Aproveitando os espaços, Santa Cruz bate o Náutico no Clássico das Emoções!

Pela Série B, Náutico e Santa Cruz se enfrentaram em mais um "Clássico das Emoções". O Tricolor do Arruda soube aproveitar os espaços deixados pelo sistema defensivo alvirrubro na segunda etapa e construiu o resultado(vitória por 3 a 0), usando da velocidade nos contragolpes.

Ambos os times foram no mesmo sistema de jogo, o 4-2-3-1. O Náutico atacava preferencialmente pelo lado esquerdo com a dobradinha entre Raí e Roberto, dois laterais-esquerdos de origem, mas defensivamente o primeiro fechava a linha de 4 e o segundo dava o primeiro combate pelo flanco e ficava responsável pelo acompanhamento individual das subidas do lateral-direito Tony. Sem a bola, o Timbu marcava em bloco médio/baixo, com boa parte do time atrás da linha da bola, fazendo encaixes no setor e nos escanteios defensivos, marcava individualmente no "bolo" da área e dois jogadores marcavam a zona na primeira trave. Com a posse de bola, o Náutico tinha pouca objetividade e agressividade. Apostava principalmente nas bolas levantadas na área para o centroavante Tadeu, porém, não obteve sucesso em suas tentativas. 

O Santa Cruz atacava preferencialmente pela direita, com Carlos Alberto tentando trabalhar o jogo com Tony na ponta mas também carregando a bola pra dentro e buscando o passe/tabela em diagonal da direita pro meio. Natan fazia o movimento de deslocamento centro-direita para buscar a aproximação e/ou talvez a superioridade numérica, formando geometricamente uma pequena sociedade triangular no setor. Léo Gamalho saía bastante da área, buscava os lados do campo, o arranque nos contra-ataques e abria para dar opção ao passe de ruptura. 

Na segunda etapa, a Cobra Coral passou a ter ainda mais o domínio territorial e de posse de bola na partida. O primeiro gol surgiu de uma arrancada de Keno em diagonal, cortando 4 jogadores alvirrubros antes de marcar. Fruto da pouca combatividade e agressividade da marcação do Náutico, já que ninguém deu o combate direto ao adversário. Gol este que quebrou a estratégia do Náutico, que tentou atacar e propor o jogo, porém, sem organização em suas ações, com transição defensiva lenta e dando muitos espaços para os contra-ataques adversários. O Santa Cruz adotou uma proposta mais transicional e foi assim, por meio da aceleração na transição defesa-ataque, que fez os outros dois gols que garantiram a vitória. Destaque para a falha tática do sistema de marcação do Timbu no segundo gol tricolor, marcado por Wescley. No lance, o volante Gilmak não acompanha o meia até o final em sua infiltração nas costas da defesa, deixando-o entrar na área com liberdade para concluir.

*Por João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)