sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Santa Rita empata com o Santa Cruz e avança às oitavas da Copa do Brasil!

Santa Rita no 4-3-1-2; Santa Cruz no 4-2-3-1

Na base da entrega e do comprometimento tático, o Santa Rita avançou de fase na Copa do Brasil, eliminando mais uma tradicional equipe do futebol brasileiro(já havia eliminado o Guarani na primeira fase). O eliminado da vez foi o Santa Cruz, após um empate por 1 a 1. Na ida, o time alagoano havia vencido por 3 a 2. Essa é uma das coisas que a Copa do Brasil e o futebol moderno proporcionam. Um pequeno derrubando um time de tradição. Esse jogo, juntamente com outros jogos dessa semana de Copa do Brasil, serviram para evidenciar mais uma vez, que no futebol atual, a organização estratégica vem antes da qualidade técnica. 

O Santa Rita foi no 4-3-1-2 losango, adotando proposta de jogar reativamente(até por ter marcado com gol no início), marcando em bloco baixo, compactando-se entre suas linhas de defesa e meio, usando muito bem do princípio do encaixe no setor, com 7 jogadores participando mais ativamente da fase defensiva e tripé de meio balanceando em função da movimentação da bola. Congestionava bastante a faixa central de sua intermediária defensiva, ocupando e fechando quase todos os espaços verticais ao portador da bola. Marcação mais passiva, aceitando o domínio territorial e de posse de bola do Santa Cruz e quando tomava a bola, tentava preferencialmente o ataque pelos lados do campo e procurava os dois atacantes mais na frente. Nos escanteios defensivos, marcava individualmente no "bolo" da área, com dois jogadores marcando a zona na primeira trave, dentre eles Reinaldo Alagoano, que tirava a maior parte das bolas por ali. 

O 4-2-3-1 do Santa Cruz tentava propor o jogo e atacava preferencialmente pelo flanco direito, com Natan fazendo a diagonal centro-lado pra formar uma sociedade triangular com Carlos Alberto e Tony e alternando com o primeiro citado entre o centro e a direita, se projetando mais na frente pelo lado para dar opção de passe longo quando Carlos Alberto buscava o centro. Nesse deslocamento, era quase sempre perseguido por um volante do Santa Rita até o final. Sem espaços para encaixar o passe vertical entrelinhas e penetrar na área, o Tricolor do Arruda tentava alargar a defesa alagona pela direita, apostando bastante nas passagens de Tony, que quase sempre buscava o cruzamento para área, procurando Léo Gamalho no segundo pau. Léo Gamalho que nesse jogo teve um posicionamento diferente, atuando mais fixo entre os zagueiros e sendo referência para a bola aérea ofensiva, diferentemente de como geralmente se comporta taticamente, saindo bastante da área, buscando a movimentação pelas beiradas, buscando jogo e tentando abrir espaços. 

Na segunda etapa, o Santa Cruz adiantou ainda mais suas linhas para atacar. Porém, pelo chão, não conseguia criar situações ofensivas, limitando-se muitas vezes a trocar passes lateralmente e sem conseguir a ruptura na defesa adversária. Por isso, forçou ainda mais pelo alto, mas acabou parando na excelente atuação do goleiro Jefferson, que mostrou muita qualidade e reflexo. O Santa Rita manteve sua proposta, compactando-se atrás da linha da bola e negando espaços à infiltração adversária na grande área. O gol de empate coral veio na raça de Danilo Pires e a boa conclusão de Betinho, mas não foi suficiente para evitar a desclassificação. 

Ao Santa Cruz, faltam mais alternativas de jogo. Encontra muitas dificuldades quando tem poucos espaços para jogar. Quanto ao Santa Rita, é uma equipe que pode dar trabalho se pegar algum time dos considerados "grandes" na próxima fase da Copa do Brasil. A garra e a disciplina tática superam as muitas limitações técnicas.