quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Atuação baiana serve de alento para sua torcida. Já a atuação corintiana serve para a equipe ativar o sinal amarelo

Bahia e Corinthians se enfrentaram em confronto válido pela partida de volta da 3ªfase da Copa do Brasil. A equipe baiana teve um bom início de jogo apresentando um melhor futebol durante quase todo o primeiro tempo. Porém, na etapa final, o Corinthians cresceu, embora em nenhum momento tenha levado real perigo a defesa adversária.

O Bahia veio a campo armado em um 4-3-1-2, apostando no toque de bola, nas descidas alternadas dos seus laterais, descidas dos carrileros, que subiam ao mesmo tempo, e muita movimentação da sua dupla de ataque, além da movimentação de Emanuel Biancucchi, que circulava pelo campo de ataque armando as tramas ofensivas da equipe. Defensivamente a equipe marcava por zona com curtos encaixes no setor e realizava pressão desde a saída de bola corintiana, com essa pressão sendo efetuada pelo trio mais avançado da equipe. Se essa primeira linha de pressão era ultrapassada, a equipe compactava-se com uma linha de 4 atrás, mais a linha formada pelo trio de volantes, que balançava conforme o setor em que a bola estava, com o eventual suporte de Emanuel Biancucchi que voltava para fechar o losango e pressionava o adversário em seu campo.

Já o Corinthians veio armado em seu tradicional 4-2-3-1, apostando na velocidade de suas transições, subidas alternadas dos laterais, embora a equipe atacasse mais pelo lado esquerdo, movimentação do seu quarteto ofensivo, que tinha Danilo e Renato Augusto trocando constantemente de posição entre o centro e a esquerda, além do atacante Luciano que também caía constantemente por aquele setor. Defensivamente a equipe corintiana se compactava em um 4-4-2 com o recuo dos seus wingers, marcava por zona, realizando marcação pressão em bloco médio-baixo.

Equipes em suas formações táticas iniciais: Bahia dominando o meio no 4-3-1-2 e Corinthians no 4-2-3-1

A tônica do início do primeiro tempo foi um Bahia incisivo e um Corinthians disperso. A equipe baiana, com o trio Maxi-Emanuel-Jeam atrapalhou várias vezes a saída de bola corintiana, roubando a bola no campo de ataque ou então obrigando a equipe a "rifar" a bola, o que causou muitas vezes a perda da posse da mesma, muito por falta de um homem que pudesse fazer a retenção para assim dar tempo da equipe ir para o campo de ataque. O único problema da equipe baiana foi a falta de profundidade quando a mesma estava com um maior controle de posse na jogada. Já o Corinthians fazia uma má partida, muito por conta de uma espécie de relaxamento da equipe, motivado pela vantagem de 3 gols. A equipe tinha pouca participação dos seus volantes em campo ofensivo, o que causava dificuldades na transição, fora a forte a boa marcação do meio de campo da equipe baiana.

Flagrante da pressão do trio de frente da equipe baiana na saída de bola corintiana(Reprodução: Sportv)

Com a lesão de Fágner, Guilherme Andrade entrou em seu lugar. Porém, é visível a falta de ritmo do jogador corintiano. Em uma roubada de bola pelo lado direito de seu setor ofensivo, o Bahia criou a jogada do seu gol com Railan aproveitando o espaço deixado por Fábio Santos para efetuar o cruzamento e Guilherme Andrade, que havia acabado de entrar, se atrapalhando marcando gol contra. Após o gol sofrido houve uma alteração no posicionamento da equipe corintiana, com Petros abrindo pela esquerda e Renato Augusto vindo atuar aberto pela direita, com Danilo passando a atuar mais centralizado. As alterações não surtiram muito efeito e o primeiro tempo acabou mesmo 1 a 0 com o Bahia atuando melhor

No intervalo houve uma substituição na equipe corintiana com Romero entrando no lugar de Danilo. Com essa alteração a equipe corintiana passou a atuar em um 4-3-1-2 por conta do recuo de Petros que passou a atuar como um carrilero pela esquerda, havendo também a centralização de Renato Augusto para atuar como enganche, deixando Romero e Luciano mais a frente. Em fase defensiva a equipe mudou a altura do seu bloco, adiantando suas linhas, marcando pressão alta com Romero e Luciano dando o primeiro combate e fechando-se de forma similar ao Bahia, com a linha de 3 volantes à frente da linha de 4 mais o recuo de Renato Augusto para fechar o losango, apresentando um único fator que as diferenciava: o atacante do "lado" em que a equipe estava sendo atacada recuava para criar a superioridade numérica no setor.

O segundo tempo iniciou-se com uma postura diferente da equipe corintiana, que passou a igualar numericamente a disputa no meio campo. A equipe avançou suas linhas e passou a tocar mais a bola no campo ofensivo, aproveitando-se da movimentação de Romero e Luciano que constantemente abriam para auxiliar esse trabalho, trabalho realizado preferencialmente pelo lado esquerdo. Já o Bahia, embora mantivesse a pressão realizada pelo seu trio de frente, diminuiu a intensidade da marcação no meio de campo, algo que também facilitou a melhora corintiana no jogo. Vendo isso o treinador da equipe baiana efetuou duas alterações, colocando William Barbio e Branquinho nos lugares de Emanuel e Jeam. Com as alterações a equipe se reorganizou em um 4-1-4-1 com Barbio e Branquinho abertos, deixando Maxi mais adiantado.

Após as substituições o Bahia voltou a equilibrar o jogo, voltando inclusive a atacar, preferencialmente pelo lado direito com William Barbio. Ainda houve uma última substituição na equipe com Bruno Paulista entrando no lugar de Feijão, realizando assim o recuo de Léo Gago que passou a atuar com o 1 do 4-1-4-1. Já no Corinthians houve mais uma alteração no final da partida, com Elias entrando no lugar de Luciano. A alteração manteve a estrutura tática da equipe, havendo somente a alteração de posicionamento, com Elias passando a atuar como enganche e Renato Augusto adiantando-se para atuar como um segundo atacante. Com essas alterações o panorama do jogo foram duas equipes buscando atacar através de transições velozes, porém, nada que alterasse o placar do jogo.

Disposição das equipes no final da partida: Corinthians no 4-3-1-2 e Bahia no 4-1-4-1

Para o Corinthians a derrota em si não foi tão ruim pois a equipe acabou se classificando mesmo assim, porém, o desempenho da equipe fora de casa serve de alerta pois é a segunda partida seguida fora de casa que a equipe tem um desempenho abaixo do normal. Já para o Bahia, o bom desempenho na partida serve de alento para a equipe que está em penúltimo lugar no Campeonato Brasileiro.

Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)