terça-feira, 19 de agosto de 2014

Corinthians segue com problemas no setor ofensivo e só empata com o Bahia

Corinthians e Bahia se enfrentaram na Arena Corinthians em confronto válido pela 15ªRodada do Campeonato Brasileiro. Esse foi o terceiro enfrentamento das equipes em menos de um mês, porém, não apresentou grande diferença em relação ao último jogo em que as equipes se enfrentaram.

O Corinthians veio a campo no seu tradicional 4-4-1-1/4-4-2 em linhas. Em fase ofensiva, a equipe tinha Jadson saindo da direita para o meio, Petros ficando mais fixo pela esquerda auxiliando Fábio Santos em suas descidas ao ataque, Romero e Guerrero saindo constantemente para os lados do campo, além das habituais chegadas alternadas dos laterais Fábio Santos e Fágner. Defensivamente a equipe se compactava nas suas habituais duas linhas de 4, marcava por zona com curtos encaixes no setor e alternava a sua marcação pressão entre blocos médio-alto.

Ja o Bahia veio a campo armado no 4-3-1-2 que vinha sendo utilizado por Charles Fabian enquanto o mesmo estava no comando da equipe que agora é comandada por Gilson Kleina. Em fase ofensiva a equipe tinha os seus laterais chegando alternadamente ao ataque, com os seus carrileros chegando mais às proximidades da grande área e auxiliando os laterais fornecendo assim opção de passe. Havia também a movimentação de Emanuel Biancucchi, que tinha liberdade de movimentação, caindo preferencialmente pelo lado esquerdo, além da movimentação da dupla de ataque Kieza e Maxi, com Kieza caindo mais pela esquerda e Maxi caindo mais pela direita. Defensivamente o Bahia compactava-se em duas linhas de 4, com Emanuel se alinhando aos volantes aberto como um winger pela esquerda e Rafael Miranda abrindo pela direita, atuando também como winger. A equipe alternava a sua marcação pressão entre os blocos médio-baixo e marcava por zona, também com curtas perseguições dentro do setor.

 
Equipes em suas formações táticas iniciais: Corinthians no 4-4-1-1/4-4-2 e Bahia no 4-3-1-2

O jogo começou com a equipe Corintiana buscando mais o jogo, pressionando a saída de bola adversária e buscando o controle na posse da pelota. Quando tinha a bola, a equipe buscava acelerar o toque de bola nas proximidades da grande área contando com a movimentação de Elias, Jadson e Romero, além da eventual aproximação de Petros. Porém a equipe pouco penetrou na grande área por conta da excelente compactação das linhas da equipe baiana, levando algum perigo somente através dos chutes de média distância. Já o Bahia, que começou acuado por conta da pressão corintiana, aos poucos equilibrou a partida, subindo a sua marcação realizando pressão a partir do meio de campo e saindo em velocidade tanto pelos lados com seus laterais, como pelo meio com as incursões de Emanuel Biancucchi. Porém a equipe baiana também não conseguia ´penetrar com facilidade na área corintiana, conseguindo levar perigo através dos chute de média distância e das bolas alçadas na área, bolas essas muitas vezes alçadas através de cobranças de falta nas laterais do campo.

Mapa de calor 
Mapa de calor da equipe baiana durante a partida: Beiradas foram o setor chave de criação do Bahia durante toda a partida(Reprodução: Footstats)

E foi assim, aos 35 minutos do primeiro tempo que saiu o primeiro gol do Bahia, com Kieza marcando de cabeça após cobrança de falta de Emanuel Biancucchi. Após o gol a equipe corintiana adiantou novamente as suas linhas, forçando novamente o Bahia a marcar em bloco baixo. Com o adiantamento de suas linhas o Corinthians voltou a ter maior controle da posse de bola, porém, só levava ´perigo através das bolas alçadas na área. De tanto martelar com os cruzamentos o gol corintiano saiu: cruzamento de Guerrero, que recuperou a bola após cobrança errada de escanteio de Jadson, gol de cabeça de Gil, com o zagueiro corintiano subindo mais que o seu marcador.

A equipe corintiana iniciou o segundo tempo tendo mais o controle da posse de bola, porém, sem ter profundidade, com Elias ficando muito preso ao lado de Ralf. Já o Bahia manteve o seu bloco baixo, pressionando somente a partir da sua intermediária ofensiva, com os seus dois homens de frente livres de obrigações defensivas, porém, a equipe não manteve a mesma velocidade na transição ofensiva exibida no primeiro tempo. 

Mapa de calor
Mapa de Calor de Elias: Percebe-se que o volante, conhecido por suas incursões ao setor ofensivo de sua equipe, novamente ficou mais preso, atuando mais no setor defensivo de sua equipe(Reprodução: Footstats)

Os treinadores, vendo a pouca produtividade ofensiva de suas equipes realizaram as suas alterações ainda nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. Pelo lado corintiano Mano Menezes tirou Petros, que pouco produziu ofensivamente, e colocou Renato Augusto, mantendo a estrutura da equipe alterando somente o posicionamento dos jogadores, com Jadson passando a atuar pela esquerda e Renato caindo mais pela direita. Já pelo lado da equipe baiana, Gilson Kleina colocou William Barbio no lugar do apagado Maxi Biancucchi. A equipe passou a atuar em um 4-3-3 que defensivamente se tornava um 4-4-1-1, com Branquinho recuando para se tornar um winger pela direita e Léo Gago abrindo para a esquerda, se tornando um winger por aquele setor.

Vendo que seu time pouco melhorou ofensivamente, Mano ainda efetuou mais uma troca colocando Romarinho no lugar de Jadson, mantendo a estrutura da equipe, com Romero passando a atuar aberto pela direita e Romarinho passando a atuar como um segundo atacante, por trás de Guerrero. Após a substituição ainda houve uma outra alteração pelo lado corintiano, que foi a subida simultânea dos laterais ao campo ofensivo, porém, a equipe manteve-se ocupando mais o setor ofensivo sem conseguir ser efetiva na criação das jogadas. Houveram ainda mais duas substituições na partida. Pelo lado baiano saiu Emanuel Biancucchi para a entrada de Branquinho, mantendo a estrutura e posicionamento da equipe. Já pelo lado corintiano houve a entrada de Luciano, que passou a atuar aberto pela esquerda, no lugar de Romero, mantendo também a estrutura da equipe. Mesmo após as substituições o Corinthians seguiu levando algum perigo somente através de cruzamentos.


 Equipes em suas disposições táticas finais na partida: Corinthians mantendo o 4-4-1-1/4-4-2 e Bahia no 4-3-3 que defensivamente variava para o 4-4-1-1

O empate acabou foi ruim para a equipe corintiana que viu novamente o Cruzeiro abrir 5 pontos de diferença na briga pela liderança, porém, o que mais preocupa é o fraco setor ofensivo da equipe, que, mesmo em casa, não consegue se impor sobre o adversário. Já a equipe baiana continua na zona de rebaixamento, porém, vem apresentando um setor defensivo cada dia mais consistente, o que, aliado a um setor ofensivo que consiga ser mais efetivo na criação e finalização das jogadas ofensivas, pode significar a saída da equipe da zona de rebaixamento.

Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)