quinta-feira, 8 de maio de 2014

Tudo aberto entre Cruzeiro e San Lorenzo

A expectativa era de um bom jogo. De um lado o Cruzeiro, campeão brasileiro, autor da maior goleada desta edição da competição e que, apesar da campanha irregular, tem um ótimo time com totais condições de ser campeão. Do outro o San Lorenzo, "o time do papa", atual campeão argentino que tenta acabar com o estigma de ser o único grande argentino sem o título da libertadores.

A equipe argentina veio postada no 4-4-2 em linha que marcava pressão em bloco alto e, quando roubava a bola, tentava sair rapidamente para o ataque, porém, se a mesma estivesse sem espaços trabalhava a bola tentando encontrar espaços especialmente pelas laterais do campo.

Já o Cruzeiro veio armado no seu tradicional 4-2-3-1, porém, jogando de uma maneira diferente da que está acostumado a jogar, marcando pressão somente no seu campo de defesa e tentando apostar na transição ofensiva rápida, forçando muito o jogo pelo meio.

O primeiro tempo começou com marcação muito forte por parte das duas equipes e com um trabalho de bola muito melhor por parte da equipe argentina que, ao retomá-la, tentava ser direta em sua ações porém, quando não encontrava espaços, trabalhava pacientemente a bola no campo defensivo da equipe brasileira forçando o jogo especialmente pelo lado direito com o argentino Villalba, substituto de Romagnoli, que ganhou praticamente todos os confrontos individuais que teve com o lateral esquerdo da equipe cruzeirense Samudio. Já a equipe cruzeirense conseguia efetuar uma boa marcação, não permitindo à equipe argentina finalizar com precisão, tanto que, no primeiro tempo, das 10 finalizações do San Lorenzo, 9 foram pra fora. Porém, pecava na transição ofensiva por conta do trio de meias tentar afunilar muito o jogo, facilitando o trabalho dos volantes da equipe argentina que conseguiam rapidamente roubar a bola. O primeiro tempo acabou com pressão da equipe argentina que conseguiu acuar o Cruzeiro, porém, sem criar muitos perigos
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Cruzeiro no 4-2-3-1 com pouco apoio dos laterais e San Lorenzo no 4-4-2 apostando nas jogadas laterais

O segundo tempo começou com uma leve melhora da equipe brasileira, que começou a marcar mais forte no campo de ataque e a tocar melhor a bola, atacando mais, porém deixando mais espaços em sua defesa, espaços que aos 9 minutos fizeram o goleiro Fábio, que para este que escreve merecia uma vaga na Seleção Brasileira, realizar duas defesas sensacionais à queima roupa. E aos 19 minutos veio o balde de água fria para a equipe cruzeirense que começava a melhorar na partida.

Cobrança de falta na intermediária da equipe brasileira, o zagueiro Gentiletti se aproveita do descuido da defesa cruzeirense e marca de cabeça, forçando a equipe brasileira a sair ainda mais para o jogo. Após o gol o técnico Marcelo Oliveira mexeu tentando melhorar a produção ofensiva da sua equipe, que, apesar da melhora ainda sofria com a forte marcação argentina.

Saíram o atacante Júlio Baptista, que tem atuado como centroavante, e o winger William e entraram os atacantes Borges e Dagoberto. Já pelo lado do San Lorenzo o técnico Edgardo Bauza tirou o atacante Corrêa e colocou o lateral esquerdo Kannemann, tentando reforçar a marcação da equipe, além das entradas dos meias Navarro e Elizari no lugar do lateral Más e do Meia Villalba, este que saiu muito aplaudido de campo, tentando reoxigenar a equipe que passou a apostar mais nos contra-ataques. Porém mesmo com as substituições o Cruzeiro continuou no seu campo de ataque sem criar chances reais de gol e o cenário foi o mesmo até o árbitro apitar o fim do jogo.

 
Panorama final: Cruzeiro seguiu previsível mesmo com alterações e San Lorenzo apostava em contra-ataques

Nada está decidido, porém, vale ressaltar que um empate ou uma vitória fora de casa poderia praticamente garantir o Cruzeiro na semifinal. Agora, com a derrota, o Cruzeiro vai precisar de todo o apoio de sua torcida, além de uma mudança de postura em campo, para conquistar a vaga dentro de seus domínios. Pois a equipe argentina vem forte e mostra que, se passar, é uma forte candidata realizar o seu grande sonho que é ser campeã da Taça Libertadores da América.


Por Andrey Hugo (@Andrey_Hugo)