Corinthians e Internacional se enfrentaram em confronto válido pela 10ªRodada do Campeonato Brasileiro. A equipe paulista mostrou evolução principalmente em seu setor defensivo, embora tenha apresentado um velho defeito que será citado mais à frente. Já a equipe gaúcha, que teve um início de jogo muito ruim defensivamente, mostrou principalmente um claro problema que é a falta de um jogador que venha de trás para chegar de surpresa, surpreendendo assim a defesa adversária.
O Corinthians armou-se inicialmente no 4-4-1-1 que logo se tornou em um 4-2-3-1, com a equipe defensivamente voltando a atuar em um 4-4-1-1 com Jadson constantemente voltando para recompor mais a região a frente da segunda linha defensiva. A equipe corintiana, em sua fase ofensiva, apresentou chegada alternada dos laterais, com ênfase para o lado direito que tinha Fágner chegando mais constantemente e muita movimentação do seu quarteto ofensivo, além de muita velocidade na transição, com a equipe aproveitando os espaços cedidos pela defesa colorada. Defensivamente a equipe apresentou boa compactação, marcava por zona e, pelo menos no início do jogo, marcou pressão no seu campo de ataque.
Já o Internacional veio também armado em um 4-2-3-1 que defensivamente alternava entre o 4-4-1-1 e o 4-4-2, quando D'Alessandro se alinhava a Rafael Moura mais adiantado. A equipe colorada, em sua fase ofensiva trabalhava mais a posse de bola e tinha boa compactação, além de apresentar chegadas alternadas dos laterais e movimentação do quarteto ofensivo. Porém a equipe sentia a falta de Aranguiz, o volante que constantemente chegava ao ataque e era um dos principais responsáveis por dar profundidade as ações da equipe. Defensivamente a equipe colorada apresentou uma marcação muito frouxa, com o trio de meias auxiliando pouco a compactação da equipe, sobrecarregando assim a dupla de volantes mais o quarteto mais recuado da equipe.
Equipes em suas formações táticas iniciais: Corinthians no 4-4-1-1 que logo se transformou em um 4-2-3-1 com a ida de Jadson para o centro do trio de meias e Internacional no 4-2-3-1 que sentiu novamente a falta do "homem surpresa"
O primeiro tempo tempo começou com um Corinthians marcando forte a saída de bola adversária e aproveitando os espaços cedidos pela equipe colorada. Os dois gols da equipe corintiana surgiram exatamente da combinação movimentação+espaços cedidos pela marcação adversária, primeiro com Jádson efetuando passe por cima da zaga colorada para Guerrero sozinho marcar e depois com cruzamento rasteiro de Luciano que atravessou a área e encontrou Fágner livre, aproveitando-se da falha da zaga adversária que "marcou a bola" ao invés dos jogadores corintianos.
Os flagrantes dos gols da equipe corintiana mostram bem os espaços que a marcação colorada cedia: No primeiro pode-se perceber 3 jogadores corintianos livres, dando opção para Jadson que percebeu Guerrero em melhor condição para finalizar. Já no segundo percebe-se Fabrício junto a Juan no centro, marcando somente a bola, deixando assim o corredor livre para Fágner, que também aproveitou-se da não recomposição de Jorge Henrique
Após os gols a equipe colorada, aproveitando-se do recuo da equipe paulista que passou a marcar em bloco médio/baixo, passou a ter mais a posse de bola e apresentava boa movimentação, com os homens abertos constantemente fechando para o meio abrindo espaços para as decidas dos laterais, porém, sem conseguir ter efetividade uma vez que a equipe esbarrava constantemente nas compactas linhas defensivas corintianas. Ainda no primeiro tempo ocorreu no Internacional a entrada de Cláudio Winck no lugar de João Afonso que estava muito nervoso correndo inclusive o risco de expulsão. Mesmo com a substituição foi mantida a estrutura tática da equipe, com Winck fazendo exatamente a mesma função de João Afonso, melhorando a qualidade do passe porém manteve a dificuldade em penetrar na área corintiana.
O segundo tempo apresentou em sua totalidade a mesma tônica que o primeiro, com a diferença que a equipe corintiana recuou de vez, marcando inclusive na maior parte do tempo em bloco baixo, o que permitiu a equipe colorada ocupar ainda mais o campo de ataque apresentando até maior velocidade no toque de bola principalmente após a entrada de Valdívia no lugar do apagado Jorge Henrique, porém, com a mesma continuando a ter pouca efetividade na criação de jogadas, necessitando assim se utilizar muito dos cruzamentos realizados pelos laterais.
Mapa de calor da equipe colorada mostra como as laterais foram sem dúvida o setor mais utilizado para a criação de jogadas durante a partida
Já Mano Menezes, percebendo a dificuldade que a equipe estava apresentando na transição muito por conta do cansaço de alguns jogadores, tirou primeiramente Luciano, depois Elias e já no fim do jogo Guerrero e pôs Romarinho, Bruno Henrique e Romero, mantendo a proposta e a estrutura tática da sua equipe.
Já no final do jogo, após muito insistir a equipe colorada consegui marcar um gol de cabeça com Cláudio Winck, que chegou pouco na área durante o jogo, após cruzamento de Wellington Silva. Vendo a oportunidade do empate Abel Braga ainda promoveu mais uma substituição com a entrada de Wellington Paulista no lugar de Willians, alterando assim a estrutura da equipe para praticamente um 4-4-2 em linhas que variava para o 4-2-2-2 uma vez que Alan Patrick e Cláudio Winck ficavam mais fixos como volantes e D'Ale e Valdívia constantemente buscando o meio para jogar, com Paulista e Moura mais avançados. Mesmo com as substituições a equipe colorada não conseguiu marcar mais um gol, perdendo assim a partida por 2 a 1.
Equipes no final do jogo: Corinthians manteve o 4-2-3-1 do jogo inteiro e Inter tentando o abafa em um 4-4-2
O período de recesso por conta da copa foi bom principalmente para o Corinthians uma vez que o mesmo apresentou em seu retorno uma solidez defensiva muito grande e que constantemente negou espaços para a equipe gaúcha.. A equipe porém ainda apresenta um grave problema que é o recuo exagerado após conseguir ficar à frente do placar, o que quase provocou o empate da equipe gaúcha. Já o Inter mostra que necessita demais de Aranguiz, pois sem o chileno a equipe perde muito o seu poder de penetração, o que faz com que a equipe muitas vezes mantenha a posse de bola sem possuir efetividade, fazendo com que a equipe necessite demais dos cruzamentos como no jogo de ontem(23 contra 5 do Corinthians).
Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)