Tivemos um clássico interessante no Morumbi, principalmente no aspecto tático. O São Paulo se manteve no 4-4-2 com duas linhas de quatro, e que esbanjava de compactação, marcação por zona, toque de bola e passes certos, e, o importante, praticava um futebol moderno, que mescla a técnica com a obediência tática, e que sabe também poupar seus craques fisicamente, como podemos ver no flagrante tático abaixo, em que Alan Kardec volta para compor a segunda linha, posicionado por dentro.
Os dois volantes tricolores marcavam e jogavam com a bola nos pés, Souza e Denílson alternavam entre a construção de jogo e os avanços procurando romper as linhas santistas, no flagrante tático abaixo, Denílson recua, para fazer a chamada "lavolpiana", ou seja, recuando entre os zagueiros para sair com a bola no chão, com qualidade.
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Flagrante tático de Denílson recuando entre os zagueiros para fazer a saída lavolpiana. (Reprodução: PFC/SportTV) |
Ambos os atacantes tricolores recuavam para oferecer opção de passe, para realizar tabelas, mas principalmente Alexandre Pato, que se deslocava muito pelo flanco esquerdo, enquanto que Kardec ficava mais fixo na área, ou até aparecia para abrir espaços por dentro ou pelo flanco oposto ao de Pato, ambos revezavam essas funções.
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No flagrante tático, Kardec desloca para o lado direito e Pato centraliza, infiltrando na área para tentar receber um cruzamento. (Reprodução: PFC/SporTV) |
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Heatmap de Alexandre Pato (Footstats), aparecendo mais pelos flanco esquerdo e deslocando para a área. |
E, muitas vezes, na fase ofensiva, o São Paulo atacava no 4-2-4, principalmente dentro da área.
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Flagrante tático do São Paulo atacando no 4-2-4, com o quarteto ofensivo encaixado na primeira linha de quatro santista. (Reprodução: PFC/SporTV) |
No lance do belo gol de Paulo Henrique Ganso, jogada ensaiada em que Kardec puxou a marcação de três defensores santistas, Alison errou no bote, e Ganso girou esbanjando técnica, talento, precisão e categoria para abrir o placar no Morumbi.
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Percebe-se Kardec puxando a marcação de três jogadores, deixando espaço livre para Ganso, marcado por apenas um santista, abrir o placar no San-São. (Reprodução: PFC/SporTV) |
O Santos, por sua vez, se posicionava em certos momentos no 4-2-3-1, ou no 4-4-2 britânico, marcando até a intermediária, cedendo campo ao rival para tentar sair rapidamente pelos lados. Os comandados de Oswaldo de Oliveira até saiam, mas erravam passes, ou não achavam espaços, principalmente quando Leandro Damião não os conseguia abrir usando sua força física no pivô. A velocidade na transição ofensiva foi mais eficiente no segundo tempo quando Gabriel foi para a área, e Rildo infernizou a defesa e sofreu a penalidade máxima de Alvaro Pereira, que deu um show de raça e vontade de ganhar, que o atrapalhou naquele momento infeliz.
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Santos posicionado no 4-2-3-1. (Reprodução: PFC/SporTV) |
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Santos com as suas linhas de marcação recuadas atrás da linha da bola, no 4-4-2 britânico. (Reprodução: PFC/SporTV) |
O São Paulo pecou em desperdiçar as inúmeras chances que tivera quando tinha a bola no pé, como Pato fez no gol que decretou a vitória do tricolor do Morumbi, enquanto que Oswaldo de Oliveira, tem e pode repensar a vaga de titular que Leandro Damião exerce no time atualmente.
Por Diogo R. Martins
(@diogorm013)