sexta-feira, 20 de junho de 2014

Japão 0 x 0 Grécia - Mesmo com vantagem numérica, o Japão não foi capaz de derrubar a muralha grega

Não faltou vontade para os japoneses diante da Grécia, que desde o início buscaram o ataque, porém nessa melancólica noite na Arena das Dunas, o zero não saiu do placar, e ambas as equipes tem agora poucas chances de classificação.
O Japão no 4-2-3-1 e a Grécia no 4-1-4-1.
O Japão exibiu o 4-2-3-1 como tática principal, com estratégia que se baseava na posse de bola, com passes curtos em sua maioria, e em ritmo acelerado. Os dois laterais, Nagatomo e Uchida possuíam nesta partida uma orientação ofensiva e foram bastante participativos no ataque, aproximando-se dos pontas Okubo e Okazaki e sobrecarregando a marcação grega. Makoto Hasebe era o volante que recuava até a altura dos zagueiros para realizar a saída de três, enquanto a armação de jogadas ficava por conta de Keisuke Honda, que, mesmo sofrendo forte marcação, foi capaz de mostrar lampejos de seu talento, por ambos os lados, ou próximo à área, próximo a Yuya Osako, o homem centralizado na frente.

A equipe grega veio no 4-1-4-1, com forte presença na área central do campo, linhas em bloco baixo e uma estratégia que envolvia o contra-ataque veloz iniciado pelo meio e escoando para os flancos, bolas longas e passes diretos. Katsouranis jogava entre as linhas, e evitou, enquanto esteve em campo, que Honda tivesse espaço para armar pelo centro. Os alas Fetfatzidis e Samaras auxiliavam frequentemente na marcação dos laterais. Em termos ofensivos, Samaras se aproximava do centro-avante Mitroglou, enquanto que Fetfatzidis não se distanciava da linha lateral em suas investidas.
A orientação defensiva da Grécia, com duas linhas de quatro, e Katsouranis entre as linhas. O posicionamento recuado dos alas gregos procurava impedir que os laterais japoneses tivessem liberdade próximos à área. (Reprodução: FIFA/ESPN Brasil)
O primeiro tempo foi marcado pela ampla posse de bola japonesa, e pela substituição de Mitroglou, que sentiu dores, além dos dois cartões amarelos do volante Katsouranis, que deixaram a equipe grega com dez atletas em campo apenas. O treinador da Grécia Fernando Santos teve então de realizar uma segunda substituição aos 40 minutos, incorporando o veterano Karagounis ao jogo no lugar de Fetfatzidis. O meia Kone passou a fazer a ala direita, enquanto Karagounis se posicionou pelo meio, ao lado de Maniatis. Apesar da situação favorável ao lado japonês, a Grécia teve as chances mais claras de gol, enquanto o Japão esbarrava na forte marcação pelo centro, e teve seu jogo limitado a chutes de fora da área e cruzamentos que raramente encontravam o alvo.
Os laterais japoneses Uchida e Nagatomo subiam constantemente e ao mesmo tempo ao ataque. Nagatomo, em especial, ficou confortável com esta orientação, pois sua equipe, a Internazionale, atua no esquema 3-5-2, sendo Nagatomo um ala que, com a cobertura dos zagueiros, tem muita liberdade para avançar.(Reprodução: FIFA/ESPN Brasil)
Yasuhito Endo substituiu Hasebe antes da volta para a última etapa, qualificando o passe pelo meio, e sendo uma boa opção para bolas paradas. O domínio dos Samurais Azuis permaneceu após o início do segundo tempo, porém a equipe ainda era incapaz de produzir grandes chances de gol. Esporádicas bolas paradas por parte da equipe da Grécia chegaram a trazer algum perigo para o arqueiro Kawashima, que teve qualidade para manter o adversário sem marcar.

Shinji Kagawa, que optou iniciar na reserva por questões pessoais, entrou no lugar de Osako para fazer o lado esquerdo, e trouxe mais incisividade à equipe. Shinji Okazaki então foi para o centro, uma posição também familiar para o jogador do Mainz 05. Com o time japonês praticamente inteiro na metade grega do campo, a parte final foi de intensa pressão e chances desperdiçadas pelo lado azul, porém a meta grega permaneceu inexpugnável após 90 minutos jogados. Um mau resultado para ambas as equipes, porém os japoneses provavelmente saíram mais tristes do embate, já que possuíam um jogador a mais e o controle total da partida, mesmo assim não sendo capazes de balançar as redes do oponente.
As conformações das equipes após as substituições. Até mesmo o defensor Konno passou a avançar até o terço central do campo, e auxiliar a equipe na troca de passes.
まったね!

A melhor cobertura tática da Copa de 2014 é aqui, na Prancheta Tática!

Por Felipe de Faria