Se há uma seleção que cresce contra os grandes é o Uruguai. O que vimos ontem em Itaquera é o mais puro exemplo da superação charrua. Com uma zaga remendada e o peso da trágica estreia, Oscar Tabarez modificava a Celeste para encarar a Inglaterra. O 4-4-1-1 dava lugar ao 4-3-1-2 com a saída do volante Gargano para a entrada de Lodeiro, configurando um losango no meio de campo. Na zaga, com a expulsão de Maxi Pereira e a lesão de Lugano, el maestro optou pela entrada do garoto Jose Maria Gimenez para formar a dupla de zaga com Godin. Álvaro Pereira e Martin Cáceres - de lado invertido - completavam a defesa nas laterais. O English Team mantinha o seu esquema tradicional. A mudança era apenas de posicionamento de ataque, com Rooney centralizado, Sterling na ponta direita e Welbeck na ponta esquerda.
A Inglaterra tinha a bola, chegando a 60% de posse. O Uruguai especulava com a marcação bem definida, a espera da saída rápida com a fantástica dupla Cavani e Suarez. Arevalo Rios marcava implacavelmente a Rooney, enquanto os ponteiros Sterling e Welbeck não tinham vida fácil contra Alvaro Pereira e Martin Caceres. Cebolla Rodriguez e Alvaro Gonzalez fechavam as subidas dos laterais, ao passo que Lodeiro evitava que Gerrard pudesse reger o meio de campo com liberdade. Em um primeiro tempo muito estudado, de poucos erros e muita intensidade, apenas uma genialidade da melhor dupla de ataque da América do Sul para abrir o placar. Passe espetacular de Cavavi e definição 5 estrelas de Suarez, mostrando todo o entrosamento e categoria dos atacantes charruas: 1 a 0 Celeste.
No segundo tempo os ingleses adiantaram sua linhas em busca da vitória. Pudemos reviver os capítulos épicos da velha velha garra charrua. Muita entrega, garra, coração, segurando o ímpeto britânico. Roy Rodgson tentou mexer no ataque com as entradas de Lallana e Barckley pelos flancos. O empate veio em ótima jogada pela direita, encontrando Rooney entre os zagueiros uruguaios para definir. El maestro Tabarez mudou a configuração do meio campo com as entradas de Fucile e Stuani fazer formar duas linhas de 4. Cebolla Rodriguez foi ajudar Arevalo na contenção, enquanto Fucile e Stuani fechavam as subidas de Baines e Glen Johnson. A Aposta era toda numa genialidade de Cavani e Suarez. Foi então, que de um tiro de meta cobrado por Muslera surgiu o gol da vitória. Cavani subiu com Gerrard, que resvalando de cabeça habilitou seu companheiro de Liverpool, que na corrida, ante um mal posicionamento de Cahill e Jagielka definiu o clássico com uma bomba a seu estilo: 2 a 1 com muita garra e ímpeto charrua. O Uruguai esta vivo ao seu estilo.
Por Felipe Bigliazzi (@felipebigliazzi)
