sábado, 14 de junho de 2014

Uruguai 1 x 3 Costa Rica - Eis a primeira surpresa: A Costa Rica exibe boa organização e vira para cima da Celeste

Liderados pelo talentoso atacante Joel Campbell e pelo grande goleiro da Liga BBVA da última temporada, Keylor Navas, Los Ticos superaram a tradicional equipe Celeste, que não soube controlar em nenhum momento a partida.
No cenário inicial, Uruguai no 4-4-2 e a Costa Rica no 5-4-1. Rios e Gargano nunca buscaram o ataque, fato que limitou os ataques uruguaios aos flancos, e deixou os atacantes isolados.
A seleção uruguaia iniciou com Forlán substituindo Luís Suárez, ainda recuperando-se de uma cirurgia, porém não mudando o panorama tático. A Celeste exibiu um 4-4-2 tipicamente britânico na maior parte do tempo, com alas avançados e volantes que não iam muito a frente, ou seja, ficava explícito que os ataques uruguaios partiriam frequentemente pelos lados. Forlán, pela sua qualidade nos passes e seu talento como armador avançado, chegou a recuar para o meio-campo em alguns momentos, dando uma cara de 4-2-3-1 ao esquema, porém foi pouco acionado durante a partida. Com duas linhas de 4, defendiam procurando evitar que bolas longas chegassem à área. Ambos os alas retornavam para auxiliar na marcação, enquanto Cavani esboçava uma pequena pressão na saída de bola costarriquenha.

Por sua vez, Los Ticos exibiam um esquema que se assemelhava ao 5-4-1, quando não tinham a posse da bola, e, com o avanço dos alas e laterais, uma espécie de 3-4-3, ou 3-4-2-1 quando atacavam. Como alternativas ofensivas, constantemente tentavam bolas longas procurando principalmente os velozes Bryan Ruiz e Christian Bolaños. Preferiam o jogo direto e o contra-ataque à troca de passes, e além disso, buscavam o atacante Campbell, que possuía enorme capacidade individual, não sendo estático no meio, movimentando-se para os dois lados, e produzindo oportunidades para si e para seus companheiros. No âmbito defensivo, possuíam linhas de cinco e quatro jogadores, respectivamente, sempre em bloco baixo, e concentrando jogadores na área central, para prevenir cruzamentos e anular Cavani e Forlán.
 
A equipe uruguaia defendendo com duas linhas de quatro.
O 5-4-1 foi a formação mais frequente da Costa Rica.
Ambas as equipes pecaram no primeiro tempo pela falta de criatividade e repertório de jogadas ofensivas. Mesmo assim, Navas teve algum trabalho nas poucas oportunidades uruguaias. Uma penalidade bem cobrada por Edinson Cavani parecia desmontar o reforçado sistema defensivo de Costa Rica, porém os uruguaios tornaram-se passivos diante do avanço das linhas do adversário, concentrando-se em seu próprio campo, e aguardando possibilidades para contra-ataque. Tal atitude se mostrou prematura, e, ao final do primeiro tempo, já era visível o domínio dos centroamericanos.
Com o gol uruguaio, os avanços dos alas e laterais se tornou mais frequente, e pode-se ver a Costa Rica em vários momentos com um 3-4-3. Nessa formação, os costarriquenhos passaram a dominar o meio-campo, e consequentemente, a partida.
 A etapa final iniciou-se da mesma maneira, culminando em uma jogada bem trabalhada pela direita, onde uma falha na marcação uruguaia permitiu o cruzamento de Gamboa, encontrando Borges, que, de cabeça, achou Campbell, também com marcação frouxa na grande área para definir com classe e igualar os valores do placar. Três minutos depois, uma bola parada lançada à área Celeste encontrou o beque Duarte, que venceu a marcação de Cristian Rodríguez e concluiu em gol, causando a improvável virada.

Os uruguaios pareciam desnorteados diante do cenário adverso, e, além disso, sem alternativas para atacar, pois o jogo pelos flancos se tornou previsível e facilmente repelido pela defesa costarriquenha. As entradas de Lodeiro e González mudaram o panorama tático do Uruguai, deixando Arévalo Rios como o único volante, atrás de uma linha de quatro, que aproximava-se de Cavani. Ou seja, um 4-1-4-1. Posteriormente, a entrada de Hernandez teve como objetivo adicionar mais um atacante fixo, algo que não foi capaz de alterar o jogo à favor dos sul-americanos. A defesa costarriquenha permaneceu praticamente inoxidável diante das tentativas uruguaias, e suas alterações não provocaram mudanças táticas. Ainda houve tempo para o gol do substituto Ureña, após lindo passe de Campbell. Na velocidade, Ureña superou facilmente o lento e mal-posicionado Lugano, e deu números finais à chocante partida realizada no Castelão. Certamente, uma das melhores apresentações da Costa Rica em sua história. O oposto pode-se dizer dos uruguaios, que, para almejar uma das vagas precisa melhorar dramaticamente seu desempenho.

A MELHOR COBERTURA TÁTICA DA COPA DE 2014 É AQUI, NA PRANCHETA TÁTICA.

Por Felipe de Faria