Em
mais um dia com jogo do LEC em Londrina, os londrinenses compareceram em peso
no Estádio do Café. O jogo pode não ter sido à altura da torcida do Tubarão,
que não parou um minuto de incentivar o seu time, mas serviu para que o
Londrina saísse com vantagem no confronto. O placar de 2 x 1 em cima dos
reservas do Santos poderá ajudar na partida marcada para a Vila Belmiro. Para
esta vitória do Tubarão, o Londrina começou no 4-3-1-2 e o Peixe no 4-3-3:
Londrina
no 4-3-1-2 e Santos no 4-3-3.
Pelo
Londrina estar atuando com praticamente a mesma equipe campeã paranaense de
2014, este time do Paraná foi quem ditou o ritmo do jogo. Defensivamente, o
Tubarão se compactou entre a intermediária ofensiva até próximo da sua área, os
seus dois atacantes marcavam desde esta altura e como Celsinho sequer
participava das ações defensivas da equipe, o time se posicionava
defensivamente no 4-2-3-1 desta maneira:
Defensivamente,
a compactação do Londrina era mais longa do que os times da Série A realizam e
o posicionamento no 4-2-3-1 se devia à falta de participação de Celsinho
defensivamente. A falta da participação defensiva dele era compensada por
Paulinho e Joel pelos lados e por Léo Maringá que centralizava.
Já
em situação ofensiva, o Londrina se movimentava da seguinte maneira: os dois
laterais avançavam simultaneamente (isto teve influencia da organizada segunda
linha de 4 do Santos e que será explicado adiante); Diogo Roque sequer
participava das ações ofensivas e se escondia próximo da linha do meio do
campo; Léo Maringá recuava para iniciar a saída de bola, pois ele dava opção de
passe curto para todos da linha defensiva e fez com que a bola prosseguisse à
frente; Bidia se projetava na sua diagonal direita; Celsinho tinha liberdade
total ofensiva e se movimentava por todo campo ofensivo; e, por fim, os dois
atacantes entravam no “facão”. O campo tático a seguir demonstra todo o
explicado anterior:
Em
situação ofensiva, os destaques do Tubarão foram Léo Maringá –que iniciava
todas as saídas de bola da equipe- e Celsinho –que ao se movimentar por todo
campo ofensivo, ele gerava superioridade ofensiva onde ele quisesse (porém este
jogador não foi tão participativo).
Em
relação ao Santos, como Oswaldo de Oliveira preferiu colocar os reservas em
campo, o desentrosamento atrapalhou a equipe ofensivamente. O 4-3-3 alvinegro,
devido à atuação apagada de Souza, atuou muito pelos lados do campo. Sem a
referência central da equipe, os dois jogadores que mais realizaram passes
certos no jogo foram os dois laterais santistas: Zé Carlos e Émerson. Com
Renato sempre livre de marcação em campo defensivo –já que Celsinho não
participava das ações defensiva- e os três atacantes muito afastados do time na
saída de bola, as únicas opções de saída de jogo curta era através dos laterais
da equipe. O heatmap do Santos representa bem esta dificuldade do entrosamento
do time reserva do Santos:
Sem
haver entrosamento ofensivo, o Santos não tinha tanta opção de saída de jogo a
não ser pelos seus laterais. Zé Carlos e Émerson foram os jogadores que mais
realizaram passes certos no jogo todo.
Apesar
de o desentrosamento ter atrapalhado o sistema ofensivo alvinegro, o mesmo não
atrapalhou o sistema defensivo. O posicionamento defensivo “natural” do 4-3-3 foi
realizado frequentemente e o destaque ficou para os dois atacantes que faziam a
composição da segunda linha de 4 do time. Jorge Eduardo e Diego Cardoso
voltavam para compor esta linha independentemente se os laterais do Londrina
avançavam ou não. Além disto, a curta compactação da equipe se manteve por toda
partida. Os flagrantes adiante mostrarão o 4-1-4-1 santista em situação
defensiva e o mesmo posicionamento defensivo compactado já ao fim do jogo:
Em
situação defensiva, o Santos se posicionava no 4-1-4-1, assim como mostra o
flagrante anterior. Como os Jorge Eduardo e Diego Cardoso recuavam para formar
esta linha de 4 independentemente das subidas dos laterais adversários, Lucas
Ramon e Allan Vieira avançavam frequentemente –pois viam o espaço para tal
(Reprodução: Sportv).
Já
neste flagrante, percebe-se o 4-1-4-1 defensivo do Santos ainda compactado
mesmo já próximo do fim do jogo. A organização defensiva santistas foi muito
boa (Reprodução: Sportv).
Já
no segundo tempo, Oswaldo de Oliveira –técnico do Santos- ao perceber que Celsinho
sequer participava das ações defensivas da sua equipe e de que os dois atacantes
voltavam marcando os laterais até o fim, Zé Carlos e Émerson passaram a avançar
simultaneamente e Renato passou a ter o auxílio de Souza e Alan Santos na
participação da transição defesa-ataque por passes curtos –já que Souza e Alan
Santos passaram a trocar de posição junto com Renato e, assim, atrapalhando o
sistema defensivo do Londrina.
Com
os dois laterais santistas atacando simultaneamente, Claudio Tencatti –técnico do
Tubarão- colocou o meia Rone Dias no lugar do pouco participativo Celsinho.
Deste modo, o Londrina passou a ter um meia central com participação defensiva
e o posicionamento defensivo do time passou ser o 4-3-3, assim como o flagrante
adiante mostrará:
Com
Rone Dias participando um pouco mais das ações defensivas da equipe, Léo
Maringá pôde se alinha a Diogo Roque e a Bidia e, deste modo, o posicionamento
defensivo do Londrina passou a ser o 4-3-3 –assim como mostra o flagrante
anterior. Ainda neste mesmo flagrante, nota-se Zé Carlos e Émerson atacando
simultaneamente e, assim, tirando Paulinho e Joel do campo ofensivo ao mesmo
tempo (Reprodução: Sportv).
Entretanto
embora as duas equipes apresentassem as suas organizações ofensivas e
defensivas, este jogo entre Londrina e Santos ficou marcado pelas lentas
transições de jogo, pelas lentas trocas de ações de jogo dos dois times e,
ainda, pelo grande espaçamento que as equipes apresentaram em suas transições.
No flagrante adiante, este grande espaçamento entre os jogadores será
representado pela imagem dos jogadores do Santos:
No
flagrante, percebe-se a enorme distância entre Renato e o restante dos
jogadores do Santos. Com este grande distanciamento entre setores, Celsinho
tinha as opções de bola longa em Paulinho e Joel e, ainda, de passe curto em
Diogo Roque e Léo Maringá. Pelo flagrante, nota-se também que Celsinho escolheu
uma das piores opções, pois o passe foi para Paulinho, mesmo havendo Diogo
Roque e Léo Maringá completamente livres de marcação próximo a ele. Esta assim
como várias outras opções “erradas” colaboraram para que Celsinho saísse no
meio do segundo tempo (Reprodução: Sportv).
Com
os dois gols do Londrina marcados aos 23 do primeiro tempo e aos 44 do segundo,
o Tubarão venceu a partida diante do solitário gol do Santos marcado aos 40 da
segunda etapa. Com este resultado, o Tubarão passou a ter vantagem para o
próximo confronto das equipes na Copa do Brasil.
No
fim da partida, os dois times mantiveram os seus esquemas táticos iniciais,
mesmo tendo realizado as seis substituições: o 4-3-1-2 no Londrina e o 4-3-3 no
Santos.
Por Caio Gondo (@CaioGondo)