segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A vitória do Galo em jogo sofrível

Atlético-MG e Palmeiras fizeram um jogo com muitos erros técnicos e alguns táticos. Devido a estas seguidas falhas, a partida não apresentou muitas jogadas trabalhadas e poucos passes corretos em sequência. Para este jogo da 14ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2014, o Galo e o Porco iniciaram a partida no 4-2-3-1:

Atlético-MG e Palmeiras no 4-2-3-1

Para mais um jogo no Campeonato Brasileiro de Ricardo Gareca, o seu time apresentou mais do mesmo e a evolução constante não foi detectada. Novamente, o Palmeiras atuou no 4-2-3-1, buscou a compactação curta em todas as ações de jogo, alternou as subidas dos laterais, buscou os passes curtos em todo o campo e, por fim, se defendeu no 4-4-1-1 com os setores da equipe bem próximos. Assim como deve ter percebido, a evolução do time brecou em dois aspectos: a falta de noção tática defensiva de alguns jogadores e a falta de entrosamento da equipe para a realização dos passes curtos. O primeiro será explicado adiante, já o último só no final da análise.

A falta de noção tática defensiva não acontece só em alguns jogadores do Palmeiras, mas sim em diversos jogadores desse Campeonato Brasileiro. Na partida entre o Atlético-MG e Palmeiras, Leandro e Mouche se destacaram neste quesito. Estes dois jogadores do Verdão somente marcavam o lateral adversário mais próximo. Em vez dos dois formarem a linha de 4 do meio-de-campo do seu time e balançarem para o lado de acordo com a bola, Leandro e Mouche só ficaram encostados em Marcos Rocha. 


Sem Marcos Rocha subindo ao ataque, Leandro/ Mouche não fizeram o auxílio da marcação à frente de Victor Luis e deixavam o seu time propício ao flagrante acima: com Pierre atacando, Victor Luis não sabia se avançava no volante do Galo ou se ficava para marcar Luan. O gol da vitória alvinegra saiu de um lance pela esquerda da defesa alviverde e sem a participação do lateral-direito do Atlético-MG (Reprodução: Sportv).

Entretanto esta falta de noção tática defensiva não é privilégio só de Leandro e Mouche, mas sim de diversos jogadores neste Campeonato Brasileiro. O 4-2-3-1 é esquema tático no qual se deveria defender com duas linhas de 4. Porém quando uma delas não é bem formada e se o adversário souber aproveitar esta falha no sistema defensivo do 4-2-3-1, abre-se um enorme espaço do qual o volante adversário possa usufruir.

No jogo entre o Grêmio e Coritiba, o winger da esquerda do time gaúcho não voltou e abriu um enorme espaço à frente do volante Baraka da equipe paranaense (Reprodução: Sportv).

No jogo entre Atlético-PR e Criciúma, o winger da esquerda do time paranaense não voltou e abriu um enorme espaço à frente do volante Rodrigo Souza da equipe catarinense (Reprodução: Sportv). 

Não precisamos ir muito longe para observamos duas linhas de 4 formadas independentemente se os laterais adversários ataquem. Na Copa do Mundo 2014 e no jogo entre Equador e Honduras, a equipe equatoriana formava as duas linhas de 4 corretamente e constantemente (Reprodução: Sportv).

Já o time de Levir Culpi também estagnou no desenvolvimento como uma equipe desde o último jogo contra o Atlético-PR. O Atlético-MG apresentou novamente uma compactação mais longa do que diversos times da Série A; o seu quarteto ofensivo pouco volta para compor o sistema defensivo; os volantes não sobem, pois fazem a cobertura defensiva dos laterais e, por fim, o trio de meias pouco mudam de posição entre si.  

Com nenhum dos meias do Atlético-MG fazendo parte do sistema defensivo do Galo, assim como no flagrante acima, a dobradinha Allione e Weldinho –assim como aconteceu do outro lado com Victor Luis e Leandro- geralmente passavam do solitário combate de Pedro Botelho ou Marcos Rocha (Reprodução: Sportv).

Apesar de tantos aspectos táticos negativos detectados na partida, houve alguns positivos pelo lado técnico. Mas também muito mais negativos do que positivos por este lado do jogo. Do lado positivo, as duas equipes tentavam sair jogando através de passes curtos. Tanto que o Atlético-MG realizou 425 passes corretos e o Palmeiras, 300. Porém ainda pelo lado dos passes na partida, as duas equipes juntas erraram 98 passes (Galo 60 e Porco 38). Representando assim: mais de um passe errado por minuto! Ou seja, houveram pouquíssimas jogadas realizadas através de passes curtos e, ainda menores, trabalhadas até a meta adversária.

Para piorar a partida no aspecto técnico, o Atlético-MG errou 18 dos 20 cruzamentos tentados e 32 dos 48 lançamentos tentados. Já o Palmeiras errou os 10 cruzamentos tentados e 29 dos 39 lançamentos tentados. Muitos, mas muitos erros para uma partida de Série A do Campeonato Brasileiro.

As entradas de Dátolo, Luan e André pelo Galo, e as entradas de Josimar, Mouche e Diogo pelo Porco pouco alteraram a partida taticamente e tecnicamente. Todos os jogadores entraram na mesma posição do que saiu e realizaram funções parecidas. Ou seja, do início ao fim, o 4-2-3-1 nas duas equipes também se mantiveram.

Fim de partida: Atlético-MG e Palmeiras no 4-2-3-1.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)