domingo, 15 de junho de 2014

Costa do Marfim 2 x 1 Japão - Bola aérea foi fundamental para a virada da Costa do Marfim diante do Japão!

Japão e Costa do Marfim no 4-2-3-1
Na Arena Pernambuco, Costa do Marfim e Japão travaram um duelo interessante taticamente, que resultou em vitória sofrida, de virada, da equipe africana por 2 a 1. Essa partida evidencia virtudes e defeitos desses times e um pouco também do que ambos podem fazer, já que certamente lutarão até o fim pela vaga para as oitavas nesse Grupo C, que ainda tem Colômbia e Grécia.
A Costa do Marfim foi num 4-2-3-1 onde seus wingers chegavam em diagonal para afunilar no ataque, se projetavam pelo meio para acelerar ou puxar tabelas e apareciam na área para a conclusão de cruzamentos. Yaya Touré se projetava pelo meio nos contra-ataques e também buscava passes e enfiadas de bola para os lados do campo. A maior parte dos contra-golpes marfinenses se originavam de erros de passes, inversões de jogada, saída de bola ou perda de rebotes ofensivos por parte da equipe asiática.
Os marfinenses chegavam a fazer uma “saída de três”, quando Serey Die afundava pelo centro para receber e organizar o primeiro passe, abrindo os zagueiros e espetando os laterais. A equipe africana tinha dificuldades de fluidez de jogo, faltava criatividade. Também por isso, usou muito da ligação direta e dos lançamentos em diagonal para o campo de ataque, buscando a recepção de Bony no comando do ataque ou dos wingers na ponta.
O 4-2-3-1 do Japão fechava duas linhas de quatro bem compactas, com rapidez na transição ataque-defesa e geralmente deixando os zagueiros marfinenses mais “livres” na saída, iniciando o cerco a partir das proximidades do grande círculo central com Honda e Osako e normalmente marcando da linha de meio para trás. Com a posse de bola, Honda circulava bastante, recuando para receber o passe na intermediária defensiva durante a saída de bola, abrindo no lado da jogada para fazer a aproximação, tentando acelerar verticalmente pelo meio e chegar com perigo na entrada da área. Kagawa tentava o corte para o meio com o objetivo de gerar o corredor na esquerda para a infiltração de Nagatomo na linha de fundo. Nos escanteios, Okazaki buscava o deslocamento do centro da área para aparecer na primeira trave para tentar o desvio por meio da antecipação ao marcador responsável por aquela zona.
Na segunda etapa, o técnico japonês colocou Endo no lugar de Hasebe, com o intuito de melhorar a qualidade do passe, distribuição de jogo na intermediária e armação de trás. Sabri Lamouchi acionou Drogba na vaga de Serey Die, recuando Yaya Touré e passando a atuar num 4-4-2 em linhas com Drogba e Bony alinhados mais à frente. Os dois gols marfinenses que garantiram a virada exploraram aquela que talvez seja uma das principais deficiências japonesas: A bola aérea defensiva. Destaque para o segundo gol, onde Gervinho recuou para buscar jogo na intermediária ofensiva e acionou a ultrapassagem de Aurier(lateral de boa chegada no fundo e qualidade no cruzamento). Kagawa, winger japonês do lado da jogada ainda tentou interceptar o cruzamento, enquanto que Nagatomo entrou na grande área. Gervinho percebeu o espaço vazio, fez a infiltração entre Nagatomo e Yoshida, antecipando-se ao zagueiro japonês com ótimo tempo de bola e cabeceando no canto esquerdo do goleiro Kawashima.



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Por João Elias Cruz (@joaoeliascruzzz)