segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Com sistemas ofensivos pouco inspirados, Coritiba e Corinthians ficam no 0 a 0

Coritiba e Corinthians se enfrentaram no estádio Couto Pereira em confronto válido pela 13ª Rodada do Campeonato Brasileiro de 2014. A partida foi de baixo nível técnico, com o setor ofensivo de ambas as equipes tendo uma atuação muito ruim, o que se refletiu no pouco volume ofensivo de ambos os lados

O Coritiba veio a campo em um 4-4-1-1 que, em fase ofensiva, buscava acelerar o jogo principalmente pelos lados do campo com as dobradinhas Reginaldo-Norberto e Dener-Dudu. Além deles ainda havia a movimentação de Zé Love, que constantemente caía pelo lado esquerdo e do meia Alex, este com liberdade total para se movimentar. Defensivamente a equipe se fechava nesse mesmo 4-4-1-1, dando liberdade das obrigações defensivas para  Zé Love e principalmente Alex. A equipe marcava por zona, com encaixes curtos dentro do setor, e realizava a marcação pressão em bloco médio, com essa pressão começando principalmente quando a bola chegava, ou nos laterais ou nos volantes da equipe corintiana, deixando assim os zagueiros mais livres.

Já o Corinthians veio armado 4-2-3-1 que, em sua fase ofensiva, contava com a constante troca de posição de Romarinho e Romero que alternavam as funções de homem mais avançado do ataque e meia aberto pela direita na linha dos 3, Jadson mais centralizado e Petros pela esquerda, este fazendo a sua habitual movimentação de fora pra dentro, além da subida alternada dos laterais, que por vezes era simultânea pois quando a jogada caía pelo lado esquerdo o lateral direito Fágner subia ao mesmo tempo que o lateral esquerdo. Defensivamente a equipe corintiana se fechava com uma linha de 4 atrás mais uma linha de 3 formada por Ralf, Elias e Petros, linha de 3 essa que seria uma linha de 4 não fosse a falha recomposição de Jadson, que muitas vezes ficava centralizado quando deveria estar aberto pelo lado direito ajudando assim a fechar a segunda linha de marcação, o que constantemente obrigava Elias a sair para o lado direito para assim "cobrir" o setor onde o meia corintiano deveria estar. A equipe marcava por zona, marcando pressão em bloco médio com Romarinho e Romero dando o primeiro combate a saída de bola adversária.

Equipes em suas disposições táticas iniciais: Corinthians no 4-2-3-1 que se tornava uma espécie de 4-3-1-2 defensivamente por conta da falha recomposição de Jadson, e Coritiba no 4-4-1-1 que mantinha a sua estrutura quando estava sem a posse de bola

O primeiro tempo começou com pressão do Coritiba, com a equipe forçando mais o jogo pelo lado direito com a dupla Reginaldo-Norberto. O Corinthians nesses minutos iniciais tentava sair mais no contra golpe, porém, se utilizava muito da ligação direta, o que por vezes fez com que a equipe perdesse rapidamente a posse de bola. Após o início de domínio do Coritiba, o Corinthians passou a equilibrar mais o jogo conseguindo ficar mais com a posse de bola, porém, a equipe seguiu se utilizando da ligação direta, muito por conta da pouca movimentação de Jadson, que atuava muito centralizado e pouco se movimentava, facilitava a marcação dos volantes do Coritiba, além da pouca participação ofensiva de Elias, que até auxiliava a saída de bola mas pouco infiltrava.

Mapa de calor 
Mapa de calor da movimentação de Elias: pode-se perceber claramente que o volante corintiano, tão conhecido pelas suas chegadas ao ataque, ficou mais preso ao meio de campo. Percebe-se também outra questão abordada anteriormente no texto que é a sua recomposição pelo lado direito, uma vez que Jadson, o responsável por recompor por aquele setor, não executava a função de maneira correta

O segundo tempo começou com um Corinthians tentando avançar mais as suas linhas, marcando pressão em bloco alto e, de posse da bola, se utilizava muito da dobradinha Fábio Santos-Romarinho, com esse último caindo mais para o lado esquerdo no segundo tempo. Já o Coritiba apostava mais nos contra ataques, o que era dificultado por conta da lentidão da transição ofensiva da equipe paranaense.

Para tentar melhorar a criação praticamente nula de sua equipe, Mano Menezes efetuou uma substituição, colocando Renato Augusto no lugar de Romero, com o mesmo passando a atuar aberto pela direita na linha de 3 meias. Porém, a melhora mais visível foi a melhora da composição da segunda linha de 4 da equipe quando a mesma estava sem a posse de bola. Poucos minutos após essa substituição Celso Roth também mexeu, tirando Dudu e colocando o volante Hélder, mantendo o 4-4-1-1 com Hélder aberto pela esquerda, reforçando a marcação por aquele lado. Alguns minutos após essa substituição houve a expulsão de Fágner, lateral da equipe corintiana. Com a expulsão a equipe se reorganizou no 4-4-1 com Petros momentaneamente ocupando a lateral direita, trazendo assim Renato Augusto para atuar como um winger esquerdo com Jadson atuando aberto pela direita.

Com a expulsão a equipe corintiana recuo bastante as suas linhas passando a marcar pressão em bloco baixo, dando assim espaços para o Coritiba avançar as suas linhas, controlando mais a posse de bola. Poucos minutos após a substituição ocorreram mais duas alterações, uma em cada equipe, com Geraldo entrando no lugar de Germano, mantendo novamente o 4-4-1-1 da equipe paranaense, dessa vez com Baraka e Hélder de volantes e Geraldo aberto pela esquerda buscando dar maior profundidade à equipe por aquele setor.  Já pelo lado corintiano entrou o volante Guilherme Andrade no lugar do apagado Jadson, com o mesmo passando a ocupar a lateral direita, trazendo assim novamente Petros para a função de winger esquerdo e Renato Augusto para fazer a função de winger direito.

Ainda ocorreram novamente mais duas alterações na partida, com Luciano entrando no lugar de Romarinho por parte da equipe corintiana e Keirrison entrando no lugar de Zé Love por parte da equipe do Coritiba, porém, nada que tenha realmente alterado o panorama final da partida, que teve um Coritiba controlando a posse de bola, com Alex muitas vezes recuando para receber a bola dos pés dos volantes ainda no meio de campo, e um Corinthians com suas linhas mais baixas, esperando para ver se "achava" um bom contra ataque.


O desempenho corintiano na partida foi preocupante principalmente por conta da baixa produção ofensiva, com a equipe apresentando um volume de jogo muito baixo, além do outro problema que nos dois primeiros jogos da equipe após a Copa do Mundo parecia ter sido resolvido: a recomposição pelo lado direito da equipe. Já o Coritiba mostrou problemas no seu setor ofensivo, com seus wingers muito presos aos lados do campo, fazendo com que a equipe buscasse pouco o jogo pelo meio.



Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)