quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Grêmio aproveita "apagão" do sistema defensivo corintiano e vence

Grêmio e Corinthians se enfrentaram em partida válida pela 17ªRodada do Campeonato Brasileiro. As equipes fizeram uma boa partida, com ambas buscando o gol durante a maior parte do tempo, porém, um "apagão" nos minutos iniciais do segundo tempo acabou por causar a derrota corintiana.

O Grêmio veio a campo no 4-2-3-1, com variações para o 4-1-4-1. Ofensivamente a equipe apresentou chegada alternada dos laterais, subidas de Felipe Bastos, que constantemente subia para junto da linha de 3 meias, embora não chegasse a invadir a área adversária. Havia também a movimentação dos homens abertos da linha de 3 meias que constantemente buscavam a diagonal, com o homem mais centralizado dessa linha possuindo liberdade para cair pelos lados e encostar no setor onde se encontrava a bola, além da movimentação de Barcos, que possuía liberdade para se movimentar pelo setor ofensivo gremista, embora, até por característica, ficasse mais centralizado, como o homem avançado da equipe. Defensivamente o Grêmio compactava-se em duas linhas de 4 que balançavam para o lado em que a jogada se encontrava, deixando Giuliano, este por vezes voltava para auxiliar a segunda linha de 4, e Barcos mais adiantados para dar o primeiro combate. A equipe marcava pressão em bloco médio, com Giuliano e Barcos iniciando a pressão, e realizava a marcação por zona, com curtos encaixes no setor.

Já o Corinthians veio a campo em um 4-1-4-1, que tinha Lodeiro e Elias mais pelo meio, com Jadson e Luciano atuando mais abertos. Ofensivamente a equipe tinha a sua tradicional chegada alternada dos laterais, tinha também a movimentação da sua linha de 4 jogadores do meio campo, com Jadson centralizando, Luciano fazendo a diagonal, e Elias e Lodeiro buscando a infiltração. Havia ainda a movimentação de Guerrero que, novamente, caía muito pelo setor esquerdo da equipe corintiana, o que acabava por tornar esse setor o mais utilizado pela equipe. Defensivamente a equipe mantinha a sua estrutura, que tinha linhas que balançavam para o lado da jogada, contando com Guerrero como o  responsável por dar o primeiro combate. A equipe corintiana marcava pressão em bloco médio-alto e realizava marcação por zona, com curtos encaixes no setor.

 
Grêmio no 4-2-3-1 que variava para o 4-1-4-1 com as subidas de Felipe Bastos e Corinthians no 4-1-4-1

O primeiro tempo iniciou-se com forte marcação de ambas as equipes, porém, haviam diferenças nas propostas de jogo. Enquanto o Corinthians buscava ter mais a posse de bola o Grêmio buscava se utilizar da sua velocidade na transição defesa-ataque, utilizando-se muito das beiradas do campo, com as dobradinhas Zé Roberto-Dudu e principalmente M.Rodríguez-Luan. A equipe corintiana até conseguia trocar passes com qualidade, porém, levava perigo somente através de finalizações de média distância, já que não conseguia penetrar na área adversária muito por conta da falta de profundidade que a equipe tinha, causada em grande parte pela não ocupação do espaço gerado por Guerrero que constantemente caía pela esquerda.

Mapa de calor 
Mapa de Calor de Guerrero: Atacante corintiano caiu durante boa parte do jogo pelo lado esquerdo gerando assim espaço para a infiltração de seus companheiros de equipe, que não ocorria, deixando assim a equipe sem profundidade(Reprodução: Footstats)

O segundo tempo iniciou-se com um gol da equipe gremista, marcado por Barcos após confusão da zaga corintiana ao tentar afastar um cruzamento. Poucos minutos após o primeiro gol novo cruzamento, dessa vez rasteiro de Dudu, e gol de Barcos, causado por nova falha do sistema defensivo corintiano que não cobriu corretamente as costas de Fábio Santos, quando este fechou com outro homem gremista que se movimentava livre. Esses gols causaram desequilíbrio emocional na equipe corintiana por alguns minutos com a equipe gremista conseguindo travar facilmente a saída de bola corintiana e encontrando espaços para sair em velocidade, porém, logo a equipe "voltou ao normal". Mano Menezes buscando, dar mais profundidade a equipe, efetuou sua primeira substituição, colocando Romero no lugar de Jadson, alterando a estrutura da equipe para um 4-4-1-1 que tinha em Romero o homem responsável por flutuar as costas de Guerrero. Aos 16 minutos, após roubada de bola em seu campo defensivo, a equipe conseguiu efetuar rapidamente a sua transição defesa-ataque, proporcionando a Guerrero conseguir sair no mano a mano com o lateral direito gremista para obter a vitória pessoal e em seguida finalizar com sucesso, diminuindo a vantagem gremista.

No restante do segundo tempo o treinador corintiano ainda realizou mais duas substituições, colocando Uendel e, posteriormente, Romarinho nas vagas de Fábio Santos e Luciano, mantendo a estrutura da equipe. Após as susbtituições a equipe passou a ter subida simultânea dos laterais, o que acabava gerando espaços pelos lados para os contra-ataques gremistas. Mesmo assim a equipe corintiana seguia com o problema de girar muito a bola mas levar pouco perigo pelo chão, com a equipe continuando a criar problemas somente através de finalizações de média distância e bolas alçadas na área. Já pelo lado gremista houveram também 3 substituições no segundo tempo, havendo as entradas de Alan Ruiz e, posteriormente, Matheus Biteco e Wallace, nos lugares de Giuliano, Luan e Barcos, o que acabou alterando a estrutura tática da equipe, que agora tinha Dudu e Alan Ruiz como homens mais avançados a frente de duas linhas de 4. No final da partida a equipe corintiana teve Guerrero expulso, o que gerou uma alteração na formatação da equipe que passou a atuar em uma espécie de 4-1-3-1, com Elias atuando como homem avançado, porém, a equipe segui alçando bolas na área, sem sucesso.

Equipe no final do jogo: Grêmio com suas duas linhas de 4 deixando Dudu e Ruiz mais adiantados e Corinthians no 4-1-3-1 após a expulsão de Guerrero

A equipe corintiana mostrou nessa partida o problema da falta de profundidade, como já dito anteriormente, causado muito pela falta da ocupação do espaço gerado por Guerrero. Essa ocupação é algo que necessita de muito entrosamento e precisa ser feita com eficiência para que a equipe não perca a profundidade e fique sem alternativa para realizar por exemplo o passe em profundidade às costas dos zagueiros. Já o Grêmio mostrou força na marcação e muita velocidade na sua transição defesa-ataque, algo que se for mantido pode permitir a equipe brigar por vaga na taça libertadores do ano que vem via Campeonato Brasileiro, embora a Copa do Brasil deva se tornar o principal objetivo da equipe nesse segundo semestre.

Por Andrey Hugo(@Andrey_Hugo)