Apesar
do Equador, país situado na América do Sul, e da Honduras, situada na América
Central, situarem em regiões diferentes do continente americano, as duas
seleções utilizaram o mesmo esquema tático inicial. Tanto o Equador quanto a
Honduras começaram a partida no 4-4-2 em linha:
Honduras
e Equador no 4-4-2 em linha
Apesar da semelhança no posicionamento tático inicial, Honduras e
Equador apresentaram poucas semelhanças e diversas diferenças nos princípios de
jogo. As poucas semelhanças podem ser notadas na pouca preocupação com a posse
da bola pelas equipes (Honduras realizou 251 passes certos e o Equador 258), na
procura de lançamentos como ligação ao ataque (Honduras fez 55 lançamentos e
Equador 49) e na procura de superioridade numérica em laterais defensivos. Esta
procura de superioridade numérica pôde ser exemplificada no flagrante da
seleção da Honduras a seguir:
No
flagrante, Honduras colocou seis jogadores na zona da bola enquanto o time
adversário estava posicionado para cobrar o lateral, enquanto que o Equador só
tinha quatro dentro do mesmo setor. Ainda no mesmo flagrante, percebe-se
Espinoza –o winger da esquerda da Honduras- balançando corretamente na jogada.
Já que ele “abandonou” o lateral-direito adversário e fez com que o seu time se
aproximasse e torna-se possível a superioridade numérica no lateral adversário.
Já
em relação aos aspectos diferentes, pode-se notar a falta de preocupação do
Equador em compactar a equipe em situação defensiva, a diferença da altura da
compactação do time e a zona onde cada equipe iniciava a sua marcação ativa.
Enquanto a Honduras
compactava próximo do meio do campo, iniciava a marcação ativa próximo do meio
e de que os dez jogadores procuravam manter esse distanciamento em qualquer
situação do jogo –tanto ofensiva quanto defensiva-, os do Equador compactavam
entre as intermediárias do campo, iniciavam a marcação ativa já em campo
adversário e, em situação defensiva, seus dois atacantes não compactavam com o
restante da equipe. Princípios estes que taticamente apresentaram diferenças em
campo.
Equador,
em situação defensiva, no 4-4-2 em linha, já tendo iniciado a sua marcação
ativa e com os seus dois atacantes sem compactar com a equipe na jogada. Sem
esta compactação, os meio-campistas centrais da Honduras tiveram liberdade
quando o seu time empurrava as duas linhas de 4 do sistema defensiva
equatoriano.
Honduras,
em situação defensiva, no 4-4-2 em linha, compactada e iniciando a sua marcação
ativa somente próxima do meio do campo (Reprodução: Sportv).
Porém
como uma partida de futebol não determinada somente pela equipe mais organizada
taticamente, o Equador acabou vencendo por 2 x 1 a Honduras. Partida realizada
na Arena da Baixada e que foi desequilibrada pelo duelo dos dois jogadores
centrais que faziam os seus times jogarem.
Do lado
da Honduras, Claros foi o jogador responsável pela função. Já pelo lado
equatoriano, Noboa realizou. No primeiro tempo, os dois jogadores
frequentemente atuaram na mesma faixa do campo. Deste modo, enquanto um
atacava, o outro marcava e vice-e-versa. Na primeira etapa, o placar de 1 x 1
mostrou o equilíbrio das habilidades táticas e técnicas destes jogadores.
Entretanto no segundo tempo, Claros permaneceu do outro lado do campo e fez com
que o duelo desequilibrasse para o time adversário.
Sem
ter com que precisar marcar tanto e com a maior habilidade técnica e tática,
Noboa, o meia do Equador, passou a ditar o ritmo do jogo à sua maneira. Ele fez
35 passes certos, 10 desarmes e três lançamentos corretos. Além destes
destaques técnicos, Noboa frequentemente “empurrou” o volante adversário mais
próximo para longe do setor da bola e, quando esta se tornava possível de passe
para ele, Noboa se aproximava da bola já sem marcação. Sem a marcação próxima,
este jogador distribuiu tantos passes que o sistema defensivo hondurenho era
frequentemente quebrado.
Noboa e suas opções
de passes após de se desmarcar sem bola de Garrido em todo o segundo tempo.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)