sábado, 30 de agosto de 2014

Cruzeiro aposta no jogo aéreo, vence o jogo de goleada e encaminha a classificação

Jogo de ida válido pelas oitavas-de-final. Mineirão vazio, pois o adversário não era tão tentador para valer pagar o preço do ingresso.



O Cruzeiro venho no 4-2-3-1, mais pesado do que o time titular. Marcelo Oliveira poupou Léo, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro e Willian, além de Egídio que estava lesionado. Em seus lugares entraram Manoel, Julio Baptista, Alisson, Dagoberto e Samudio, respectivamente. A proposta do Cruzeiro era jogar pelos lados para apostar no jogo aéreo de Marcelo Moreno e Julio Baptista, e deu certo. Tanto que dos 5 gols no jogo, 4 foram de jogo aéreo. Lucas Silva recuava para comandar a saída de bola com seu passe apurado. Liberava Mayke que jogou de ala e Samudio que tinha muita liberdade. 


Já o Santa Rita entrou num 4-3-1-2 losango, que em fase defensiva também contava com o alinhamento de Lucas com Reinaldo Alagoano e Rafael Silva mais á frente.Adotava uma proposta reativa que na prática era uma retranca mesmo, marcando com suas linhas postadas nas proximidades do círculo central para trás, como pode se observar no flagrante acima, com os 10 jogadores de linha posicionados em campo defensivo. Apesar de que inicialmente, tentou subir a marcação e negar espaços desde a saída de bola do Cruzeiro, subindo os encaixes nas proximidades do setor da bola e tentando pressionar e fechar as opções de passe do portador.Buscava a compactação curta entre as linhas de defesa e meio e marcava muitos encaixes individuais e por vezes com um de seus atacantes voltando pra tentar dar o combate ás passagens dos laterais cruzeirenses.

Após o primeiro gol sofrido, o time desmoronou defensivamente, sem conseguir interromper as trocas de passe no Cruzeiro e a progressão vertical adversária entre as linhas de meio e ataque.Dava muitos espaços pelos lados, principalmente pela direita, setor no qual o Cruzeiro conseguia atacar com superioridade e conquistar as vitórias pessoais, chegando no fundo do campo com liberdade para o cruzamento.

Com a bola, o Santa Rita não conseguia fazer a transição da defesa para o ataque, devido á marcação agressiva e avançada do Cruzeiro com seus homens de ataque e meio. O homem da bola não tinha muitas opções de passe curto e muitas vezes tinham suas linhas de passe próximas fechadas.E nos contragolpes, não conseguia a puxada/arranque com seus atacantes.

Nos flagrantes abaixo, pode-se observar as grotescas falhas da defesa do Santa Rita no aspecto de bola aérea defensiva:
No lance a seguir, o Cruzeiro ataca pelo flanco direito. O lateral tenta fechar o combate, mas o jogador cruzeirense ganha na passada larga e cruza. Um dos zagueiros fica projetado para tentar a interceptação, o outro encaixa em Marcelo Moreno e o lateral oposto encaixa em outro jogador na segunda trave. Pode-se observar o erro de marcação dos volantes do Santa Rita, distantes da jogada e nenhum deles acompanha a infiltração de Julio Baptista, que ataca o entre-linhas e chega na área com liberdade. O jogador a ser marcado pelo lateral oposto vem pro meio da área e fica projetado pro rebote. Julio Baptista se desloca e se posiciona na segunda trave, pulando nas costas do lateral oposto alagoano para cabecear pras redes.


Nos escanteios defensivos, o Santa Rita marcava individualmente no ''meio'' da área, com dois jogadores marcando a zona na primeira trave. Dentro da área, pode-se reparar a indefinição na marcação do jogador mais ''recuado'' dos cruzeirenses que foram pra área. Dois jogadores ficam indecisos em quem encaixe no jogador. Quando eles definem o encaixe, já é tarde demais, pois Dedé aproveitou o espaço e a indefinição na marcação de seu companheiro e infiltrou de trás, pulando com liberdade para cabecear.




Nesses dois frames acima, Marcelo Moreno se posiciona inteligentemente no espaço entre o zagueiro e o lateral oposto que fecha na área pro movimento de cobertura por dentro. Observa-se que ambos estão totalmente sem referência de marcação, praticamente ''marcando a bola''.








No segundo tempo, Marcelo Oliveira colocou Marlone e Neílton, dando oportunidades aos garotos. Mostrou para todos os adversários que possuem 11 titulares de muita qualidade e 11 reservas de muita qualidade. Não é qualquer time que possuí Manoel, Samudio, Alisson, Julio Baptista, Dagoberto, Marlone, Neílton no banco de reservas.

Já no segundo tempo, o Santa Rita mudou um pouco o seu alinhamento defensivo, passando a marcar mais precisamente no 4-1-4-1(como pode observar-se no print abaixo), com Reinaldo Alagoano mais á frente e Rafael Silva voltando na recomposição pelo flanco esquerdo.




Por Otavio Martins e João Elias Cruz(@Joaoeliascruzzz)