteto ofensivo do Furacão criava afastamento da linha defensiva cruzeirense,
mas não criava tanto perigo ao gol de Fábio.
Por
fim, por mais parecida que fossem as propostas de jogo do Atlético-PR e do
Cruzeiro com o time titular, elas apresentaram aspectos táticos diferentes
entre si. Deste modo, pode-se notar que é possível jogar com propostas
semelhantes, mas de maneira diferente.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)