segunda-feira, 2 de junho de 2014

Falha na cobertura impede primeira vitória corintiana no Itaquerão

Corinthians e Botafogo se enfrentaram pela 9ª Rodada do Campeonato Brasileiro, a última antes da parada por conta da Copa do Mundo, com mando de campo do time paulista. A equipe corintiana, que começa a apresentar um padrão de jogo mais consistente, vinha sem o goleiro Cássio e buscava a vitória para assim continuar na cola do líder Cruzeiro ou até ultrapassá-lo já que, no começo da rodada, a diferença entre os dois era de apenas um ponto. Já a equipe do técnico Vagner Mancini, que ainda tenta dar um padrão de jogo mais definido para a sua equipe, tinha o desfalque de Emerson e buscava a vitória para assim se distanciar da zona de rebaixamento.

A equipe corintiana veio armada no seu tradicional 4-2-3-1 que também tem mantido o seu padrão de movimentação ofensiva que é a intensa movimentação do seu quarteto de frente, com os seus pontas "fechando" para o meio abrindo o corredor para as chegadas dos laterais,, chegadas que eram alternadas, e tinha também o auxílio constante do volante Bruno Henrique. Defensivamente a equipe corintiana se postava em um 4-4-1-1, marcava por zona e tinha suas duas linhas de 4 bem próximas, marcando pressão desde a saída de bola da equipe carioca.

Já o Botafogo veio postado em 4-4-2 em linhas que, ofensivamente, tinha o atacante Zeballos mais liberado para se movimentar, auxiliado pelas chegadas dos laterais que tinham o auxílio dos wingers, além das chegadas do volante Bolatti, esse um pouco mais timidamente e buscava muito os cruzamentos para o atacante Ferreyra. Defensivamente as duas linhas de 4 da equipe eram bem próximas, realizavam a marcação por zona individual, e deixava os zagueiros da equipe corintiana saírem jogando, pressionando somente quando a bola chegava nos volantes.

Equipes em suas formações iniciais, Corinthians no 4-2-3-1 e Botafogo no 4-4-2

O jogo começou com muita marcação, com as duas equipes sofrendo para criar. A equipe carioca trabalhava a bola tentando chegar principalmente pelo lado direito, o que por vezes deixou o ponta Wallyson isolado no lado oposto, conseguindo somente levar perigo através de cruzamentos buscando o atacante Ferreyra. Já a equipe paulista, aos poucos começou a encaixar o seu jogo, apostando em suas transições em velocidade que conseguiam incomodar a defesa carioca, com a equipe pecando somente na conclusão. Até que aos 24 minutos o meia Jadson driblou o volante Bolatti e, aproveitando espaço criado pelo volante Bruno Henrique, chutou de fora da área, sem chances para o goleiro Renan.
Na imagem a jogada do gol corintiano: Percebe-se a inteligente movimentação do volante Bruno Henrique que arrastou o volante e abriu espaço para o meia Jadson finalizar após drible em Bolatti

Após o gol a equipe botafoguense passou a pressionar a saída de bola corintiana e conseguia, ao recuperar a bola, tocar mais a mesma, sofrendo somente para achar o último passe, por conta da compacta marcação da equipe paulista que conseguia ocupar muito bem os espaços. Já a equipe corintiana passou a alternar a marcação pressão entre média-alta, impondo velocidade assim que conseguia recuperar a bola, criando mais chances que a equipe carioca no primeiro tempo(7 a 1 nas finalizações).

 
Flagrantes mostram ambas as equipes se defendendo em duas linhas de 4 compactas, com a diferença de que, após o gol, os atacantes botafoguenses passaram a auxiliar a compactação da equipe

O segundo tempo começou com uma substituição na equipe botafoguense,saiu o lateral Lucas e entrou o meia Daniel, mantendo o 4-4-2, que agora tinha Edilson na lateral e Daniel como winger pela direita. Os primeiros minutos da etapa final mostraram um Corinthians marcando a saída de bola e sendo mais objetivo com a posse da mesma e um Botafogo que trabalhava a posse de bola sem conseguir furar o bloqueio realizado pela zaga corintiana.

No segundo tempo a equipe botafoguense ainda efetuou mais duas substituições tirando o volante Airton e o atacante Wallyson e colocando os meias Jorge Wagner e Gegê, reorganizando a equipe em um 4-2-3-1 que tinha Jorge Wagner e Bolatti de volantes e Zeballos, Daniel e Gegê na linha dos 3 meias. Já a equipe corintiana também efetuou 3 substituições, tirando o atacante Romarinho e os meias Jadson e Petros e colocando o atacante Luciano e os meias Renato Augusto e Zé Paulo, reorganizando-se em um 4-4-1-1 que tinha R.Augusto e Zé Paulo aberto e Luciano flutuando por trás de Guerrero.

As substituições porém não alteraram o panorama do jogo que, com o recuo do Corinthians que passou a marcar pressão a partir do meio de campo, seguia sem muitos lances de perigo. Até que aos 41 minutos o lateral Edilson conseguiu driblar o lateral corintiano Fábio Santos e, com espaço após falha do zagueiro Gil na cobertura do mesmo, chutou forte para o meio da área e contou com desvio do zagueiro Cléber para empatar o jogo. Após o gol a equipe corintiana voltou a tentar pressionar, porém, desorganizadamente, o que proporcionou a equipe botafoguense o controle da partida até o apito final.
Na imagem a falha de cobertura do zagueiro corintiano Gil no momento do gol, que proporcionou o espaço para o lateral botafoguense infiltrar após driblar Fábio Santos

O resultado foi ruim para a equipe corintiana que novamente, após estar vencendo a partida, cedeu o empate. Assim a equipe paulista fechou o período pré-copa do campeonato brasileiro na terceira posição, 3 pontos atrás do líder, mostrando que ainda precisa ser uma equipe mais consistente principalmente no final das partidas que é quando a equipe, se está vencendo, recua ao invés de continuar buscando o gol para garantir a vitória ou pelo menos manter o adversário o mais afastado possível do seu campo.

Já para a equipe carioca foi um bom resultado afinal, a equipe estava jogando fora de casa,não havia conseguido realizar uma boa atuação principalmente no setor ofensivo e só conseguiu o gol após falha da defesa corintiana. Porém mostrou também que o técnico Vagner Mancini aos poucos tem melhorado a defesa e, após esse período sem jogos, terá mais tempo para tentar dar uma maior consitencia e maior equilíbrio a essa equipe que precisará muito do coletivo se quiser brigar para não cair no campeonato
 
Equipes no final do jogo: Botafogo no 4-2-3-1 que não conseguia furar o bloqueio armado pelo 4-4-1-1 da equipe paulista até o momento do gol

Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)