sexta-feira, 1 de agosto de 2014

No Estádio do Café, Londrina começou na frente

Em mais um dia com jogo do LEC em Londrina, os londrinenses compareceram em peso no Estádio do Café. O jogo pode não ter sido à altura da torcida do Tubarão, que não parou um minuto de incentivar o seu time, mas serviu para que o Londrina saísse com vantagem no confronto. O placar de 2 x 1 em cima dos reservas do Santos poderá ajudar na partida marcada para a Vila Belmiro. Para esta vitória do Tubarão, o Londrina começou no 4-3-1-2 e o Peixe no 4-3-3:

Londrina no 4-3-1-2 e Santos no 4-3-3.

Pelo Londrina estar atuando com praticamente a mesma equipe campeã paranaense de 2014, este time do Paraná foi quem ditou o ritmo do jogo. Defensivamente, o Tubarão se compactou entre a intermediária ofensiva até próximo da sua área, os seus dois atacantes marcavam desde esta altura e como Celsinho sequer participava das ações defensivas da equipe, o time se posicionava defensivamente no 4-2-3-1 desta maneira:

Defensivamente, a compactação do Londrina era mais longa do que os times da Série A realizam e o posicionamento no 4-2-3-1 se devia à falta de participação de Celsinho defensivamente. A falta da participação defensiva dele era compensada por Paulinho e Joel pelos lados e por Léo Maringá que centralizava. 

Já em situação ofensiva, o Londrina se movimentava da seguinte maneira: os dois laterais avançavam simultaneamente (isto teve influencia da organizada segunda linha de 4 do Santos e que será explicado adiante); Diogo Roque sequer participava das ações ofensivas e se escondia próximo da linha do meio do campo; Léo Maringá recuava para iniciar a saída de bola, pois ele dava opção de passe curto para todos da linha defensiva e fez com que a bola prosseguisse à frente; Bidia se projetava na sua diagonal direita; Celsinho tinha liberdade total ofensiva e se movimentava por todo campo ofensivo; e, por fim, os dois atacantes entravam no “facão”. O campo tático a seguir demonstra todo o explicado anterior:

Em situação ofensiva, os destaques do Tubarão foram Léo Maringá –que iniciava todas as saídas de bola da equipe- e Celsinho –que ao se movimentar por todo campo ofensivo, ele gerava superioridade ofensiva onde ele quisesse (porém este jogador não foi tão participativo).

Em relação ao Santos, como Oswaldo de Oliveira preferiu colocar os reservas em campo, o desentrosamento atrapalhou a equipe ofensivamente. O 4-3-3 alvinegro, devido à atuação apagada de Souza, atuou muito pelos lados do campo. Sem a referência central da equipe, os dois jogadores que mais realizaram passes certos no jogo foram os dois laterais santistas: Zé Carlos e Émerson. Com Renato sempre livre de marcação em campo defensivo –já que Celsinho não participava das ações defensiva- e os três atacantes muito afastados do time na saída de bola, as únicas opções de saída de jogo curta era através dos laterais da equipe. O heatmap do Santos representa bem esta dificuldade do entrosamento do time reserva do Santos:

Sem haver entrosamento ofensivo, o Santos não tinha tanta opção de saída de jogo a não ser pelos seus laterais. Zé Carlos e Émerson foram os jogadores que mais realizaram passes certos no jogo todo.

Apesar de o desentrosamento ter atrapalhado o sistema ofensivo alvinegro, o mesmo não atrapalhou o sistema defensivo. O posicionamento defensivo “natural” do 4-3-3 foi realizado frequentemente e o destaque ficou para os dois atacantes que faziam a composição da segunda linha de 4 do time. Jorge Eduardo e Diego Cardoso voltavam para compor esta linha independentemente se os laterais do Londrina avançavam ou não. Além disto, a curta compactação da equipe se manteve por toda partida. Os flagrantes adiante mostrarão o 4-1-4-1 santista em situação defensiva e o mesmo posicionamento defensivo compactado já ao fim do jogo:

Em situação defensiva, o Santos se posicionava no 4-1-4-1, assim como mostra o flagrante anterior. Como os Jorge Eduardo e Diego Cardoso recuavam para formar esta linha de 4 independentemente das subidas dos laterais adversários, Lucas Ramon e Allan Vieira avançavam frequentemente –pois viam o espaço para tal (Reprodução: Sportv).

Já neste flagrante, percebe-se o 4-1-4-1 defensivo do Santos ainda compactado mesmo já próximo do fim do jogo. A organização defensiva santistas foi muito boa (Reprodução: Sportv). 

Já no segundo tempo, Oswaldo de Oliveira –técnico do Santos- ao perceber que Celsinho sequer participava das ações defensivas da sua equipe e de que os dois atacantes voltavam marcando os laterais até o fim, Zé Carlos e Émerson passaram a avançar simultaneamente e Renato passou a ter o auxílio de Souza e Alan Santos na participação da transição defesa-ataque por passes curtos –já que Souza e Alan Santos passaram a trocar de posição junto com Renato e, assim, atrapalhando o sistema defensivo do Londrina.

Com os dois laterais santistas atacando simultaneamente, Claudio Tencatti –técnico do Tubarão- colocou o meia Rone Dias no lugar do pouco participativo Celsinho. Deste modo, o Londrina passou a ter um meia central com participação defensiva e o posicionamento defensivo do time passou ser o 4-3-3, assim como o flagrante adiante mostrará:

Com Rone Dias participando um pouco mais das ações defensivas da equipe, Léo Maringá pôde se alinha a Diogo Roque e a Bidia e, deste modo, o posicionamento defensivo do Londrina passou a ser o 4-3-3 –assim como mostra o flagrante anterior. Ainda neste mesmo flagrante, nota-se Zé Carlos e Émerson atacando simultaneamente e, assim, tirando Paulinho e Joel do campo ofensivo ao mesmo tempo (Reprodução: Sportv).

Entretanto embora as duas equipes apresentassem as suas organizações ofensivas e defensivas, este jogo entre Londrina e Santos ficou marcado pelas lentas transições de jogo, pelas lentas trocas de ações de jogo dos dois times e, ainda, pelo grande espaçamento que as equipes apresentaram em suas transições. No flagrante adiante, este grande espaçamento entre os jogadores será representado pela imagem dos jogadores do Santos:

No flagrante, percebe-se a enorme distância entre Renato e o restante dos jogadores do Santos. Com este grande distanciamento entre setores, Celsinho tinha as opções de bola longa em Paulinho e Joel e, ainda, de passe curto em Diogo Roque e Léo Maringá. Pelo flagrante, nota-se também que Celsinho escolheu uma das piores opções, pois o passe foi para Paulinho, mesmo havendo Diogo Roque e Léo Maringá completamente livres de marcação próximo a ele. Esta assim como várias outras opções “erradas” colaboraram para que Celsinho saísse no meio do segundo tempo (Reprodução: Sportv).

Com os dois gols do Londrina marcados aos 23 do primeiro tempo e aos 44 do segundo, o Tubarão venceu a partida diante do solitário gol do Santos marcado aos 40 da segunda etapa. Com este resultado, o Tubarão passou a ter vantagem para o próximo confronto das equipes na Copa do Brasil.

No fim da partida, os dois times mantiveram os seus esquemas táticos iniciais, mesmo tendo realizado as seis substituições: o 4-3-1-2 no Londrina e o 4-3-3 no Santos.

Por Caio Gondo (@CaioGondo)